quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

POEMAS DO VENTO
 
Por Joaquim A. Rocha





HAVEMOS DE IR A MELGAÇO

Entre brumas, pinheirais,

Pisando matos, rochedos,

Fugindo dos animais,

Esquecendo nossos medos...

 

Havemos de ir a Melgaço,

Antes que a barca nos leve,

Beber bom vinho e bagaço,

Brincar na serra c’ a neve. 

 

Se meu cérebro não me ilude,

Como a arte e fantasia,

No colo da sã virtude

Havemos de ir lá um dia.
 
 
 
Ó meu amor verdadeiro,

Antes que o mundo acabe,
Havemos de ver primeiro
  O convento do tal frade...

 

A igreja secular,

A capelinha da Orada,

O rio Minho, o Solar,

A Alameda, a Calçada…

 

Tudo havemos de ver,

Ó meu amor, camarada:

A Inês Negra a bater

Na pobre d’Arrenegada.

 

As muralhas do castelo,

A ponte internacional;

As termas, o jardim belo,

A paisagem sem igual.

 

Ó deuses, bruxos, arcanos,

Não me roubeis esta crença:

Passem dias, meses, anos,

Hei de ir além de Valença.

 

Hei de ir além de Valença,

Hei de visitar Melgaço;

Não me roubem esta crença,

Deixem-me dar esse passo.




 

 

 

Nota: este poema foi inspirado num outro do poeta Pedro Homem de Melo, com o título «Havemos de ir a Viana». 



 


 

 

 

 

1 comentário:

  1. Havemos de ir a Melgaço...
    se está a espera da carreira
    não tem sorte nenhuma
    se sair de Braga na segunda talvez lá chegue em dia de feira!

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