quinta-feira, 13 de abril de 2017

VIDAS






O "Furrica"

CASTRO, António Xavier. Filho de Lourenço José Ribeiro Codesso de Figueiredo e Castro, solteiro (*), natural de Paderne, e da sua governanta, Maria Joaquina Mendes, solteira, natural de Cristóval. Neto paterno de Jerónimo José Ribeiro Codesso Soares de Figueiredo e Costa e de Margarida Clementina de Lima Azevedo de Sousa e Castro; neto materno de Ana Luísa Mendes, solteira, natural de Cristóval. Nasceu na Portela de Paderne a 24/1/1873 e foi batizado na igreja a 28 desse mês e ano pelo cura Elias José Marques. Padrinhos: António Xavier, solteiro, e Joaquina Falcão. // Seu pai perfilhou-o a 21/8/1884. // Fez alguns estudos (em 1892 ainda era estudante – > nesse ano foi padrinho de seu sobrinho, António Xavier Esteves, nascido no Peso a 11/10/1892). // A 8/5/1897, na igreja do mosteiro, foi padrinho de António Xavier Nunes, nascido no lugar da Várzea seis dias antes. // Ocupou algumas vezes o cargo de secretário da Câmara Municipal de Melgaço até à chegada da República. No “Jornal de Melgaço” n.º 752, de 24/9/1908, logo na 1.ª página, pode ler-se: «no acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 7/11/1901, e publicado no Diário do Governo n.º 253 desse ano, vê-se que AXRFC foi inibido de exercer empregos públicos por não satisfazer às condições exigidas por lei…» A gente do Jornal de Melgaço estava contra a nomeação. O jornalista escrevia: «foram afastados cinco concorrentes, alguns com bacharelato!» Um dos vereadores da Câmara, Manuel José Fernandes, votou contra essa nomeação e tencionava levar o recurso às instâncias superiores. // Em 1917 era comerciante. // Em 1918, na época sidonista, fez parte de uma comissão de censura, juntamente com Amadeu Carlos José Ribeiro Lima, este da Vila (JM 1208, de 1/6/1918). // Ainda nesse ano de 1918, na igreja, quando o padre pediu aos homens que estavam à entrada, entre eles o António Xavier, para avançarem, pois havia lugares na frente, este responde ao sacerdote: «…continue com a missa; cada um está onde quer e lhe convém; você não é quem para designar aqui lugares.» O padre interrompe a celebração e retira-se para a sacristia. Face a isto, a irmã do Xavier, de seu nome Rosa, vai ter com o pároco e diz-lhe: «continue, senhor prior; não faça caso desse ladrão que já está amaldiçoado por Deus e pelos santos, pois bateu em meu pai e minha mãe; não faça caso desse que é a vergonha da nossa família» (JM 1225, de 5/10/1918). // No número seguinte, 1226, de 15/11/1918, o correspondente de Paderne volta à carga. Referindo-se à irmã do Xavier, põe-na frente ao povo católico, pedindo-lhes, como se de uma ordem se tratasse: «ponham esse fariseu fora da porta, senão vou eu lá!» // Lê-se no Jornal de Melgaço n.º 1304, de 12/9/1920: «Um filho do Xavier de Paderne, quando há dias sentiu umas dores no ventre, supondo serem provenientes das lombrigas, tomou uns pós que julgava serem de santonina e eram de estricnina, de sorte que três horas e meia depois a pobre criança, de nome António, tendo padecido horrivelmente, era cadáver.» // A 4/8/1929, no lugar de Ferreiros, envolveu-se em desordem com o professor da escola primária de Paderne, havendo entre os dois uma cena de pugilato, a qual, se não fossem várias pessoas que apareceram no local, teria graves consequências; o caso foi entregue à administração do concelho para investigar sobre o assunto. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 219, de 14/1/1934: «Faço saber que António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro requereu licença para instalar um forno de padaria, incluído na 3.ª classe, no lugar da Portela, Paderne (…). Porto e Secretaria da 1.ª Circunscrição Industrial, em 28/12/1933. O engenheiro chefe Manuel Jacinto Eloi Moniz Junior.» // Teve a alcunha de “Furrica”, dada pelos regeneradores; ele militava no Partido Progressista. // Morreu em Paderne, a 9/2/1954, solteiro, mas com geração ilegítima (ver Elvira de Castro).

     /// (*) Lourenço José casou com a sua companheira a 8/10/1897.    

terça-feira, 11 de abril de 2017

ENTRE MORTOS E FERIDOS
(dois anos de guerra na Guiné-Bissau)
 
romance histórico
 
Por Joaquim A. Rocha




// continuação...

- Em breve soubemos a razão dessa ordem. Os canhões dos quartéis mais próximos começaram a canhonear sem descanso a mata ali a dois passos. Pareceu-me que estavam a destruir o mundo e que a abóbada celeste ruía e desabava sobre nós! O festival teve a duração aproximada de uma hora.

- Ficou tudo de rastos!... – assevera o jovem ouvinte.

- Muitas árvores caíram, como corpos sem vida, aumentando ainda mais o barulho ensurdecedor; as outras árvores choravam baixinho, como que pedindo à mãe natureza protecção. Os incêndios alastravam um pouco por toda a parte; o crepitar das chamas tornava tudo aquilo num espectáculo dantesco, e um certo silêncio, conivente, aterrorizava-nos.

- Que cenário fantástico!... Até parece irreal.

- Aquele aparente silêncio durou apenas minutos. Foi breve! O som de aviões a jacto fez-se ouvir quase de seguida. A aviação militar colaborava freneticamente numa das maiores operações, senão a maior, que até aí se levara a cabo na ex-província portuguesa.

     Os ágeis aviões (chamávamos-lhes “fiats”, porque possuíam motor dessa marca), apareciam e desapareciam a uma velocidade jamais vista. Os seus canhões e metralhadoras de bordo disparavam ainda mais rápido, se possível! Tudo com uma precisão milimétrica. Parecia incrível, mesmo inacreditável, como não nos atingiam! Bastaria um pequeno erro e alguns de nós seriam cortados como batatas para fritar!

     Ao romper do dia os pilotos retiraram-se. Recebemos então ordens para avançar. Andámos mais ou menos quinhentos metros e eis que o tiroteio começa.

- Como era possível, depois daquele massacre?!

- Também eu me interrogo: como se podia admitir, depois daquilo tudo, haver ainda turras vivos?!!! Eu a pensar que tinham sido completamente dizimados. Mas, não, estavam ali à nossa espera, como gatos que já viveram seis vidas e a última que lhes resta querem-na vender bem cara, ou mesmo preservá-la.

     De pé, de rastos, de qualquer maneira, fomos avançando, avançando… Gritávamos como possessos a fim de afugentar o temor e porventura o inimigo. Ouviam-se gritos lancinantes por todo o lado. Havia feridos, mortos, desesperados. Era o caos, a loucura. Lembro-me de ter rebolado pelo chão à procura de um abrigo: uma árvore amiga, uma trincheira, bagabaga, a fim de proteger o meu corpo; o espírito estava destroçado!

     Henrique estava comovido com o relato do seu amigo. «As guerras são terríveis», pensava ele. E tudo se podia resolver a bem, se houvesse diálogo. Mas não, é através da violência que o ser humano tenta resolver e concertar tudo! Para desanuviar, pergunta ao antigo combatente:

- Pronunciou uma palavra para mim totalmente desconhecida. O que são bagabagas?!

- São termiteiras em forma de pirâmide ou cogumelo, construídas pela térmita ou formiga branca, que chegam a atingir cerca de cinco metros de altura e cuja dureza faz lembrar o cimento.

- Daí vocês nelas se refugiarem… - conclui o jovem.

- Salvaram a vida a muitos soldados. As balas e as granadas de bazuca não penetravam a sua couraça. Somente as granadas de morteiro nos poderiam atingir, devido à sua trajectória. Mas continuando: levanto-me com mil cuidados e começo a disparar em direcção a vultos que se movimentavam ali perto. Tão desesperado estava, e desenquadrado, que já não sabia se eram meus companheiros ou meus adversários. Deixei de dar ao gatilho. Uma voz amiga chama-me: «vem para este lado, encontras-te entre fogo cruzado!»

- Que perigo! Teve imensa sorte. Podia ter sido o seu fim.

- É verdade. A rastejar (afinal aqueles ensaios no CICA-1 e Infantaria 6 tinham servido para alguma coisa) lá me encaminho para a sua beira. Segreda-me: «os gajos já fogem.»

     Nunca fui muito ousado, não tenho vergonha de o confessar. Porém, no meio da refrega, operava-se em mim uma verdadeira mudança, uma metamorfose completa: parecia, e era, outro! Agia segundo as ordens superiores recebidas e também de acordo com o meu instinto de sobrevivência. Não quero com isto dizer que aqueles que foram atingidos ou morreram fossem taradinhos, ineptos, que descurassem a sua auto defesa, que se deixassem atingir. Não! Quero dizer apenas que mesmo em guerra nunca se deve perder o sentido prático da vida. A cobardia, num momento de desespero, pode transformar-se num acto de coragem! Rastejar nas matas da Guiné-Bissau, esconder o nosso corpo das mortíferas balas, não pode ter o mesmo significado que ajoelhar ou ser subserviente a fim de conseguir benesses de um patrão ou de alguém influente na sociedade.

- Existe uma fronteira ténue entre o heroísmo e a cobardia... Quanto tempo permaneceram nesse local maldito?

- Não te querendo mentir, suponho que estivemos no Cantanhez dois dias e duas noites. A mim, como é óbvio, pareceu-me ter ali permanecido dois anos! Cheio de fome, de sede, de angústia, de cansaço, de tudo; a resistência, física e moral, estava a chegar quase ao fim, ao seu limite.

- E resultados? – quis saber Henrique.

- Segundo boatos que correram mais tarde, as coisas parece que não tinham resultado tão bem como os planos previamente elaborados o previam. Alguns mortos e muitos feridos do nosso lado, o mesmo acontecendo do lado oposto, eis o balanço final da peleja. Quanto aos custos financeiros da operação faço apenas uma leve ideia.        

- Então não houve vencedor?!

- Nunca soube, e decerto jamais o saberei, se fomos nós os vencedores ou os vencidos! Quanto a mim houve uma espécie de empate mas, ao invés do que se passa no desporto, onde por vezes esse resultado agrada às duas partes, na guerra real o empate não agrada a ninguém. Os generais contendores só aceitam bem a vitória.

     Penso que não valerá a pena estar a descrever-te em pormenor a batalha. Aliás, os filmes, sobretudo sobre a guerra no Vietname (respeitando as devidas proporções), com requintes tecnológicos, e efeitos especiais, dar-te-ão as imagens que eu não seria capaz de te dar. Nesta conversa informal não posso, nem terei capacidade e talento para te transmitir o ambiente psicológico, o drama de jovens a quem não deixaram gozar a vida a que tinham direito, a indignação versus resignação contida em nossos olhares. Ah!, meu amigo: estúpida guerra que tanta juventude ceifou ingloriamente, e tantos males, físicos e morais, causou!
  // continua...
 

sábado, 8 de abril de 2017

OS NOVOS LUSÍADAS
(tentativa de continuação de OS LUSÍADAS, de Camões)
 
Por Joaquim A. Rocha  



Palácio da Pena - Sintra


63

Manuel recebe o embaixador,

Promove-o a ministro da corte;

Chama-lhe fidalgo, douto senhor,

Dá-lhe nome para além da morte.

E o povo, esse grande sofredor,

Inveja-lhe, com razão, sua sorte.

Mas num gesto puro, enigmático,

Considera tudo isso vil, errático.
 
Mosteiro dos Jerónimos

64
 
Rei sofre da síndroma da vaidade,

Tudo para ele é importante:

Aldeia, vila, região ou cidade,

Tudo é poderoso, alto, gigante, 

Desde que aceitem sua vontade,

O seu poder, a mulher, triste amante.

E para que a lei seja justiceira,

Of’rece forais à nação inteira.    
 


                                    65
 
Reforma a antiga legislação,

Ditas Ordenações Manuelinas;

Afirma que a circum-navegação

É apenas sombra, puras neblinas.

Foge da mentira, da ilusão,

Ilusório canto de matinas.

Torna-se soberano poderoso,

E seu povo chama-lhe o Venturoso.



66
 
      Manda construir os belos Jerónimos,
A lindíssima Torre de Belém;

Artistas conhecidos e anónimos

Trabalham por cruzado e um vintém,

Tornando os monumentos sinónimos

De um Portugal rico, gente de bem.
    E pra que dos cristãos receba louros
Expulsa do país judeus e mouros.




 
*
 
67
 
Os que se converteram a Jesus
Serão designados de cristãos novos;
Carregarão aos ombros outra cruz,
Ficam presos, tal galinhas nos covos.
Os seus olhos jamais verão a luz,
Tudo parecerá negro de corvos.
Esquecerão o Alá e Javé,
Agora têm outro credo ... e fé!   
 
 
 

quinta-feira, 6 de abril de 2017

QUADRAS AO DEUS DARÁ
 
Por Joaquim A. Rocha





A amizade é como o vento:

Ecoa em todo o lado;

Umas vezes é mais forte,

Por vezes é triste fado.
 

*
 

Deram-me um cravo vermelho

Chamado revolução;

O cravo já está velho,

Mas a sua essência não.

 
*


Tenho um fulano “amigo”

Em certas ocasiões;

Se estou bem, está comigo,

Estou mal, dá-me empurrões.

 

terça-feira, 4 de abril de 2017

ESCRITOS SOBRE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha






FORAIS MELGACENSES

(continuação)
 

 

     Vamos continuar a falar de «cartas de garantia constitucional, chamadas forais (…), verdadeiros contratos, onde ao lado de cada dever que se impunha aos burgueses se lhes assegurava um direito», como bem as designa Alexandre Herculano na sua História de Portugal.

     O primeiro foral, como já vimos, foi outorgado a Melgaço por Afonso I entre 1183 e 1185, ano da sua morte. Esse documento foi depois confirmado por seu neto, Afonso II, em 1219. Este monarca, cognominado o “Gordo”, morreu com apenas 37 anos de idade, atacado pela terrível lepra. Como o reino se encontrava um pouco desorganizado, dedicou muito do seu curto reinado (1211-1223) a tentar administrar os bens da coroa. Mais não lhe foi possível fazer devido à guerra civil provocada pelo testamento que seu pai, Sancho I, fez, favorecendo as suas irmãs: Teresa, Sancha, e Mafalda. As infantas, como não tinham meios capazes para se oporem ao exército do irmão, apelaram ao papa Inocêncio III, a quem D. Sancho I confiara a execução das disposições testamentárias.


     O rei de Castela, Afonso VIII, sogro do nosso rei, interveio também a favor das infantas, mas pelos vistos sem grandes resultados, pois Afonso II queria, a todo o custo, exercer direitos sobre os domínios de suas irmãs. Para Melgaço esta guerra civil foi catastrófica, pois em 1212 o rei de Leão, Afonso IX, vendo o nosso reino enfraquecido, e acolitado por alguns nobres portugueses descontentes com a política anti-senhorial de Afonso II, apoderou-se de alguns castelos do norte, entre eles o da nossa terra. Só no ano seguinte os devolveu, porque a isso foi obrigado pelo rei de Castela, pai da rainha portuguesa, D. Urraca.

     Neste reinado não houve, no território português, grandes escaramuças com os sarracenos; o rei não era muito dado às armas. Contudo, enviou ajuda a seu sogro (em peões e cavaleiros), os quais intervieram na famosa batalha de Navas de Tolosa (Julho de 1212), autêntico desastre para as gentes de Maomé.

     Afonso II não foi, já o dissemos, um guerreiro como seu pai e avô; foi, isso sim, um legislador e administrador e, sobretudo, um grande inovador. Foi no seu reinado que se promoveram as inquirições, que se ensaiou a centralização do poder, isto é, a supremacia régia, se lutou contra a formação dos senhorios. Criou, talvez sem se dar conta disso, os princípios, as bases, de um Estado moderno!

     Na primavera de 1219 Afonso II residia em Guimarães. Daí dirigiu-se a Santiago de Compostela, na Galiza, como devoto, mas também com o fim de tratar de alguns assuntos com o rei de Leão, Afonso IX. Foi precisamente em Santiago de Compostela que el-rei confirmou o foral outorgado a Melgaço por seu avô Afonso Henriques, e que a seguir se transcreve na sua versão em língua portuguesa, tendo em conta que todos os documentos, até ao reinado de D. Dinis (1279-1325), se escreveram em latim.

 
Confirmação

 
     Eu, Afonso II, por graças de Deus rei de Portugal, juntamente com minha esposa a rainha D. Urraca, e os nossos filhos infantes D. Sancho, D. Afonso, D. Fernando, e D. Leonor, corroboro e confirmo, a vós, habitantes de Melgaço, a escritura que meu avô, o rei D. Afonso, de gratíssima memória, vos fez, cujo teor se reproduz literalmente neste documento, e vos concedo o foral que ele vos outorgou. E para que a minha concessão e confirmação tenham mais força, e vós sempre sejais julgados por vossa carta e foral, e para que ninguém licitamente deles possa privar-vos, mandei redigir este documento e autenticá-lo com meu selo de chumbo. O qual foi redigido em Santiago, no mês de Agosto de 1219.
     Eu, rei D. Afonso, e a rainha minha esposa, e meus filhos acima mencionados, que mandámos redigir esta escritura de confirmação, corroborámo-la e nela fizemos acrescentar os sinais ++++++. // D. Martim Anes, alferes-mor, confirmante. D. Pero Anes (da Nóvoa), mordomo-mor, confirmante. D. Gonçalves Mendes (de Sousa), confirmante. D. Gil Vasques (de Soverosa?), corfimante. D. Garcia Mendes, confirmante. D. Rodrigues Mendes, confirmante. D. Vasco Mendes, confirmante. Dom P. Garcia, confirmante. D. Martinho Pedro, confirmante. D. Pôncio Afonso (de Baião), confirmante. D. Lopo Afonso (de Baião), confirmante. D. Pedro Mendes, arcebispo da S. I. de Braga, confirmante. D. Martinho Rodrigues, bispo do Porto, confirmante. D. Pedro Soares, bispo de Coimbra, confirmante. D. Soeiro, bispo de Lisboa, confirmante. D. Soeiro, bispo de Évora, confirmante. D. Pelágio, bispo de Lamego, confirmante. D. Bartolomeu, bispo de Viseu, confirmante. D. Martinho Pais, bispo da Guarda, confirmante. Mestre Pelágio Cantor Port., confirmante. Martinho Pedro, testemunha. Pedro de Pedro, testemunha. Pedro Garcia, testemunha. Vicente Mendes, testemunha. Joanino, testemunha. Gonçalo Mendes, chanceler, xxxxxxxxxxxxx. Domingos Pedro, escrivão. xxxx

domingo, 2 de abril de 2017

GENTES DE MELGAÇO
(microbiografias)
 
Por Joaquim A. Rocha


ABREU, Tomaz António. Filho de Tomás José Gomes de Abreu e de Caetana (ou Constança) Teresa de Araújo, moradores na Vila de Melgaço. Neto paterno de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa Araújo; neto materno de Manuel António de Araújo e de Maria Gonçalves. Nasceu no bairro da Calçada a 5/6/1798 e foi batizado na igreja matriz de SMP a 19 desse mês e ano. Padrinhos: Caetano José Abreu Soares e Maria Pereira da Costa Araújo. // Proprietário. // Casou na igreja de SMP a 7/10/1824, com Mariana Gertrudes, nascida a 15/3/1794, filha do sargento-mor Dr. João Caetano Gomes de Abreu Magalhães, da Vila de Melgaço, e da sua segunda esposa, Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso e Puga, da freguesia de São Senjo (?), arcebispado de Santiago, Galiza. Testemunhas: Tomaz José Gomes de Abreu; padre Manuel Joaquim Quintela e António Joaquim Rodrigues, mordomo. // Foi escrivão do público judicial e notas da Vila de Melgaço e termo, por provisão de D. Pedro IV, de 13/4/1826. // Ficou viúvo a 18/7/1834. // Volta a casar, em SMP, a 30/6/1851, com Maria Vitória (de Araújo Sampaio!), viúva de Domingos José Gonçalves, filha de Felícia Marques, natural do lugar de Soutomendo, freguesia de Fiães. Testemunhas presentes: João Correia dos Santos Lima, negociante na Vila de Melgaço, João José de Araújo e Cunha, morador e casado no lugar e Quinta de São Julião, e Caetano Celestino de Sousa. // Só teve filhos do primeiro casamento. // Morreu na sua casa da Rua de Baixo, Vila de Melgaço, repentinamente, a 16/3/1880, e foi sepultado no cemitério público. // A sua viúva finou-se a 11/1/1887, com oitenta e nove anos de idade.