VIDAS
O "Furrica"
CASTRO,
António Xavier. Filho de Lourenço José Ribeiro Codesso de Figueiredo e Castro,
solteiro (*), natural de Paderne, e da sua governanta, Maria Joaquina Mendes,
solteira, natural de Cristóval. Neto paterno de Jerónimo José Ribeiro Codesso
Soares de Figueiredo e Costa e de Margarida Clementina de Lima Azevedo de Sousa
e Castro; neto materno de Ana Luísa Mendes, solteira, natural de Cristóval.
Nasceu na Portela de Paderne a 24/1/1873 e foi batizado na igreja a 28 desse
mês e ano pelo cura Elias José Marques. Padrinhos: António Xavier, solteiro, e
Joaquina Falcão. // Seu pai perfilhou-o a 21/8/1884. // Fez alguns estudos (em
1892 ainda era estudante – > nesse ano foi padrinho de seu sobrinho, António
Xavier Esteves, nascido no Peso a 11/10/1892). // A 8/5/1897, na igreja do mosteiro,
foi padrinho de António Xavier Nunes, nascido no lugar da Várzea seis dias
antes. // Ocupou algumas vezes o cargo de secretário da Câmara Municipal de Melgaço
até à chegada da República. No “Jornal de Melgaço” n.º 752, de 24/9/1908, logo
na 1.ª página, pode ler-se: «no acórdão
do Supremo Tribunal Administrativo de 7/11/1901, e publicado no Diário do
Governo n.º 253 desse ano, vê-se que AXRFC foi inibido de exercer empregos
públicos por não satisfazer às condições exigidas por lei…» A gente do Jornal
de Melgaço estava contra a nomeação. O jornalista escrevia: «foram afastados cinco concorrentes, alguns
com bacharelato!» Um dos vereadores da Câmara, Manuel José Fernandes, votou
contra essa nomeação e tencionava levar o recurso às instâncias superiores. // Em
1917 era comerciante. // Em 1918, na época sidonista, fez parte de uma comissão
de censura, juntamente com Amadeu Carlos José Ribeiro Lima, este da Vila (JM 1208, de 1/6/1918). // Ainda
nesse ano de 1918, na igreja, quando o padre pediu aos homens que estavam à
entrada, entre eles o António Xavier, para avançarem, pois havia lugares na
frente, este responde ao sacerdote: «…continue
com a missa; cada um está onde quer e lhe convém; você não é quem para designar
aqui lugares.» O padre interrompe a celebração e retira-se para a
sacristia. Face a isto, a irmã do Xavier, de seu nome Rosa, vai ter com o pároco
e diz-lhe: «continue, senhor prior; não
faça caso desse ladrão que já está amaldiçoado por Deus e pelos santos, pois
bateu em meu pai e minha mãe; não faça caso desse que é a vergonha da nossa
família» (JM 1225, de 5/10/1918). // No número seguinte, 1226, de 15/11/1918, o correspondente
de Paderne volta à carga. Referindo-se à irmã do Xavier, põe-na frente ao povo
católico, pedindo-lhes, como se de uma ordem se tratasse: «ponham esse fariseu fora da porta, senão vou eu lá!» // Lê-se no
Jornal de Melgaço n.º 1304, de 12/9/1920: «Um
filho do Xavier de Paderne, quando há dias sentiu umas dores no ventre, supondo
serem provenientes das lombrigas, tomou uns pós que julgava serem de santonina
e eram de estricnina, de sorte que três horas e meia depois a pobre criança, de
nome António, tendo padecido horrivelmente, era cadáver.» // A 4/8/1929, no
lugar de Ferreiros, envolveu-se em desordem com o professor da escola primária
de Paderne, havendo entre os dois uma cena de pugilato, a qual, se não fossem
várias pessoas que apareceram no local, teria graves consequências; o caso foi
entregue à administração do concelho para investigar sobre o assunto. // Lê-se
no Notícias de Melgaço n.º 219, de 14/1/1934: «Faço saber que António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro requereu
licença para instalar um forno de padaria, incluído na 3.ª classe, no lugar da
Portela, Paderne (…). Porto e Secretaria da 1.ª Circunscrição Industrial, em
28/12/1933. O engenheiro chefe Manuel Jacinto Eloi Moniz Junior.» // Teve a
alcunha de “Furrica”, dada pelos regeneradores; ele militava no Partido
Progressista. // Morreu em Paderne, a 9/2/1954, solteiro, mas com geração
ilegítima (ver Elvira de Castro).
/// (*) Lourenço José casou com a sua companheira
a 8/10/1897.
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