terça-feira, 23 de agosto de 2016

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha





CASA DE AO PÉ DA MATRIZ

 

     Sita na Vila de Melgaço. Trata-se de uma habitação normal, muito antiga, sem grandes dimensões mas, tal como todas as casas de fidalgos de linhagem, tem a sua história. Vejamos: certo dia Caetano de Abreu Soares de Novais (*), nascido na Vila de Melgaço a 31/12/1701, tenente de infantaria, resolveu requerer à corte real que autorizasse colocar na sua velha casa da Rua Direita um brasão de armas, visto os seus maiores pertencerem à velha nobreza. A resposta veio a 7/5/1751, no reinado de José I: «Dom José por graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves… e me pedia por mercê que para a memória de seus antepassados se não perder, e ele usar, e gozar da honra das armas, que pelos merecimentos ganharam… lhe mandasse dar minha carta das ditas armas…» // Para que a sua prosápia ainda crescesse mais, a 12/12/1751 foi armado cavaleiro da Ordem de Cristo na igreja da Senhora da Conceição do Colégio de Tomar, perto da cidade de Coimbra, por frei Lucas de Seabra e Silva. // Caetano de Abreu Soares de Novais casara em 1739 com sua prima, Caetana Maria, filha do capitão Domingos Gomes de Abreu, o tal que mandara construir a capela da Pastoriza, e faleceu na dita casa, por si brasonada, a 27/11/1773. Um filho seu, Caetano José, em 1808, fez parte do famoso grupo que quis expulsar os franceses do país. // Os representantes legítimos dessa casa no século XX eram Augusto Jaime de Almeida (1877-1932) e suas irmãs, conhecidas pelas “Almeidinhas”; e no século XXI os netos do dito Jaime de Almeida e de sua esposa, Maria Cristina de Barros, que são: Isabel Maria Almeida e Luciano Jaime Almeida.

     /// (*) Novais é – em princípio - patronímico de Nóvoa (ou Nóboa), pois os antepassados do referido Caetano tinham o apelido Nóboa. // (Consultar a obra do Dr. Augusto César Esteves “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, p.p. 31 a 57).    

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