DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
CRIMES
GONÇALVES,
Manuel António (Tojeira). Filho de António José Gonçalves, carpinteiro, de
Paderne, e de Mariana Joaquina Baleixo, costureira, de Remoães,
moradores no lugar da Granja. Neto paterno de Francisco José Gonçalves e de Maria
Ludovina de Araújo; neto materno de Ana Joaquina Baleixo, solteira, da Vila. Nasceu a
6/2/1879 e foi batizado na igreja de Paderne no dia seguinte. Padrinhos: Manuel
António Esteves e Maria de Sousa, solteiros, lavradores. //. Lavrador-proprietário.
// Casou na igreja de Alvaredo a 21/1/1911 com Maria Rosa, de 39 anos de idade,
de Tangil, Monção, moradora desde a idade de um ano no lugar do Coto, Alvaredo,
Melgaço, filha de José Bento Domingues e de Maria Antónia Gonçalves (ou Rodrigues). Testemunhas:
Maximiano Pires, casado, lavrador, e António Fernandes Costa, solteiro,
lavrador, ambos do lugar do Pinheiro, Alvaredo. // Foi assassinado à paulada na
freguesia de Paderne a 11/3/1916, sábado, por António José Vidal, natural de
Paderne, e Francisco José Rodrigues, do Barral, São Paio, os quais foram
presos na cadeia da Vila. Foi abatido à traição; segundo o correspondente em
Paderne do Correio de Melgaço a vítima tinha dado umas bofetadas no Francisco
Rodrigues (Talha
Fraldas) por
este lhe haver destruído uma cancela e parte de uma latada que tinha na sua
propriedade “Cruz de Aldeia”; depois das bofetadas aparece António Vidal (Sainhas),
companheiro do Francisco, e ambos
resolvem fazer a espera ao Manuel António; logo que este surge, dão-lhe umas
pauladas na cabeça, ficando sem fala, e pouco depois da meia-noite morre em sua
casa, sita no lugar de Moinhos, para onde se arrastara; os assassinos eram
ainda jovens – um tinha 16 a 17 anos, e o outro 18 a 19; a arma do crime foi um
pau de uma latada; depois de espancarem o “Tojeira” ambos se dirigiram para um
baile que se realizou em Prado nessa noite; o crime fora cometido às vinte
horas; ambos confessaram o acontecido na administração do concelho, logo que
ali deram entrada, embora o Vidal de início o tenha negado. // «Mal de quem morre»; no dia seguinte, 12,
domingo, houve baile numa casa de Crastos! (ver Correio de Melgaço n.º 191, de
19/3/1916, e Correio de Melgaço n.º 192, de 26/3/1916). // Os réus iriam ser julgados em tribunal a 28/7/1916.
*
VIDAL,
António José. Filho de Manuel Joaquim Vidal, jornaleiro, de Paderne, e de
Delfina do Outeiro, doméstica, de Paços, moradores no Barral. N.p. de
José Joaquim Vidal e de Mariana Alves; n.m. de António do Outeiro e de
Miquelina de Castro. Nasceu a 7/6/1898 e foi batizado a 12 desse mês e ano.
Padrinhos: padre António Esteves, abade de São Paio, e Alexandrinha do
Outeiro, solteira, doméstica. // A 13/7/1912 fez exame do 1.º grau, obtendo a
classificação de «bom»; era seu
professor António Dâmaso Lopes. // Em 1916, juntamente com Francisco José Rodrigues,
do Barral, São Paio, espancou com um pau de latada a Manuel António Gonçalves,
conhecido por “Tojeira”, morador no lugar de Moinhos, resultando dessas
pauladas a morte do agredido; passou algum tempo na cadeia da Vila (ver Correio de Melgaço n.º 191, de 19/3/1916), pois fora condenado a vinte e dois meses de prisão
correcional e 12$00 de multa; o seu companheiro apanhou doze meses de prisão
correcional (Correio de Melgaço n.º 209, de
30/7/1916). // Casou na CRCM a 14/4/1924 com
Maria Vitória, de 18 anos de idade, padernense, filha de Constantino José Gomes e de
Maria de Sousa e Castro. // Faleceu em Paderne a 17/1/1967.
Nota: quanto a Francisco José Rodrigues, ainda não tenho a sua biografia.
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