sábado, 30 de janeiro de 2021

 

CÓNEGO E PROFESSOR DOUTOR

JOSÉ MARQUES



 

Filho de Manuel António Marques e de Isalmira de Jesus Meleiro. Neto paterno de José Joaquim Marques, natural de Fiães, e de Maria Lourenço, natural de Rouças; neto materno de Manuel José Meleiro e de Angelina Vaz. Nasceu no lugar de Lobiô, freguesia de Rouças, a 12/8/1937. Depois da 4.ª classe, que fez em 1948, ou 1949, ingressou no Seminário de Braga, onde se manteve até Julho de 1961. // Cantou missa nova na igreja da sua freguesia a 27/8/1961. Ordenou-se sacerdote a 15/8/1961 (VM de 1/3/2020). // Em Setembro de 1961 foi nomeado prefeito do Seminário Conciliar de Braga, onde esteve até 1970, tendo lecionado História Universal, Ciências Naturais, e Religião, aos alunos do 5.º ano de Humanidades. // Em Outubro de 1969 matriculou-se no Curso de História da Faculdade de Letras do Porto, acabando o curso em 1974 com a classificação final de dezasseis valores. // Em 1973, ainda como finalista, foi contratado como monitor do 4.º grupo da 2.ª Secção da Faculdade de Letras, coadjuvando o Professor Doutor António Ferreira da Cruz na disciplina de Paleografia e Diplomática. // A 14/11/1974 foi contratado como assistente eventual, passando, nos prazos legais, para a situação de assistente. // Em 1975 e 1976 frequentou, e concluiu, o curso de Bibliotecário-Arquivista da Faculdade de Letras de Coimbra. // Na igreja católica ascendeu a Cónego. // Doutorou-se em História Medieval em 1982. A sua tese de doutoramento foi publicada com o título “A Arquidiocese de Braga no século XV” e, como trabalho complementar “A Administração Municipal de Vila do Conde em 1466”, tendo ficado aprovado por unanimidade com distinção e louvor. // Em Julho de 1989 prestou provas de agregação, tendo apresentado como lição de síntese “A Assistência no Norte de Portugal nos Finais da Idade Média”. // Em Abril de 1990, na sequência de concurso nacional, foi provido como professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo-se aposentado em Fevereiro de 2003. Dava aulas nas licenciaturas de História, Ciências Documentais, e Mestrados em História Medieval. // Ministrou cursos intensivos de Paleografia na Universidade de Niterói, Brasil, e também na Faculdade de Filosofia de Braga, e na Pontifícia Biblioteca Vaticana, de Roma, e dois cursos de Diplomática e um de Codicologia na Universidade dos Açores. // «Pertence a diversas associações científicas e culturais, portuguesas e estrangeiras, e participou em numerosos congressos, colóquios e outras reuniões científicas, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Itália, Suíça, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Áustria, Hungria, antiga União Soviética, e Brasil. Como resultado da participação nestas reuniões científicas, da colaboração em revistas nacionais e estrangeiras, em obras coletivas, livros de homenagem, conferências, etc., o número de títulos publicados ascende, atualmente (2006), a 209, sem incluir a colaboração de natureza histórica na imprensa diária e regional. Na sua investigação científica, apesar de ter abordado diversas áreas, privilegiou sobretudo a história eclesiástica e religiosa medieval da Arquidiocese de Braga.» // Tem vários livros editados, entre eles “O Mosteiro de Fiães” (1990), “Limites de Rouças e Fiães” (2005), e “A Origem da Capela de Alcobaça” (2010), e colaborou assiduamente no Boletim Cultural da Câmara Municipal de Melgaço entre 2002 e 2009, e em A Voz de Melgaço, entre outras publicações, com artigos interessantíssimos. // No dia 30/4/2011, no decorrer da Feira do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço, foi entrevistado pelos jornalistas da RTP-1, que se encontravam presentes no local, a fim de cobrirem o evento. Nos poucos minutos que lhe concederam deu aos portugueses uma lição de história sobre a sua e nossa terra natal. // Em Dezembro de 2018 é publicado mais um livro da sua autoria: «Confirmações de Tui (1352-1382) Aspectos do episcopado de D. João de Castro.» // A 28/12/2018 foi internado no Hospital Particular de Braga, Rua do Raio, onde, a 2/1/2019, quarta-feira, foi operado a uma perna, devido a problemas com as veias. A 15/3/2019 ainda se encontrava internado nesse hospital; estava melhor da perna, mas ia ser operado à próstata, salvo erro. // Saiu do hospital em Maio de 2019 e passou a morar na residência dos sacerdotes católicos, na Rua de São Domingos, Braga, até se sentir com forças para voltar para o seu apartamento; a 4/6/2019 já andava na rua – muito magro, envelhecido, mas ainda com o cérebro lúcido. // Morou na capital do Minho desde jovem, na freguesia de São Vicente, no seu apartamento, onde faleceu na noite de 28 para 29/01/2021. // Certo dia, já há muitos anos, eu fui ao Arquivo de Braga a fim de contactar, de ver, o Cartulário do Mosteiro de Fiães. Sentei-me numa das cadeiras e um funcionário trouxe-me o manuscrito. Fiquei fascinado. Olhei para ele com carinho, folheei-o, mas não o consegui ler. O meu latim, quatro ou cinco anos, não me permitia a sua leitura. Logo que tive a oportunidade pedi ao meu amigo Professor Dr. José Marques que o traduzisse para português do nosso tempo. Não me prometeu nada, pois na altura lecionava na Universidade do Porto, além de ser membro ativo da igreja católica. No entanto, em 2016 eis que surgem nas livrarias dois extraordinários volumes do Cartulário de Fiães. Quando ambos fomos tomar café à Brasileira, em Braga, agradeci-lhe. // Melgaço, e o país, mereciam esta obra. Não traduziu o texto para português, como lhe pedira, mas o volume I, com a Introdução, Transcrição, Índices, ajudam-nos a compreender o conteúdo do Cartulário. A história de Melgaço, dos primeiros séculos, ficou enriquecida. O nosso concelho ficar-lhe-á eternamente reconhecido, grato, por este trabalho ciclópico, só possível a grandes e talentosos investigadores. // Em 2017 oferece-nos outra obra monumental, editada pela Casa Museu de Monção e Universidade do Minho, com o título “ALTO-MINHO E GALIZA – ESTUDOS HISTÓRICOS. São cerca de novecentas páginas de erudição, onde se revela longa e profunda pesquisa, numa linguagem acessível e verdadeira, própria de grandes prosadores, e cuja leitura é agradável e didática. // Portugal acaba de perder um dos seus melhores filhos. Oxalá os melgacenses jamais esqueçam este seu conterrâneo, leiam os seus inúmeros escritos, aprendam as suas inúmeras lições e as divulguem.         

 

                                                                   Joaquim A. Rocha









quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

 DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO

Por Joaquim A. Rocha


desenho de Luís Filipe G.P. Rodrigues

// continuação...

MACRÓBIOS


PEREIRA, António José (Toneca). Filho de José Eugénio Gonçalves Pereira e de Maria da Costa Barreto. Neto paterno de Francisco Manuel Gonçalves Pereira, natural de Monção, e de Camila Ferreira de Passos, natural de Alvaredo, Melgaço; neto materno de José António da Costa Barreto e de Rosa Joaquina Fernandes, de Prado, Melgaço. Nasceu em Prado a 21/8/1916 (Correio de Melgaço n.º 218, de 1/10/1916). // Casou a 6/11/1943 com Maria da Conceição, nascida a 4/10/1922, filha de Henrique Lopes e de Maria José de Sousa e Castro. // Alfaiate e músico. // Na banda de música dos BVM era considerado um dos melhores; foi também um excelente acordeonista. // A 6/11/1993 comemorou os cinquenta anos de casado (bodas de ouro matrimoniais). // Faleceu no hospital de Viana do Castelo a 10/3/2013, com noventa e seis (96) anos de idade. // Com geração. 

 

RIBEIRO, Belarmina de Nazaré. Filha de Rosa Cândida Ribeiro, solteira, lavradora-caseira, natural de Remoães, moradora no lugar da Corredoura. Neta materna de António Joaquim Ribeiro e de Maria Basília de Francisco. Nasceu em Prado a 10/3/1907 e foi batizada na igreja paroquial a 17 desse mesmo mês e ano. Padrinhos: António de Oliveira, casado no lugar da Corredoura, e Belarmina de Nazaré Soares Calheiros, casada, do lugar dos Leiros, Prado. // Casou na CRCM a 4/5/1924 com José de Carvalho, de 27 anos de idade, soldado da G.N.R., natural da freguesia de Campanhã, Porto, filho de Manuel Joaquim de Carvalho e de Maria Quitéria de Oliveira. // Esse casamento foi dissolvido por divórcio decretado por sentença de 22 de Dezembro de 1961. // Faleceu na freguesia da vila de Melgaço, no lugar do Mascanho, a 25/6/2003, com noventa e seis anos de idade e está sepultada no cemitério municipal da Vila de Melgaço. // Mãe de Alfredo de Carvalho e de António do Nascimento de Carvalho, segundo cabo da Guarda-Fiscal, casado com Rosalina Rodrigues, castreja, morador no lugar do Mascanho, freguesia da Vila.

 

SOARES, Antónia Maria (Bicheira). Filha de Belchior José Soares e de Maria Gil, ou Maria Jacinta Pires. Nasceu no lugar de Bouços, Prado, a --/--/1808 (confirmar). // Foi admitida na Confraria das Almas a 13/11/1827. // Casou com João Manuel, filho de João António Fernandes (*) e de Maria Rosa Fernandes, moradores em Santo Amaro. // A 22/2/1855 venderam por quarenta mil réis ao Dr. Manuel José Durães, do lugar das Bouças, a leira do “Martingo”, ou “Ambrozinha”, e o cerrado dos Bouços, de pão, vinho, e oliveiras. // Enviuvou a --/--/1884. // Foi internada em um asilo de Viana do Castelo, mas conseguiu escapar-se de lá! // Até aos últimos momentos da sua vida conservou perfeita lucidez de espírito; fazia os seus trabalhos diários apenas fincada numa cana! Em consequência de uma queda que deu junto à ponte de São Lourenço, nos primeiros dias de Março de 1913 (ver Correio de Melgaço n.º 40, de 9/3/1913), faleceu no hospital da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço a 17/9/1913, com cento e cinco (105) anos de idade (**), de miocardite, segundo a certidão de óbito. // Com geração (ver Maria Carolina Fernandes). // Nota: a alcunha “Bicheira” pode ser forma corrupta de “Belchiora”, nome por que eram conhecidos todos os seus irmãos, por serem filhos de Belchior. Também pode ter esse epíteto por ela tratar dos bichos: porcos, galinhas, patos, coelhos, perus, etc. Consta que tinha uma voz aflautada, que andava sempre apoiada em uma cana, com a qual ameaçava os garotos quando se metiam com ela. /// (*) João António, era natural de São Cristóvão de Mourentão, Galiza; veio para Prado, Melgaço, como criado de António Gomes Lobarinhas por volta de 1795, e aqui casou, no lugar de Santo Amaro, com Maria Rosa Fernandes

/// (**) No “Correio de Melgaço” n.º 67, de 21/9/1913, e n.º 68, de 28/9/1913, diz-se que ela se finou com 111 anos de idade! Não conhecendo eu a sua data de nascimento, é impossível determinar a sua idade.

 

desenho de Luís Filipe G. P. Rodrogues 


// continua...




domingo, 24 de janeiro de 2021

 GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO

(Freguesia de Rouças)


// continuação...


*

AMORIM

 

AMORIM, José Armando. Filho de Acácio Rodrigues Amorim, nascido em Terroso, Póvoa de Varzim, por volta de 1910, marinheiro da Armada, e de Matildes de Jesus Fernandes, nascida em Lovelhe, Vila Nova de Cerveira, por volta de 1912, doméstica. Neto paterno de José Rodrigues de Amorim e de Ana Teresa de Oliveira; neto materno de José Maria Fernandes (ver na Vila) e de Rosa Maria Fiuza. // Nasceu no Rio do Porto, Rouças, a 25/8/1938. // Casou na 1.ª Conservatória de Lisboa a 27/1/1968 com Maria Olinda Carvalho da Costa, natural da Nazaré, salvo erro. // Enviuvou a 10/2/2001. // Faleceu na freguesia de Vila Praia de Âncora, Caminha, a 12/10/2002. // Pai de Armanda Cristina, funcionária da Conservatória do Registo Civil de Braga, a trabalhar na Loja do Cidadão e de ---------------------------------------.

 

AMORIM, Manuel João. // Nasceu no Rio do Porto, Rouças. // Faleceu em 1937, com apenas um ano de vida (NM 371). 

 

AMORIM, Manuel José. Filho de Acácio Rodrigues de Amorim e de Matilde Fernandes de Amorim. Nasceu em Rouças a --/--/1940. 

 

AMOROSO

 

AMOROSO, António Ribeiro. // Faleceu na Enfermaria-Abrigo de Eiró a 27 de Fevereiro de 1957. // Tinha um irmão, Inácio Ribeiro Amoroso, internado no Asilo da Senhora da Conceição, Ponte de Lima (VM 1059, de 15/10/1996). 

 

*

 

ANA MARIA. // Faleceu a 30/10/1859, com todos os sacramentos, e foi sepultada na igreja. // Era viúva e morava no lugar da Eira. // Deixou testamento.   

 

ANJOS

 

ANJOS, Fabiano Sebastião (Fabiano da Cabana). // Exposto. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1605, de 7/8/1966: «No hospital de São João, na cidade do Porto, onde se encontrava e tinha sido submetido a uma melindrosa operação cirúrgica, morreu no passado dia 30 do mês findo o nosso particular amigo Fabiano Sebastião dos Anjos, o “Fabiano da Cabana”, como por todos era conhecido, casado com a senhora Adélia [Rodrigues] Veloso, e que contava a idade de sessenta e seis anos. O seu corpo foi transladado no dia 1 do corrente em auto fúnebre para o cemitério da freguesia de Rouças, onde ficou sepultado, sendo o seu funeral largamente concorrido…» // Com geração. // Ver na Vila, nos sem apelido.

 

ANJOS, Felicidade. Filha de Fabiano Sebastião dos Anjos e de Adélia Rodrigues Veloso. Nasceu em Rouças a --/--/1934 (NM 257, de 6/1/1935).

 

ANJOS, Fernando Sebastião. Filho de Fabiano Sebastião dos Anjos e de Adélia Rodrigues Veloso. Nasceu em Rouças a --/--/1929 (NM 4, de 10/3/1929).

 

ANJOS, José Sebastião. Filho de Fabiano Sebastião dos Anjos e de Adélia Rodrigues Veloso. Nasceu em Rouças a --/--/1931 (Notícias de Melgaço n.º 105, de 19/4/1931).

 

ARAÚJO

 

ARAÚJO, Albina. Filha de Luís António de Araújo, natural da Vila de Melgaço, e de Maria Francisca Alves, natural de Rouças, lavradores, residentes em Paçô. Neta paterna de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros, moradores nas Carvalhiças, SMP; neta materna de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves, de Paçô, Rouças. Nasceu em Rouças a 15/4/1866 e foi batizada a 17 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Vicente de Araújo, casado, rural, e sua sogra, Feliciana Alves, casada, de São Gregório, Cristóval.

 

ARAÚJO, Ana Maria. Filha de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Esteves, lavradores, roucenses. Nasceu em Rouças por volta de 1842. // Camponesa. // Faleceu a 18/7/1889, no lugar da Eira, com todos os sacramentos, com 47 anos de idade, no estado de casada com Manuel José Domingues, sem testamento, com três filhos, e foi sepultada no cemitério local.

 

ARAÚJO, Aurora de Nazaré. Filha de Rosa de Araújo. Nasceu em Rouças a --/--/1929 (Noticias de Melgaço n.º 44, de 5/1/1930). // Faleceu no lugar de Aldeia, freguesia de Rouças, a --/--/1931, com 23 meses de idade (NM 131, de 22/11/1931).

 

ARAÚJO, António. Filho de ------------- Araújo e de --------------- Esteves. Nasceu por volta de 1914. // Faleceu em Rouças a --/--/1920, com apenas seis anos de idade (Jornal de Melgaço n.º 1300, de 8/8/1920).

 

ARAÚJO, António. Filho de ---------------- Araújo e de -------------------------------. Nasceu a --/3/1919. // Pertenceu à Guarda-Florestal; trabalhou muitos anos em Castro Laboreiro. // Casou com Ermezinda de Jesus ----------------. // Faleceu em Cavaleiros a 25/4/1998, com 79 anos de idade, e foi sepultado no dia seguinte, domingo. // Pai da professora Maria Adelaide (a residir em Cavaleiros, divorciada de Luís Faria, e mãe de Carla Susana e de João Paulo), e de Luís Filipe (casado com Maria Isabel Ferreira Esteves, e pai de Miguel Ângelo e de Ana Rita).    

 

ARAÚJO, António (Eng.º). Filho de Filipe de Araújo Borges, marinheiro, destacado no posto da Assadura, Melgaço, e de Maria José Nunes, ambos de Castelo Branco. Nasceu em Corçães, Rouças, a 8/5/1941. // Saiu do concelho de Melgaço para ingressar na marinha de guerra – fez parte da tripulação da fragata D. Fernando. // Aprendeu mecânica e tirou um Curso de Engenharia. // Fixou residência em Lisboa, tendo sido chefe da Porche e empresário na área da medicina veterinária e roteiros nacionais. // Casou com a Dr.ª Maria Regina Escobar Ribeiro Ferreira. Pai de António Filipe (nasceu a 4/8/1970 e casou com Cidália); de Regina Rute (nasceu em 1973 – em 1993 era estudante universitária e nesse ano ganhou dois prémios nos Jogos Florais de Melgaço -> um 2.º em prosa, e um 3.º em poesia); e de Ema Teresa (nasceu em 1981). // Depois de aposentado foi viver com a esposa para Azeitão, num solar que seus sogros lhe deixaram por herança.

 

ARAÚJO, António Joaquim. // Faleceu a 4/12/1856, com a penitência, eucaristia, e extrema-unção. // Era casado e morava no lugar da Carreira. // Foi sepultado na igreja. // Não deixou testamento.

 

ARAÚJO, António Joaquim. Filho de Francisco José de Araújo e de Maria Aires, do lugar da Carreira. // Casou na igreja de Rouças a 12/8/1855 com Teresa Caetana Alves, filha de António Alves e de Sancha Pires, do lugar da Cela. // Testemunhas: José Manuel Cerqueira e João Manuel da Costa, solteiros, ambos do lugar da Igreja.

 

ARAÚJO, António Joaquim. Filho de --------- de Araújo e de -----------------------. Nasceu por volta de 1840. // Faleceu no lugar da Eira, Rouças, a --/--/1916, com 76 anos de idade (Correio de Melgaço n.º 200, de 21/5/1916).  

 

ARAÚJO, Augusto. // Em 1936 era professor na escola de Rouças (NM 297). 

 

ARAÚJO, Bernardo. Filho de Francisco Joaquim de Araújo, natural de Chaviães, e de Emília de Jesus Rodrigues, de Rouças, lavradores, residentes em Oleiros. N.p. de Antónia Maria de Araújo, solteira, natural de Chaviães; n.m. de Maria Joana Rodrigues, solteira, camponesa, natural de Rouças, moradora em Oleiros. Nasceu em Rouças a 8/3/1866 e foi batizado a 11 desse mês e ano. Padrinhos: Bernardo José Lourenço, casado, rural, morador no lugar do Val, e Maria Rita, casada, lavradeira, residente em Eiró. // Faleceu a 25/11/1866 e foi sepultado na igreja.  

 

ARAÚJO, Diniz Ferraz (Padre). // Em 1826 já era abade de Rouças, cujo munus exerceram de 1834 até 1844, sucessivamente, os encomendados padres Manuel da Conceição, João Rainha dos Anjos Cunha e Agostinho Manuel Cardoso. // Foi provedor da SCMM nos anos confrarísticos de 1848 a 1849. // Retirou-se, talvez por motivos de doença, em 1854, mas em Agosto de 1855 já estava outra vez ao serviço. // Segundo consta, era um reacionário ferrenho.

 

ARAÚJO, Elvira. Filha de Glória Esteves, solteira, lavradora, de Paçô, Rouças. Neta materna de António Esteves e de Joaquina Gomes Monteiro, lavradores, de Rouças. Nasceu em Rouças a 8/10/1899 e foi batizada a 15 desse mês e ano. Padrinhos: José Esteves Monteiro, representado por seu pai, António Esteves, e Ana Esteves, solteira, da Pombeira, Rouças. // Foi perfilhada por seu pai, José de Araújo, de 50 anos de idade, solteiro, de Rouças, a 17/1/1920, e legitimada pelo casamento dos progenitores, realizado na CRCM nesse dia 17/1/1920. // Casou com Horácio, de 22 anos de idade, natural de São Paio, filho de António Joaquim Barreira e de Maria da Luz Trancoso, na CRCM, a 29/6/1924. // Faleceu em Cristóval a 14/10/1966.   

 

ARAÚJO, Firmino. Filho de Francisco Joaquim de Araújo, natural de Chaviães, e de Emília de Jesus Rodrigues, natural de Rouças, residentes no lugar de Oleiros. Neto paterno de Antónia Maria de Araújo, solteira, natural de Chaviães; neto materno de Maria Joana Rodrigues, solteira, natural de Oleiros, Rouças, todos lavradores. Nasceu em Rouças a 11/10/1867 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: Manuel Correia Feijó, solteiro, fidalgo, da Quinta da Cordeira, e Rita Alves, casada, da Quinta de Eiró. // Morreu a 30/6/1868 e foi sepultado na igreja.     

 

ARAÚJO, Francisco. // Faleceu a 17/11/1856, com a penitência, eucaristia, e extrema-unção. // Era viúvo e morava no lugar da Carreira. // Foi sepultado na igreja. // Não deixou testamento. 

 

ARAÚJO, Francisco [António]. Filho de Luís António de Araújo, natural da Vila, e de Maria Francisca Alves, natural de Rouças, rurais, moradores no lugar de Paçô. Neto paterno de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros; neto materno de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves. Nasceu em Rouças a 20/10/1876 e foi batizado a 23 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Vicente de Araújo, casado, e Feliciana Alves, viúva, lavradores, de Cristóval. // Lavrador. // Casou na igreja de Chaviães a 26/4/1905 com Rosa Joaquina Alves, de 31 anos de idade, solteira, camponesa, natural de Chaviães, filha de José Manuel Alves e de Lina Rosa Cortes. Testemunhas: António Dâmaso Lopes, solteiro, professor, natural de Paços, e Manuel Joaquim Esteves Rodrigues, casado, proprietário, natural de Chaviães. // Com geração (ver, em Chaviães, Abílio de Jesus Alves e Zulmira de Nazaré de Araújo).

 

ARAÚJO, Germano. Filho de Francisco Joaquim de Araújo, natural de Chaviães, e de Emília Augusta (ou Emília de Jesus) Rodrigues, natural de Rouças, rurais, moradores em Oleiros. Neto paterno de Antónia Maria de Araújo, solteira, chavianense; neto materno de Maria Joana Rodrigues, solteira, roucense. Nasceu em Rouças a 13/4/1871 e foi batizado a 15 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco Pedreira, solteiro, criado de servir, e Ana Rodrigues, solteira, camponesa, roucenses. // Lavrador. // Casou com Olímpia dos Anjos (1869-1955), filha de José Manuel Rodrigues e de Emília Marinho. // Faleceu na freguesia da Vila a 13/3/1896. // A sua viúva consorciou-se a 19/9/1897 com Ilídio Cândido de Melo (1866-1952).

 

ARAÚJO, Joaquina. Filha de Maria Gonçalves, solteira, lavradora, residente no lugar do Sobral, Rouças, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neta paterna de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de António Joaquim Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz. Nasceu em Rouças a 4/3/1899 e foi batizada na igreja a 8 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Rosa Gonçalves, lavradores, do lugar da Eira, Rouças. // Casou na CRCM a 31/12/1922 com António Eduardo Gonçalves, de 18 anos de idade, seu conterrâneo, filho de Manuel Gonçalves e de Romalda Bernardes Alves. // Em 1930 deu à luz uma criança do sexo masculino (ver Notícias de Melgaço n.º 93, de 11/1/1931). // Ambos os cônjuges faleceram em Rouças: o marido a 30/12/1976 e ela a 31/10/1981. // Nota: os seus pais casaram na igreja da freguesia de Rouças a 29/3/1906.     

 

ARAÚJO, José. Filho de Luís António de Araújo e de Maria Francisca Alves, moradores em Paçô. N.p. de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros, da Vila; n.m. de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves, roucenses, todos rurais. Nasceu em Rouças a 9/11/1869 e foi batizado a 11 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Vicente de Araújo e Feliciana Alves, casados, lavradores, de São Gregório, Cristóval.

 

ARAÚJO, José Albano. Filho de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves, rurais, roucenses. // Nasceu em Rouças a 10/1/1847 e foi batizado a 13 desse mês e ano. // Era solteiro, lavrador, morava no lugar da Eira quando casou na igreja da sua freguesia natal a 2/7/1871 com Joaquina Rosa Gonçalves, nascida em Rouças a 2/8/1846 e batizada na igreja três dias depois, solteira, camponesa, residente no lugar de Aldeia, filha de Manuel Joaquim Gonçalves e de Teresa de Jesus Meixeiro, camponeses, roucenses. // Testemunhas: António Justiniano Alves Salgado, comerciante, e António Caetano de Castro, solteiro, lavrador, naturais de Rouças.

 

ARAÚJO, Ludovina. Filha de José Albano de Araújo e de Joaquina Rosa Gonçalves, lavradores, de Eira, Rouças. Neta paterna de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de Manuel Joaquim Gonçalves e de Teresa de Jesus Meixeiro. Nasceu a 27/5/1884 e foi batizada a 1 de Junho desse ano. Padrinhos: Manuel Pires, viúvo, e Teresa de Jesus Meixeiro, casada, lavradores, de Rouças. // Casou com António Manuel, de vinte e um (21) anos de idade, natural de Rouças, filho de Francisco Fernandes e de Maria Rosa Vieites, a 22/8/1923. // O seu marido morreu em SMP, no hospital, a 9/1/1933, devido a ter sido esfaqueado por um seu conterrâneo. // Ela faleceu em São Paio a 25/5/1963. 

 

ARAÚJO, Ludovina. Filha de Maria Gonçalves, solteira, camponesa, roucense, moradora no lugar de Aldeia, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neta paterna de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz. Nasceu na freguesia de Rouças a 4/3/1905 e foi batizada na igreja a 7 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Rosa Gonçalves, lavradores, roucenses, residentes no lugar da Eira. // Faleceu na freguesia da Vila, SMP, a 22/3/1980. // Nota: os seus pais casaram a 29/3/1906.

 

ARAÚJO, Luís (Luís da Vinha). // Filho de ---------- de Araújo e de ---------------------------. Nasceu por volta de 1830 (!?). // Segundo se lê no Notícias de Melgaço n.º 281, de 11/8/1935, ele faleceu no lugar da Vinha de Cima, Rouças, onde morava, a 2/8/1935, com 105 anos de idade (ver Luís Domingues), mas não deve corresponder à verdade.

 

ARAÚJO, Luís (Garabelo). Filho de Francisco Joaquim Araújo, natural de Chaviães, e de Emília de Jesus Rodrigues, natural de Rouças, jornaleiros, moradores em Oleiros. N.p. de Antónia Maria de Araújo, solteira, camponesa, chavianense; n.m. de Maria Joaquina Rodrigues, solteira, camponesa, roucense. Nasceu em Rouças a 11/12/1873 e foi batizado a 14 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Vicente de Araújo de Azevedo, solteiro, proprietário, natural de Chaviães, e Maria Caetana da Costa, solteira, camponesa, natural de Rouças. // Tinha vinte e um anos de idade, era solteiro, morava em SMP, quando casou na igreja de SMP a 15/7/1895, com Maria Ludovina, de vinte e cinco anos de idade, solteira, lavradora, nascida em SMP, moradora em Galvão, filha de Vitorino Lourenço Esteves e de Maria Benedita Cerdeira. Testemunhas: António Joaquim Esteves e Maria Pia Pereira de Castro, solteiros, ambos de SMP. // Morreu no lugar de Galvão, SMP, a --/2/1929 (NM 3, de 3/3/1929). // Pai de António, casado com Nazaré Ribeiro Gomes de Sousa, natural de Prado.   

 

ARAÚJO, Luís Filipe. Filho de António Araújo, guarda da floresta, e de Ermezinda de Jesus -------------. Neto do “António das Adegas”, zelador da capela de Cavaleiros. Nasceu em --------- a --/--/195-. // Casou com Maria Isabel Ferreira Esteves, educadora de infância da Santa Casa da Misericórdia de Oeiras. // Em 1995 era subchefe da PSP em Oeiras, onde residia há onze anos (VM 1039). // Colabora em “A Voz de Melgaço” (ver artigo dele na VM 1095). // Pai de Ana Rita e de Miguel Ângelo (nascido em Agosto de 1997). 

 

ARAÚJO, Manuel. Filho de Luís António de Araújo, natural da vila de Melgaço, lavrador, e de Maria Francisca Alves, natural de Rouças, moradores no lugar de Paçô. Neto paterno de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros, das Carvalhiças, Vila; neto materno de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves, de Paçô, Rouças. Nasceu em Rouças a 19/2/1860 e foi batizado nesse dia. Padrinhos: Francisco Arias e sua esposa, Feliciana Alves, rurais, de São Gregório, Cristóval. // Faleceu a 26/11/1860 e foi sepultado na igreja.  

 

ARAÚJO, Manuel. Filho de Manuel Joaquim de Araújo e de Joaquina Rosa Domingues, residentes no lugar da Aldeia. N.p. de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves, do lugar da Eira; n.m. de Manuel António Domingues e de Teresa Caetana Esteves, de Aldeia, todos lavradores. Nasceu a 26/1/1866 e foi batizado a 28 desse mês e ano. Padrinhos: os seus avós paternos. // Faleceu a 28/7/1867 e foi sepultado na igreja.

 

ARAÚJO, Manuel. Filho de Francisco Joaquim de Araújo e de Emília de Jesus Rodrigues, rurais, moradores em Oleiros. Neto paterno de Antónia Maria de Araújo, solteira, camponesa, de Chaviães; neto materno de Maria Joana Rodrigues, solteira, camponesa, de Rouças. Nasceu a 17/7/1869 e foi batizado nesse dia. Padrinhos: Manuel Velho e Maria Velha, solteiros, lavradores, roucenses.   

 

ARAÚJO, Manuel. Filho de Luís António de Araújo, natural da Vila, e de Maria Francisca Alves, natural de Rouças, rurais, moradores em Paçô. N.p. de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros; n.m. de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves. Nasceu em Rouças a 29/5/1873 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: Luís Vicente de Araújo, casado, sapateiro, e Feliciana Alves, casada, lavradeira, naturais da freguesia de Cristóval. // Lavrador. // Morreu no lugar de Paçô a 13/1/1904, com os sacramentos da penitência e da extrema-unção, no estado de solteiro, sem testamento, sem filhos, e foi sepultado no cemitério da freguesia.  

 

ARAÚJO, Manuel. Filho de José Albano de Araújo e de Joaquina Rosa Gonçalves, rurais, moradores no lugar da Eira. N.p. de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; n.m. de Manuel Joaquim Gonçalves e de Teresa Meixeiro. Nasceu em Rouças a 10/5/1878 e foi batizado na igreja a 12 desse mês e ano. Padrinhos: António Pires e Ludovina Gonçalves, casados, lavradores, roucenses.

 

ARAÚJO, Manuel Bento. Filho de António Bernardo de Araújo e de Ana Maria Bernarda (Domingues?), de Ervedal, Fiães. // Nasceu no lugar da Eira, Rouças, onde seus pais moravam, por volta de 1808. // Lavrador. // Casou na igreja de Rouças a 7/4/1834 com Joaquina Rosa Esteves, filha de Manuel José Esteves e de Maria Caetana Esteves, do lugar de Peres. Testemunhas: Domingos José Gonçalves e Frutuoso José de Castro, casados, ambos do lugar da Igreja. // Faleceu no lugar da Eira a 18/8/1876, com todos os sacramentos, com 68 anos de idade, casado com a dita Joaquina Rosa, com testamento, com quatro filhos, e foi sepultado na igreja. // Com geração.

 

ARAÚJO, Manuel Joaquim. Filho de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves, rurais, moradores no lugar da Eira. Neto paterno de António Bernardo de Araújo e de Ana Maria Bernardo, do dito lugar; neto materno de Manuel José Esteves e de Maria Caetana, do lugar de Peres. Nasceu em Rouças por volta de 1836. // Tinha 24 anos de idade, era solteiro, camponês, quando casou na igreja de Rouças a 27/8/1860 com a sua parente no 3.º e 4.º grau de consanguinidade, Joaquina Rosa Domingues, de 31 anos de idade, solteira, também roucense, filha de Manuel António Domingues e de Teresa Caetana Esteves, rurais, moradores no lugar de Aldeia; neta paterna de João Domingues e de Isabel Quintela, e neta materna de Manuel Esteves e de Josefa Quintela. Testemunhas: padre José Bernardino Durães, do lugar da Igreja, e Manuel Caetano Lourenço, casado, lavrador, do lugar de Peres. // Ficou viúvo no dia 24/2/1890. // Casou na igreja paroquial, em segundas núpcias, a 29/3/1906, com a sua conterrânea Maria Gonçalves, de 46 anos de idade, solteira, camponesa, filha de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz, com quem vivia maritalmente. // Morreu a 15/1/1910, no lugar da Aldeia, com todos os sacramentos, com 74 anos de idade, no estado de casado, sem testamento, com geração, e foi sepultado no cemitério local.        

 

ARAÚJO, Manuel José. Filho de Maria Gonçalves, solteira, lavradora, do lugar do Sobral, Rouças, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neto paterno de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neto materno de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz. Nasceu em Rouças a 19/6/1892 e foi batizado a 26 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Gonçalves, lavradores, residentes no lugar da Eira, Rouças. // Casou na CRCM a 28/5/1914 com Rosa Soares. // Morreu em Lindoso, Ponte de Lima, a 13/12/1918. // Nota: os seus pais casaram na igreja paroquial de Rouças a 29/3/1906. 

 

ARAÚJO, Maria. Filha de José Albano de Araújo e de Joaquina Rosa Gonçalves, rurais, moradores no lugar de Eira. N.p. de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; n.m. de Manuel Joaquim Gonçalves e de Teresa Meixeiro. Nasceu em Rouças a 28/3/1875 e foi batizada a 3 de Abril desse ano. Padrinhos: Manuel Caetano Pires e Ludovina Gonçalves, solteiros, lavradores, roucenses. // Casou na igreja paroquial a 1/1/1910 com Manuel José Durães, de 35 anos de idade, natural de São Paio. // Faleceu em São Paio a 1/1/1952.

 

ARAÚJO, Maria Joaquina. Filha de Maria Gonçalves, solteira, criada de servir, do lugar do Sobral, moradora no lugar de Aldeia, Rouças, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neta paterna de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz, lavradores. Nasceu em Rouças a 2/6/1894 e foi batizada a 10 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Gonçalves, lavradores, do lugar da Eira, Rouças. // Faleceu na sua freguesia a 9/5/1979. // Nota: os seus pais casaram a 29/3/1906.

 

ARAÚJO, Maria José. Filha natural (exposta) do Dr. José António de Abreu Cunha Araújo (1827-1885), da Casa do Rio do Porto, solteiro, e de Angelina de Jesus, solteira, filha do comerciante Cristóvão José Monteiro Guimarães e de Maria Joaquina de Abreu, de Monção. Nasceu no Rio do Porto, Rouças, a 9/2/1868, e foi batizada na igreja de Rouças ainda nesse mês e ano. Padrinhos: Manuel José Lourenço e sua esposa, Maria Teresa da Silva, lavradores, residentes no dito lugar de Rio do Porto. // Parece que morou na casa do pai. // Faleceu na Vila, no estado de solteira, a 2/6/1946. // Mãe de Francisca Amália, Alberto António, Veneziana, e de Maria do Nascimento (ver as suas biografias na Vila de Melgaço).     

 

ARAÚJO, Maria Rosa. Filha de António Bernardo de Araújo e de Ana Maria Bernarda, lavradores. Nasceu em Rouças por volta de 1815. // Lavradeira. // Faleceu a 28/6/1894, no lugar do Porto, apenas com o sacramento da extrema-unção, por ter perdido os sentidos, com setenta e nove anos de idade, no estado de viúva de Manuel António Durães, sem testamento, com filhos, e foi sepultada no cemitério da freguesia.

 

ARAÚJO, Maria Rosa. Filha de Francisco José de Araújo e de Maria Aires, lavradores, roucenses. Nasceu em Rouças por volta de 1832. // Camponesa. // Faleceu no lugar da Carreira a 11/5/1904, com todos os sacramentos, com 72 anos de idade, no estado de viúva de Domingos Fernandes, sem testamento, deixou filhos, e foi sepultada no cemitério local.

 

ARAÚJO, Ortelinda. Filha de Maria Gonçalves, solteira, criada de servir, do lugar do Sobral, moradora no lugar de Aldeia, Rouças, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neta paterna Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz, lavradores. Nasceu em Rouças a 17/1/1897 e foi batizada na igreja a 25 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Rosa Gonçalves, lavradores, roucenses. // Casou na CRCM a 13/3/1929, com José Lourenço. // Faleceu em Cristóval a 13/1/1973. // Nota: os seus pais casaram na igreja de Rouças a 29/3/1906.

 

ARAÚJO, Pureza Cândida. Filha de ---------- Araújo e de ------------------. Nasceu em Rouças a 22/9/1924. // Em 1938 fez exame do ensino primário na escola de Rouças, ficando aprovada (NM 410). // Casou com Manuel ------------ (Vitória), natural de Chaviães. // Faleceu em Junho de 2017, no lugar do Barraço, Chaviães, com 92 anos de idade. // Mãe de José Alberto, de Maria Hermínia…  

 

ARAÚJO, Rosa. Filha de Luís António de Araújo, natural da Vila, e de Maria Francisca Alves, natural de Rouças, lavradores, residentes em Paçô. Neta paterna de João Manuel de Araújo e de Maria Teresa Calheiros, das Carvalhiças, SMP; neta materna de Joaquim António Alves e de Ana Joaquina Alves, de Paçô, Rouças. Nasceu em Rouças a 5/2/1863 e foi batizada na igreja a 8 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Vicente, casado, lavrador, e sua sogra, Feliciana Alves, casada, de São Gregório, Cristóval.

 

ARAÚJO, Rosa. Filha de Maria Gonçalves, solteira, camponesa e criada de servir, roucense, moradora no lugar da Eira, e de Manuel Joaquim de Araújo, viúvo, lavrador, roucense. Neta paterna de Manuel Bento de Araújo e de Joaquina Rosa Esteves; neta materna de António José Gonçalves e de Ana Joaquina Vaz. Nasceu em Rouças a 5/10/1901 e foi batizada na igreja a 10 desse mês e ano. Padrinhos: José Albano de Araújo e sua mulher, Joaquina Rosa Gonçalves, lavradores, do lugar da Eira. // Faleceu em Cristóval a 12/6/1986. // Nota: os seus pais casaram na igreja a 29/3/1906.

 

ARAÚJO, Sebastião (Padre). // Nasceu em Rouças. // Foi provedor da SCMM em 1628.

 

AZEVEDO

 

AZEVEDO, António. Filho do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu em Carvalho de Lobo e foi batizado na igreja de Rouças a 17/1/1701 pelo padre João Lourenço, de Melgaço. Padrinhos: capitão frei Domingos Gomes de Abreu e Isabel, tia materna do batizando.     

 

AZEVEDO, António Jacinto (Padre). Filho do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu em Carvalho de Lobo a 11/11/1699, e foi batizado na igreja de Rouças nesse mesmo dia. // Tornou-se irmão da Confraria das Almas da Vila, SMP, a 6/12/1724. // Faleceu em Rouças a 5/1/1787, sendo sepultado na igreja da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço. // Gerou um filho numa mulher, cujo nome se desconhece, ao qual deram o nome de António; o rapaz foi criado pelo avô paterno, que no testamento lhe deixou vinte mil réis.

 

AZEVEDO, António Jacinto. Filho do capitão João de Araújo Azevedo e de Guiomar Gomes de Abreu, moradores na Quinta do Carvalho de Lobo, Rouças. Neto paterno do capitão João Araújo de Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira, residentes em Rouças; neto materno de Sebastião Esteves do Souto e de Guiomar Gomes de Abreu Magalhães, moradores na sua Quinta da Barqueira, Alvaredo. Nasceu no século XVIII e foi batizado na igreja de SMP a 26/2/1772. Padrinhos: Dr. João António Cunha Araújo, da Casa do Rio do Porto, e sua filha Mariana. // Foi o 2.º administrador do morgadio do Campo da Feira de Fora. // Também chegou a ser juiz pela ordenação, vereador mais velho, e almotacé. Politicamente, esteve ligado ao partido de D. Miguel, pelo que os liberais nunca lhe perdoaram essa infeliz escolha. Na década de vinte do século XIX a sua casa foi por vezes revistada pelos partidários do regime liberal. // Lê-se no livro do Dr. Augusto César Esteves «O Meu Livro das Gerações Melgacenses», I volume, página 555, quando ele escreve sobre as invasões francesas: «Disfarçado de cavador, atravessava o rio Minho em qualquer ponto do nosso concelho e lá pela Galiza ia observar os movimentos das tropas espanholas, os quais logo comunicava…» Nesse período esteve sempre ativo, preparando-se, e ajudando a preparar outros conterrâneos, para uma eventual invasão de Melgaço. // Por morte do Dr. João Caetano Gomes de Abreu o seu nome foi votado para assumir o posto de sargento-mor das ordenanças locais. // Casou na igreja de Chaviães a 26/8/1797 com Jerónima Luísa de Abreu Araújo Magalhães, filha do capitão das ordenanças Sebastião Gomes do Souto de Magalhães (viria a morrer em 1807) e de Jerónima Luísa de Araújo, da Casa de Soengas. Como eram primos, tiveram de solicitar uma bula papal, a qual lhes custou 107$800 réis. // Fixaram a sua residência na Casa de Soengas, Chaviães, que pertencera ao avô da noiva, António Álvares do Souto. // A 23/10/1801, na igreja matriz da Vila, foi padrinho de Maria Josefa Lourenço, nascida na Vila no dia anterior, filha dos caseiros na Quinta da Pigarra, propriedade da Casa de Soengas. // No princípio do século XIX era sargento-mor das ordenanças da Vila de Melgaço, vereador mais velho, e juiz pela ordenação a 25/4/1814. // Miguelista convicto; também apoiou os carlistas espanhóis. // Morreu a 9/8/1832. // (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, vol. I, p. 537, e “Organização Judicial de Melgaço”, p.p. 92 e 132; ver também “À la Recherche de mes Racines”, p.p. 138 a 141).  // A sua viúva faleceu a 12/2/1841. // Com geração.         

 

 

AZEVEDO, Carlos João Araújo. Filho de João de Araújo Azevedo e de Guiomar Gomes de Abreu. Neto paterno do capitão João Araújo de Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira; neto materno de Sebastião Esteves do Souto e de Guiomar Gomes de Abreu Magalhães, da Quinta da Barqueira, sita em Alvaredo. Nasceu no século XVIII. // Foi tenente da 2.ª Companhia de Granadeiros do Regimento de Infantaria de Linha n.º 21. // A 8/8/1810 foi promovido a capitão para a 6.ª Companhia de Granadeiros do dito Regimento. // Tomou parte ativa na Guerra Peninsular, lutando contra os franceses. // Morreu em 1814. // Sem geração.   

 

AZEVEDO, Francisco Luís Poderé. Filho do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu no século XVIII. // Casou com Maria Rosa Soares de Puga e Saavedra, da Casa da Moreira, em Cecriños, Galiza. // Com geração.

 

AZEVEDO, João de Araújo. Filho do padre Francisco Trancoso, do lugar de Bouços, freguesia de Prado (*), morador na Quinta do Carvalho do Lobo, e de Domigas da Granja, solteira, do lugar do Telheiro, Rouças. Nasceu em 1666 (À la Recherche de mes Racines, página 122). // Tinha 22 anos de idade quando casou a 24/8/1688 com Mariana de Araújo Teixeira, filha de Jerónimo Teixeira e de Isabel de Araújo (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, I vol., p. 538). // Foi sargento-mor de Coimbra, capitão, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço em 1711, vereador mais velho, juiz pela ordenação em 1735, irmão leigo da Confraria do Espírito Santo… // Morou em Carvalho de Lobo, onde faleceu a 19 de Março ou 18/5/1752, tendo sido sepultado na igreja matriz da Vila. // Ficara viúvo ainda relativamente novo, pois a sua esposa finou-se em Rouças a 17/4/1705, com apenas 37 anos de idade. // O seu filho Francisco de Araújo Podré casou com Maria Rosa Puga Saavedra, da Quinta da Moreira, em Cecliños, Galiza. // Pai também de António Jacinto (nasceu em Carvalho de Lobo em 1699), de João, de Manuel, e de Maria Rosa Azevedo Lira. /// (*) Foi pároco da freguesia de Rouças e da de Chaviães, provedor e capelão da Santa Casa da Misericórdia; apenas reconheceu o filho oficialmente quando o moço casou, mas protegeu-o desde a nascença. No seu testamento transforma-o em seu herdeiro universal, apesar de provavelmente ter outros filhos.   

 

AZEVEDO, João de Araújo. Filho do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Neto paterno do padre Francisco Trancoso e de Domingas da Granja; neto materno de Jerónimo Teixeira e de Isabel de Araújo. Nasceu em Carvalho de Lobo e foi batizado na igreja de Rouças a 6/8/1692. Padrinhos: os seus avós maternos, Domingos Rodrigues de Araújo e Isabel Gonçalves. // Foi militar. Teve a patente de capitão de infantaria na praça de Cascais, depois tornou-se sargento-mor em Coimbra, no tempo do rei D. José I (carta real de 10/7/1767). // Casou a 29/10/1766 com Guiomar, filha de Sebastião Gomes do Souto, natural de Paderne, dono da Quinta da Rendosa e também dono da Quinta da Barqueira, em Alvaredo, onde residiam, ex-emigrante no Brasil, onde conseguira alguma fortuna, e de Guiomar Gomes de Abreu Magalhães, esta filha do notário António Gomes de Abreu e de Jerónima Gomes de Magalhães (*), da paróquia de Rouças. // Faleceu em Carvalho de Lobo a 9/6/1776 e foi sepultado na igreja de SMP com as vestes de cavaleiro da Ordem de Cristo. // Pai de Carlos João, de Teresa Joaquina, e de António Jacinto. /// (*) Segundo nos informa Maria do Sameiro de Carvalho Marchand, nascida em Chaviães, emigrante em França, no seu livro “À la Recherche de mes Racines”, página 135, estes Magalhães pertencem ao clã de Ponte da Barca, a cujo ramo pertenceu também Fernão de Magalhães, navegador famoso, natural de Sabrosa, Vila Real.  

 

AZEVEDO, Manuel Nunes (Padre). Filho do capitão João Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu em Carvalho de Lobo e foi batizado na igreja de Rouças a 6/7/1690. Padrinhos: seus tios maternos, António Rodrigues e Eugénia. // A 25/3/1745 funda uma capela de missas de cariz perpétuo, dedicada à Senhora da Conceição, na igreja paroquial de Rouças, com a intenção «de cumprir as obrigações que tinha com a casa de seu pai.» // Designou seu irmão, Francisco de Araújo Poderé, primeiro administrador, e posteriormente os seus descendentes. Reservou para esse fim alguns dos seus bens, situados em Carvalho de Lobo, tais como vinhas, pastagens, e uma horta. // Morreu a 6/3/1751.   

 

AZEVEDO, Mariana. Filha do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu em Carvalho de Lobo e foi batizada na igreja de Rouças a 22/4/1697. Padrinhos: Diogo de Sousa e Castro, senhor das Várzeas, e Francisca Quevedo de Castro e Alarcão, esposa do advogado António de Castro, da Quinta do Souto, Rouças. // Faleceu em 1705, no ano em que se finara sua mãe. 

 

AZEVEDO, Rosa Maria. Filha do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira. Nasceu em Carvalho de Lobo e foi batizada na igreja de Rouças a 8/9/1703, em presença de seu tio, padre Bento de Araújo, e de sua tia Jacinta. // Casou na igreja de Rouças a 27/11/1724 com João Júlio de Abendanho Illoa Sotomaior, filho de [João] António de Abendanho Illoa Sotomaior e de Sebastiana de Castro, residente em Vigo. A cerimónia foi presidida pelo padre Bernardo de Araújo, tio da noiva. O noivo, em virtude de não poder estar presente, fez-se representar por procuração. // Rosa Maria de Azevedo Lira – assim assinava - faleceu em Carvalho de Lobo a 9/4/1755. // Mãe de Mariana Antónia (casou em Rouças a 21/11/1765 com Luís de Araújo Lobarinhas, de Alvaredo, neto do padre Manuel Araújo Caldas de Azevedo e de Brites Maria de Araújo); de Manuel António (nasceu em Rouças e foi batizado na igreja da Vila a 22/11/1729, tendo por padrinho o pároco de São Paio, Matias Ferreira de Sousa); de Guiomar Rosa (nasceu em Rouças, foi batizada na igreja de Cristóval a 18/7/1732, tendo por madrinha Guiomar de Figueiredo, e casou com José Caetano Teixeira de Afonseca, natural de Amarante); de Manuel António (nasceu no Solar de A Moreira, em Cecriños, Galiza, em 1736, casou em Melgaço a 14/6/1759 com Páscoa Maria de Abreu Dosguimarães e Brito, natural dos Arcos de Valdevez, filha do governador militar da praça de Melgaço); de Duarte José (nasceu em Rouças, foi batizado na igreja de SMP a 28/1/1743, tendo por padrinhos Duarte Nogueira Falcão, professo da Ordem de Cristo); de António Manuel (depois da morte da mãe, seguiu com seu pai para a Galiza); e de Bento José Lira Sotto Mayor Abendanho (nasceu em Rouças, foi batizado na igreja de SMP a 4/12/1738, tendo por padrinhos a sua tia-avó, Isabel de Araújo, e o seu tio-avô, padre Bento de Araújo, e casou em Melgaço a 19/12/1764 com Rita Genoveva da Costa, ou Cardoso, Marinho; faleceu a 18/8/1807 – ver a sua descendência na Vila, no apelido Abendanho). // (consultar “À la Recherche de mes Racines”, p.p. 133 e 134). 

 

AZEVEDO, Teresa Joaquina. Filha de João de Araújo Azevedo e de Guiomar Gomes de Abreu. Neta paterna do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo Teixeira; neta materna de Sebastião Esteves do Souto e de Guiomar Gomes de Abreu Magalhães. Nasceu em finais do século XVIII. // Irmã de António Jacinto Araújo de Azevedo e de Carlos João Araújo de Azevedo. // «Em 28/1/1828 fez alguém seu provedor para receber da Comissão do Apuro do Dinheiro das Presas de Guerra Peninsular as cédulas pertencentes a seu irmão Carlos, capitão da 6.ª Companhia do Regimento de Infantaria n.º 21» (ver «O Meu Livro das Gerações Melgacenses», de Augusto César Esteves, I volume, página 554). // Faleceu no estado de solteira. // Sem geração.   

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

ESCRITOS SOBRE MELGAÇO

Por Joaquim A. Rocha




// continuação...


 HISTÓRIA SEM AGÁ

  

     Nos finais de 2004 surgiu nos quiosques de todo o país o primeiro volume de uma obra “monumental”, com uma encadernação de boa qualidade, que por sinal suportava o dobro das páginas, e com um título sugestivo: «História das Freguesias e Concelhos de Portugal». A iniciativa deve-se ao Jornal de Notícias. A introdução ficou a cargo do professor José Hermano Saraiva, especialista na divulgação, divagando sobre quase todas as coisas relativas à ciência histórica mas, para mim, pouco credível como historiador. Foram responsáveis pelo texto: Hélder Bastos e Marta Freitas (edição); Ana Ferreira, Liliana Marques, Margarida Santos, Maria José Brites, Natércia Ribeiro, Rita Machado, e Sónia Resende. O Doutor Saraiva vai colher diversas informações a Alexandre Herculano e a Gama Barros, entre outros, historiadores do século XIX, investigadores sérios, mas em alguns passos já corrigidos. Apoderando-se do enorme conhecimento daqueles sábios logo aí debita o seu saber enciclopédico, fruto de muitas leituras, mas de pouca pesquisa.

     O autor e as autoras do texto servem-se do manancial bibliográfico ao seu dispor, mais comercial do que científico, para ao longo de mais de duas mil páginas tentarem colocar no papel a história de todos os nossos concelhos e freguesias. Quanto a mim falharam esse propósito. E mais: dos milhares de lugares que compõem as freguesias nada se diz! Isso implicaria com certeza mais trabalho e mais tempo.

     Em Abril de 2005 foi posto à venda o vigésimo e último volume. Eu comprei-os todos – para alguma coisa hão-de servir. Como não posso pronunciar-me sobre todos os concelhos, pelo menos vou referir-me àquele que melhor conheço: Melgaço. Escrever em termos históricos sobre ele não é fácil, e sei do que estou a falar, pois ando quase há vinte anos a estudá-lo; e, por isso, as senhoras e senhores do JN escreveram meia dúzia de banalidades, e pasme-se: nem o somatório das áreas das freguesias coincide com a área total! Quanto à geografia começaram por afirmar que se trata de um concelho montanhoso, sendo a realidade algo diferente, pois 33% é zona baixa, perto do rio Minho, onde se produz o famoso alvarinho. Dizem também que é uma região agrícola – ainda estão nos anos sessenta do século XX; hoje é vinícola (até espumante se produz em Melgaço, e bagaceira alvarinha, além de excelentes brancos e tintos), industrial (não conhecem Penso, certamente – e o turismo?) e de serviços e comércio (ainda há pouco tempo abriu as portas em Melgaço uma grande superfície), além de se produzir fumeiro e presunto (todos os anos há na sede do concelho uma festa promocional a esses produtos), a atividade da pesca – quem não ouviu falar nas lampreias, salmão, sáveis, e trutas, do rio Minho e seus afluentes (embora em nossos dias em pequena quantidade, por causa das barragens galegas)?

     Mencionam o topónimo Melgaço, baseados em atoardas antigas, como tendo origem nas palavras mellicaceus (terra abundante em mel) e Melgaecus. Santa ignorância! Se as senhoras e os senhores do Jornal de Notícias soubessem que Melgaço teve apenas oito freguesias até à reforma administrativa de 1855 e que o mel que aí se produz tem origem nas freguesias anexadas nessa altura, as chamadas freguesias do monte, não escreveriam disparates. Quanto ao segundo termo, Melgaecus, existiu de facto um guerreiro com esse nome, mas nada prova que dele tenha derivado o nome Melgaço; o mais provável é ter origem no deus fenício Melkart, divindade que os fenícios adoravam perto dos rios, nos morros, mais ou menos a cem metros de altitude em relação ao nível do mar, o que corresponde exatamente à sede do concelho, no local onde se ergueu séculos depois a torre de menagem e se construiu o castelo. Hoje está provado que esse povo asiático andou pelo Alto Minho e aqui deixou a sua influência. É uma questão de tempo; os arqueólogos irão certamente descobrir isso mesmo. Não nos esqueçamos que Málaga deriva de Melkart.

     Quanto às freguesias, que horror! Metem tudo no mesmo saco, não tendo em conta que Castro Laboreiro foi um concelho até Outubro de 1855, que Fiães e Paderne foram coutos, governados pelos monges dos respetivos mosteiros, que Alvaredo, Cousso, Cubalhão, Gave, Lamas de Mouro, Parada do Monte e Penso pertenciam ao extinto concelho de Valadares. As freguesias que constituíam o concelho de Melgaço até meados do século XIX foram as seguintes: Chaviães, Cristóval, Paços, Prado, Remoães, Rouças, São Paio e Vila (Santa Maria da Porta).

     Também falam dum hipotético castelo fundado pelos mouros no século IX, destruído pelos cristãos aquando da reconquista. E as provas, onde estão? Dizem que «a ocupação humana do território de Melgaço é bastante remota», e apresentam como exemplo dólmenes e pinturas rupestres de Castro Laboreiro! Sabem do que falam?! Se lessem a História de Portugal dirigida pelo Professor João Medina, ou a História de Portugal coordenada pelo Professor José Matoso, entre outras, logo aprenderiam que no território primitivo de Melgaço existem indícios de vida desde pelo menos há oitenta mil anos! Castro Laboreiro deve ter sido habitado muito mais tarde, quando algumas tribos europeias para lá fugiram, escorraçadas por tribos mais poderosas e aguerridas. Por essa razão é que por lá se vêem loiros e morenos, significando isso que as origens dessas etnias são diferentes.

     Quanto ao foral atribuído a Melgaço pelo nosso primeiro rei não andam bem informados as senhoras e os senhores do Jornal de Notícias. Desconhecem obviamente que a data de 1181, na leitura de Alexandre Herculano, foi posteriormente retificada para 1183, ou mesmo para depois deste ano, tendo em conta que algumas assinaturas inseridas no documento são de pessoas que apenas tomaram posse dos respetivos cargos após esta última data (consultem Rui Pinto de Azevedo - «Documentos Medievais Portugueses», volume I – 475, e vejam se não tenho razão).

     E por que dizem que Afonso Henriques «doou a Melgaço a aldeia de Chaviães», quando no foral se pode ler que ele doou a metade, porque a outra metade, não sendo reguenga, isto é, propriedade do rei, não a podia doar? Apresentam D. Pedro Pires, prior do mosteiro de Longos Vales, como o empreiteiro do castelo Melgaço. Erro grosseiro: esse abade apenas custeou alguns lanços de muro, ou muralha, por contrapartidas várias que o rei lhe concedeu. Melgaço não esqueceria, contudo, esse religioso: hoje existe na vila, na zona histórica, a Viela D. Pedro Pires.

 

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     O padre Manuel António Bernardo “Pintor”, nascido em Castro Laboreiro a 21/12/1911 e falecido em 1996, pároco de Riba de Mouro, Monção, durante muitos anos, estudioso da história do Alto Minho, deixou gravado no seu livro Melgaço Medieval: «Vem uma pessoa por esse Portugal acima, chega ao Minho onde a pátria tem as raízes, vê seus panoramas, admira suas belezas, ouve duas coisas, toma nota desta ou daquela tradição, vai por aí abaixo, lê umas linhas da Corografia Portuguesa, do padre Carvalho da Costa, ou algumas páginas do Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal, e vá de traçar a história desta ou daquela terra. Para fazer disto não precisamos que venha ninguém de fora. Também há em nossa terra e sobejam. Escrever história é qualquer coisa de difícil quando se queira fazê-lo com o devido critério de responsabilidade      

     Quem não estará de acordo com aquela asserção? Na página 86, volume 10, da sobredita História das Freguesias e Concelhos de Portugal, os “historiadores” do JN escreveram: «Num cerco que durou dois meses, notabilizou-se a melgacense Inês Negra, que venceu em duelo uma mulher sua conterrânea, a renegada, partidária de Castela. Com a vitória de Inês Negra, os castelhanos abandonaram Melgaço…» Nunca tantas asneiras foram escritas em tão poucas palavras! Não leram com certeza Fernão Lopes, nascido por volta de 1380, nem sequer Duarte Nunes de Leão, nascido muitos anos depois, no século XVI; se o tivessem feito não exibiriam em público estes disparates. Em primeiro lugar os cronistas, na sua «Crónica de D. João I», dizem-nos claramente que o rei se apoderou do castelo de Melgaço em 1388 pelas armas, depois de um cerco constante e exaustivo. Mencionam de leve, e certamente para tomarem fôlego a fim de escreverem o que era essencial, que duas mulheres, uma do arraial e a outra de dentro das muralhas, num dos intervalos das renhidas lutas, andaram aos cabelos e na peleja, ou escaramuça, entre elas, ganhou a do arraial. Não revelam seus nomes, nem sequer dizem que essas mulheres tiveram a mínima importância na conquista da praça de guerra. Nestas batalhas da idade média existe sempre uma estória de mulheres: em Monção é a Deuladeu Martins, em Aljubarrota é a padeira, etc. Será que tiveram existência real, física, essas criaturas? Quanto à Inês Negra sou da opinião de que na verdade não existiu. Vejamos: o arraial era composto pelos militares, pelas mulheres que tratavam da roupa, pelos cozinheiros ou cozinheiras, pelos carregadores, por algumas esposas dos soldados, pelas rameiras…, enfim, por um número incalculável de gente, que depois da vitória, caso se verificasse, saqueavam as vilas e as cidades impiedosamente. Que aí aparecesse uma Joana D’Arc disposta a lutar contra o usurpador castelhano, tudo bem; mas nessa altura o sexo feminino não desempenhava esse papel – a guerra era exclusivamente para os homens. E os defensores da praça, os sitiados, abririam uma das portas do castelo para deixarem sair por ela uma mulher a fim de ir lutar com a sua inimiga?! E no caso de perder, eles, defensores da praça, pegavam na trouxa e punham-se a andar para o reino de Castela? Balelas! Tudo isso não passa de uma lenda, patriótica, muito bem escrita pelo conde de Sabugosa no seu livro Neves de Antanho, no qual atribui a uma, a do arraial, o nome de Inês e à outra, por desprezo, chama-lhe “arrenegada”.

     Na referida página 86, volume 10, escreveram: «… durante as invasões francesas, quando Junot invadiu Portugal pelo norte, Melgaço foi a primeira praça de armas a revoltar-se e a aclamar o príncipe regente D. João VI, em 1808.» Quem distraidamente ler isto vai pensar logo: «a vila de Melgaço foi ocupada pelos franceses.» Os ditos nunca puseram os pés em Melgaço, embora andassem por lá perto, na outra margem do rio, isto é, na Galiza. Os pseudo historiadores do JN antes de escreverem deveriam ter lido Melgaço e as Invasões Francesas, do melgacense Dr. Augusto César Esteves. Aí se diz que - neste concelho raiano - nenhum soldado francês meteu a sua bota, sobretudo porque o rio Minho, com muito mais caudal do que agora, o impediu. Podiam ter atravessado no pequeno rio Trancoso, em São Gregório, mas que importância estratégica tinha para o exército francês o nosso território? Tratava-se na altura de uma vila rural, estagnada, sob o domínio espiritual da igreja católica, sem quaisquer ambições, sem defesa militar. Os napoleónicos, caso o desejassem, ter-se-iam apoderado de Melgaço sem gastarem uma única bala. Se eles soubessem que no mosteiro de Fiães havia bom presunto, certamente que dariam lá um pulo para o comer! As autoridades melgacenses, caso do juíz de fora, entre outros, e alguns patriotas, logo que se aperceberam que o perigo tinha passado, mandaram tocar os sinos e puseram a bandeira nacional no castelo, gritando a plenos pulmões contra a presença do exército francês em Portugal. Duvido que os invasores tenham tomado conhecimento do facto! Se os ingleses não tivessem vindo ajudar-nos, por interesse deles obviamente, ainda hoje Portugal continental estaria nas mãos dos francos.                    

 

     Artigo publicado no Fronteira Notícias n.º 11, de 9/5/2005, e número 12, de 10/6/2005.

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