domingo, 24 de maio de 2015

GENTES DE MELGAÇO

Por Joaquim A. Rocha

MORAIS, Manuel (Maestro). Filho de João Lúcio Rodrigues de Morais, mestre sapateiro, e de Maria Besteiro, doméstica, moradores na Portela de Paderne. Neto paterno de Francisco António Rodrigues de Morais e de Mariana Rodrigues; neto materno de Manuel José Besteiro e de Maria Joana de Castro. Nasceu em Paderne de Melgaço a 4/4/1890 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: os seus avós maternos, rurais. // Ainda criança, partiu para a Casa Pia, em Lisboa, onde aprendeu música e tirou o Curso Comercial. // Ingressou no exército, e depois na marinha de guerra, onde chegou a 1.º sargento músico. // Em 1921 foi reformado, talvez por motivos de saúde. Veio então para a sua terra natal, onde dirigiu várias bandas musicais com enorme êxito. Soube transmitir a sua arte a muitos melgacenses e deu enorme prestígio ao concelho. Quer na Galiza, quer no norte de Portugal, toda a gente gabava a banda de Mestre Morais. A imprensa nunca lhe regateou elogios, e bem merecidos que eles eram. Por falta de dinheiro, e de iniciativa, não se gravaram as suas maravilhosas interpretações, pelo que à medida que aqueles que o conheceram vão morrendo a sua memória vai-se esfumando, e daqui a algum tempo, não longínquo, ninguém saberá que o extraordinário Mestre Morais existiu. É pena que se torne efémero, até mesquinho, aquilo que um dia foi grandioso e agradável. // Casara na 6.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, a 12/10/1919, com Dina dos Santos Lima, divorciando-se por sentença de 20/7/1924, transitada em julgado no 2.º juízo de Direito da 2.ª Vara Cível de Lisboa, Cartório do 1.º ofício, com fundamento no n.º 42 do art.º 4.º do decreto de 3/11/1910. // A 2/2/1933 já dirigia a banda de música dos Bombeiros Voluntários de Melgaço; nesse dia animaram a festa da Senhora das Candeias, em Remoães; no dia seguinte abrilhantaram a festa da Senhora da Orada, na Vila (Notícias de Melgaço n.º 182, de 5/2/1933). // A 30/5/1937, morador no lugar de Bacelo, Paderne, é exequente num processo em que são executados António Pereira e sua mulher, Júlia Rodrigues de Morais, lavradores, residentes no mesmo lugar; nesse dia iriam à praça alguns bens do casal citado «para pagamento da quantia de 3.200$00.» (*) Matrimoniou-se em segundas núpcias, a 19/3/1947, com a sua sobrinha, Emília Alves de Castro, de quem teve geração. // Faleceu em Paderne a 3/5/1971. // Pena é que a Câmara Municipal de Melgaço não atribua o seu nome a uma das ruas da Vila.     

     /// (*) Sobre este assunto ver Notícias de Melgaço n.º 417, de 16/10/1938


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