POEMAS DO VENTO
Por Joaquim A. Rocha
TENDEIRO
Lá vou com a traquitana
pelas aldeias afora.
Vou cantando e vou vendendo,
vou petiscando e bebendo,
vou vendendo e fiando.
No regresso – ó espanto!
Fui vestido e vim de tanga!
Isto é uma vida fandanga…
Pra ser livre, não ter canga,
vende-se tudo ao desbarato;
com certa pompa e aparato,
ao mundo sujo, insensato…
Aos bichos desse outro mato,
de uma selva inda pequena,
toureando noutra arena,
touros mansos e ovelhas;
vacas magras e carneiros,
bebendo copos inteiros,
vinho tinto e jeropiga;
apanhando a espiga,
a azeitona pequenina,
o espinafre e a nabiça,
e ao domingo… ir à missa!
Chiça!
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