POEMAS DO VENTO
Por Joaquim A. Rocha
HAVEMOS DE IR A MELGAÇO
Entre brumas, pinheirais,
Pisando matos, rochedos,
Fugindo dos animais,
Esquecendo nossos medos...
Havemos de ir a Melgaço,
Antes que a barca nos leve,
Beber bom vinho e bagaço,
Brincar na serra c’ a neve.
Se meu cérebro não me ilude,
Como a arte e fantasia,
No colo da sã virtude
Havemos de ir lá um dia.
Ó meu amor verdadeiro,
Antes que o mundo acabe,
Havemos de ver primeiro
O convento do tal frade...
A igreja secular,
A capelinha da Orada,
O rio Minho, o Solar,
A Alameda, a Calçada…
Tudo havemos de ver,
Ó meu amor, camarada:
A Inês Negra a bater
Na pobre d’Arrenegada.
As muralhas do castelo,
A ponte internacional;
As termas, o jardim belo,
A paisagem sem igual.
Ó deuses, bruxos, arcanos,
Não me roubeis esta crença:
Passem dias, meses, anos,
Hei de ir além de Valença.
Hei de ir além de Valença,
Hei de visitar Melgaço;
Não me roubem esta crença,
Deixem-me dar esse passo.
Havemos de ir a Melgaço...
ResponderEliminarse está a espera da carreira
não tem sorte nenhuma
se sair de Braga na segunda talvez lá chegue em dia de feira!