DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
CASA DE AO PÉ DA MATRIZ
Sita
na Vila de Melgaço. Trata-se de uma habitação normal, muito antiga, sem grandes
dimensões mas, tal como todas as casas de fidalgos de linhagem, tem a sua
história. Vejamos: certo dia Caetano de Abreu Soares de Novais (*), nascido na
Vila de Melgaço a 31/12/1701, tenente de infantaria, resolveu requerer à corte real que
autorizasse colocar na sua velha casa da Rua Direita um brasão de armas, visto
os seus maiores pertencerem à velha nobreza. A resposta veio a 7/5/1751, no
reinado de José I: «Dom José por graça de
Deus rei de Portugal e dos Algarves… e me pedia por mercê que para a memória de
seus antepassados se não perder, e ele usar, e gozar da honra das armas, que
pelos merecimentos ganharam… lhe mandasse dar minha carta das ditas armas…»
// Para que a sua prosápia ainda crescesse mais, a 12/12/1751 foi armado
cavaleiro da Ordem de Cristo na igreja da Senhora da Conceição do Colégio de
Tomar, perto da cidade de Coimbra, por frei Lucas de Seabra e Silva. // Caetano
de Abreu Soares de Novais casara em 1739 com sua prima, Caetana Maria, filha do
capitão Domingos Gomes de Abreu, o tal que mandara construir a capela da
Pastoriza, e faleceu na dita casa, por si brasonada, a 27/11/1773. Um filho
seu, Caetano José, em 1808, fez parte do famoso grupo que quis expulsar os franceses
do país. // Os representantes legítimos dessa casa no século XX eram Augusto
Jaime de Almeida (1877-1932) e suas irmãs, conhecidas pelas “Almeidinhas”; e no
século XXI os netos do dito Jaime de Almeida e de sua esposa, Maria Cristina de
Barros, que são: Isabel Maria Almeida e Luciano Jaime Almeida.
/// (*) Novais é – em princípio - patronímico de Nóvoa (ou Nóboa), pois os antepassados
do referido Caetano tinham o apelido Nóboa.
// (Consultar a obra do Dr. Augusto César
Esteves “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, p.p. 31 a 57).
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