Há p’ra aí uma tal
«raça»
Que leva o dia a
mendigar;
Mas que gente, que
desgraça,
Não querem é
trabalhar.
Mas que horda sem
vergonha,
Passam o dia a
pedir;
No coração têm
peçonha,
Têm ódio no seu
sentir.
Pede a Dolores e a
Zita,
Estendidas pelo
chão;
É uma malta
parasita,
Não sabe ganhar o
pão.
Seus filhos não
vão à escola,
Fogem de todo o
saber;
Preferem a vil
esmola,
Só gostam é do
lazer.
É gente má e
matreira,
Olha-nos com azedume;
Roubam a nossa
carteira,
O cigarro e o
lume.
Vendem uns panos
na feira,
Sem nenhuma
qualidade;
Seja no Minho ou
na Beira,
Na vila ou na cidade.
Percorrendo mil
caminhos;
Armavam sempre
banzé,
Aquecidos pelos
vinhos.
Roubavam porcos,
galinhas,
Ovos, roupas e
fumeiro;
Amedrontavam
velhinhas,
Fugiam dos
carabineiros.
Mentem com
desfaçatez,
Brincam com a
autoridade;
Se convém, é português,
E pertence à
cristandade.
Fervem por tudo e
por nada,
Andam sempre em
zaragatas;
Têm sempre a faca
afiada,
E garras como as
gatas.
Têm a pele
avermelhada,
Como o índio
americano;
Uma língua só
falada
Por esse povo asiano.
Cantam-lhe algumas
canções,
Os cantores das galés;
Mas se há
aproximações,
Fogem logo a sete pés.
Por que existe uma
tal «raça»
Ninguém o sabe em
verdade;
Talvez um deus, por
chalaça,
A criasse por maldade.
Quem os criou realmente,
Ninguém o pode
dizer;
Talvez Javé, descontente,
Os criasse sem
saber.
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