quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OS NOVOS LUSÍADAS

Por Joaquim A. Rocha



15

É Camões que morre, é Portugal,
Sonho de alta glória que se esvai;
E do bem que havia surge o mal,
Das feridas abertas o sangue sai.
 A língua mãe cobre-se com cal,
E a vil desonra sobre ela cai;
Das entranhas do ser o medo nasce,
Pede-se a Zeus que o rebanho pasce.

16

É a alma portuguesa que perece,
O esplendor das descobertas se apaga;
O mundo todo de nós já se esquece,
Não há mais para nós a nobre saga;
Os passados feitos já não merece,
A nobre prosa que a ação sagra.
E pra que dos vis não reze a História,
Farei dos traidores a suja escória. 

(continua)...

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