O MOINHO
No cimo da alta e íngreme serra
Jaz um moinho triste e adormecido,
Rasgaram-se as velas, o teto está caído,
O velho que ali vive vale perra.
Triturou sem descanso nesta terra,
Morreu sem dor, apenas um gemido,
Lançado do seu peito carcomido,
Como soldado que tomba na guerra.
O quadro faz lembrar
a minha sina,
O meu não viver, o terrível fado;
Tal como o moinho, estou parado...
Tenho a força duma frágil bonina.
Rosto fraco, coração magoado,
Sou no mundo uma simples ruína.
Joaquim Rocha
Joaquim Rocha
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