sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

POEMAS DO VENTO
 
Por Joaquim A. Rocha




desenho de Rui Nunes 



Dentro de mim, empertigado,

existe um cavalo à solta;

eu – um ser meio cansado,

ele – prenhe de revolta!
 

Porque são incompatíveis

os nossos temperamentos,

travam-se guerras terríveis

sem haver convencimentos!
 

Lutamos noite e dia,

à luz do sol e das trevas;

manhã quente, noite fria,

negras águas, verdes ervas.
 

Relincha, dá coices mil,

todo ele é turbilhão;

eu, já sem água no cantil,

seco, como planta no verão.

 
Neste conteúdo sem forma

sublinha-se o contraste:

um corpo de índole morna

contendo o filho de Marte!

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