Domingos
Coelho Novais Gomes de Abreu
Filho
de Domingos Gomes de Abreu e de Francisca Coelho. Neto paterno de Domingos da
Assureira e de Maria Gomes de Abreu; neto materno de Francisco da Rosa e de Maria
Coelho. Nasceu em Melgaço, na Casa fronteira à Misericórdia, a 21 de Janeiro de
1668. Tal como o seu pai, seguiu a carreira militar, atingindo a patente de
capitão. Foi armado cavaleiro na Ordem de Cristo, na Igreja de Nossa Senhora da
Conceição de Lisboa, a 31 de Dezembro de 1692, por Frei Gastão José da Câmara
Coutinho, comendador da Ordem, professando na mesma Ordem a 9 de Fevereiro de 1693,
no Convento de Tomar, sob a orientação de Frei Fernando de Morais, superior
desse Convento. A 28 de Agosto de 1698, graças aos serviços prestados por seu pai
à monarquia, foi-lhe concedido o padrão do Hábito de Cristo, com trinta mil
réis de tença. Casou a 28 de Novembro de 1700, em Lapela, termo da Vila de
Monção, com Isabel de Faria, nascida a 22 de Setembro de 1683, filha de
Domingos Rodrigues Besteiro e de Isabel Afonso Sanches. Em 1701 teve direito,
por o ter requerido, a Carta de Brasão de Armas, ficando esta registada a
folhas 88 do Livro dos Registos dos Brasões da Nobreza, a 30 de Abril de 1701,
ingressando, assim, na classe dos fidalgos. Logo a seguir aformoseou com a
pedra de armas as suas Casas de Melgaço (fronteira
à Misericórdia) e a de Lapela.
Foi
familiar do Santo Ofício, Feitor Geral das Alfândegas de Entre Douro e Minho em
30 de Maio de 1701, cargo que exerceu durante três anos. Em 1705 candidatou-se
ao posto de sargento-mor das ordenanças da Vila de Melgaço e seu termo, cargo
não remunerado mas de grande prestígio, tendo sido, contudo, preterido por
outro melgacense ilustre. Em 1706 era Provedor da Santa Casa da Misericórdia de
Melgaço. Foi também vereador da Câmara Municipal e Juiz pela Ordenação. Em 1707
foi-lhe passada a carta de propriedade de meirinho-mor de Monção, em virtude
dos serviços que prestara à coroa portuguesa, sobretudo nas lutas que travara
contra os galegos que tentavam invadir Melgaço e seu termo.
Devido a um voto que fez na prisão galega, onde fora torturado, aquando da Guerra de Sucessão de Espanha, por ter lá ido em missão de espionagem, por ordem do conde da Atalaia, Governador das Armas da Província do Minho, mandou erigir a capela da Senhora da Pastoriza, no sítio chamado “Coto da Pedreira”, lugar das Carvalhiças, freguesia da Vila (Santa Maria da Porta), cuja provisão lhe foi concedida em Melgaço a 6 de Junho de 1707 pelo arcebispo Rodrigo Moura Teles e a autorização para ocupar o sítio - «que era público e baldio» - despachada pelo Senado Municipal a 21 de Janeiro de 1713. A 19 de Março de 1724, perante o tabelião António Gomes de Abreu, e testemunhas, mandou lavrar a escritura da fábrica da dita capela, «nomeando-lhe e hipotecando-lhe a sua quinta chamada “o Louridal” (…); a horta de “Marrocos” (com uma boa mina de água); a metade das suas casas de morada nesta vila de Melgaço».
Foi Rodrigo de Moura Teles, Primaz das Espanhas, a residir em Braga, quem lhe concedeu a licença para a edificar.
A
capela só seria concluída em 1727, pois apenas a 17 de Agosto desse ano é que o
abade da freguesia de Rouças, padre Manuel da Cunha Lira, a benzeu e nela
cantou a primeira missa. Em 1733 surgiu um problema entre o seu fundador e o
pároco da Vila, padre Manuel da Ribeira, por causa das esmolas recebidas na
capela. A questão que se supunha era a seguinte: quem as administrava? Por fim
chegaram a um acordo, o qual foi passado a escrito pelo escrivão do processo,
Domingos Máximo Gomes.
Além
dos filhos nascidos no matrimónio, gerou uma filha, Isabel, fora do casamento,
a quem deu o seu apelido e a inscreveu como irmã na Santa Confraria das Almas
de Melgaço a 2 de Abril de 1720. Faleceu a 16 de Agosto de 1748. A sua viúva,
Isabel de Faria, finou-se a 5 de Janeiro de 1763.
Sem comentários:
Enviar um comentário