Fenícios deram-te o nome,
os celtas a fortaleza;
romanos deram-te a língua,
lusitanos a destreza.
Suevos deram-te a espada,
os visigodos a guerra;
os mouros deram a enxada
a ti, minha linda terra.
Henriques deu-te foral,
a carta de autonomia;
integrou-te em Portugal,
reino que então nascia.
Quando veio o Bolonhês
do estrangeiro distante,
deu-te foral outra vez,
por sinal mais agravante.
Libertou-te o grande Mestre
no tempo da Inês brava;
viste-te livre da peste,
da Ordem de Calatrava!
Conheceste a agonia
no tempo dos três Filipes;
mas por mera bizarria
voltaste aos acepipes!
O povo deu-te a virtude,
os céus eterna beleza;
a honradez atitude,
os rios deram-te a mesa.
Rara jóia dos Braganças,
foste liberal senhora;
viveste de mil mudanças,
tiveste tudo em penhora!
Festejaste o nosso Abril,
brindaste à democracia;
rejeitaste o velho vil,
aceitaste o novo dia.
És terra de Portugal,
minha raiz de lembrança;
correste com todo o mal,
És nossa fé e esperança!
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