ESCRITORES E INVESTIGADORES MELGACENSES (E AFINS)
Por Joaquim A. Rocha
- Eurico Crispim (Eurico António Crispim da Silva). Filho de Francisco Crispim, carpinteiro, natural de Rouças,
e de Maria Teresa Trancoso [da Silva], lavradeira, natural de Paços, moradores
no lugar de Merelhe. Neto paterno de João Manuel Crispim e de Maria Rodrigues;
neto materno de Francisco Trancoso e de Francisca Afonso. Nasceu em Paços a
18/9/1898 e foi batizado na igreja paroquial a 22 desse mês e ano. Padrinhos:
António Trancoso da Silva, negociante, residente no Rio de Janeiro, Brasil,
representado por Luís Martins, casado, lavrador, do lugar de Sá, Paços, e
Alexandrina Gonçalves Torres, solteira, camponesa, moradora no lugar da Granja.
// Ainda novo, embarcou para o Brasil, onde se tornou famoso.
Vejamos o que se diz na Internet sobre ele: «Dois anos
depois de chegar ao Brasil, em 1919, e a viver no Rio de Janeiro com amigos
portugueses, iniciou a carreira de ator ao estrear-se na Companhia Eduardo
Pereira com a peça “O Mártir do Calvário”, de Eduardo Garrido, apresentada no
Teatro Carlos Gomes. Nos seguintes anos percorreu várias cidades brasileiras
com diferentes companhias e peças teatrais, enquanto aprendia a arte do seu
ofício e ganhava nome no meio artístico. Nos seus tempos livres escrevia
histórias e peças teatrais, sem no entanto as publicar ou encenar. Anos mais
tarde, em 1932, apresentou a primeira das quinze peças que escreveu até então: “Um
Caso de Polícia”, estreando-se como dramaturgo na Companhia de Procópio
Ferreira, notório ator e produtor, filho de pais portugueses, ainda hoje
considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Com a mesma Companhia
percorreu as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, apresentou as peças
“Delicadeza”, 1933, “Pense Alto”, 1933, “Divorciados”, 1934, “Um Homem”, 1936,
e “Frederico II”, 1936, todas da sua autoria, e traduziu outras nove obras, a
pedido do próprio Procópio Ferreira. // No ramo das adaptações, durante a
década de trinta e quarenta, realizou a tradução de várias peças do francês,
italiano ou espanhol, muitas vezes em parceria com Djalma Betencourt, futuro
administrador da Revista de Teatro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
Os autores que escolhia geralmente eram comediógrafos espanhóis ou da América
Latina, como Enrique Suarez de Deza, Pedro Muñoz Seca, Perez Fernandes, ou
ainda ingleses, como Harry Paulton e Oscar Wilde. // Em 1937 Eurico Silva
fundou e dirigiu a Companhia Teatral Cazarré-Elza Delorges, continuando a
actuar, escrever e encenar inúmeras peças. Nos seguintes anos iniciou uma nova
fase na sua vida: estreou-se na rádio, atuando no programa “Teatro em Casa”,
1939, da Rádio Nacional, como ator e produtor, e no cinema, ajudando Luís de
Barros com a adaptação do seu roteiro em “O Samba da Vida”, 1937, escrevendo os
diálogos dos filmes “Asas do Brasil”, 1940, “Céu Azul”, 1941, que contava com a
participação de Chianca de Garcia, e “Não Adianta Chorar”, 1945, com o
comediante Oscarito e o compositor de samba português J. Rui, sendo o argumento
inteiramente da sua autoria.»
«Entre 1947 e 1950 foi
roteirista do programa “Poemas e Canções”, que teve continuação com “Poemas
Sonoros”, da Rádio Nacional, e desde então como produtor tornou-se responsável
por vários programas famosos à época, como “Versos e Melodias”, “Paisagens de
Portugal”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”. Foi ainda autor de
radionovelas, como “Boa Noite”, “Saudade”, 1962. “A Noite do Meu Destino”,
1957, além de ter traduzido outras, como “O Direito de Nascer”, 1951, de Félix
Caignet, transmitida em 273 capítulos, tornando-se no caso de maior sucesso do
género já registado no país. // Durante a década de cinquenta estreou-se na
televisão, adaptando a peça de sua autoria “O Grande Marido”, para um episódio
da série televisiva Grande Teatro Tupi, sendo novamente adaptado para o cinema
como “Um Marido Barra-Limpa”, 1957, que marcou a estreia do ator comediante
Ronald Golias (embora
o seu lançamento tenha ocorrido dez anos depois). Mais tarde, em 1965,
escreveu as novelas “Olhos Que Amei”, para a Rede Tupi, e “E a Primavera Chegou”,
para a TV Rio. // No total escreveu trinta e três peças de teatro, mais de
quarenta radionovelas, duas telenovelas, três filmes, traduziu trinta e quatro
peças estrangeiras, actuou e encenou dezenas de peças, produziu inúmeros
programas de rádio e ainda dirigiu alguns filmes.»
«Português de nascimento, EACS
nasceu em Vila de Melgaço a 16/9/1900 (!). Autor de radionovelas durante a era
do rádio, mudou-se para o Brasil em 1916 e em 1919 iniciou a carreira de ator
com a peça O Mártir do Calvário, de Eduardo Garrido, apresentada no Teatro
Carlos Gomes. A mudança para o Rio de Janeiro dera-se por ter ali alguns amigos
padeiros, mas logo Eurico Silva se interessa pelo meio artístico. A primeira
das quinze peças que escreveu, estreou em 1932, pela Companhia de Procópio
Ferreira, para quem traduziu outras tantas. Em 1939 transferiu-se para o rádio,
atuando no programa “Teatro em Casa” da Rádio Nacional, como ator e produtor.
Dois anos mais tarde voltou para o teatro e em 1945 voltou à emissora. Como
produtor tornou-se responsável por vários programas famosos à época, como “Versos
e Melodias”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”, e foi autor de vinte e oito
radionovelas, além de ter traduzido outras, como o “Direito de Nascer”, de
Félix Caignet, transmitida em 1951 em 273 capítulos, e que veio a ser o maior
sucesso do género já registado no país. Com a estreia da televisão, é um dos
redatores das novelas da Rede Tupi, onde escreveu “Olhos Que Amei”, em 1965…”»
«E.A.C.S. nasceu em Portugal no dia 18/9/1900 (!).
Aos dezasseis anos veio para o Brasil e três anos depois estreava como ator da
Companhia Eduardo Pereira, no antigo Teatro Carlos Gomes, na peça “O Mártir do
Calvário”. Em 1939 a Rádio Nacional o contratou como ator e produtor de peças
para o saudoso e histórico Teatro em Casa. Em 1941 voltou ao teatro para em
1945 reingressar na PRE-8, dessa vez como ator, ensaiador e produtor. Redigiu,
entre 1941 e 1959, cerca de 28 novelas e produziu inúmeros programas, entre os
quais “Versos e Melodias”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”, “Tabuleiro da
Baiana”, “Poemas Sonoros”, e “Você Faz o Programa”.»
NOTA: este livro, Escritores e Investigadores Melgacenses (e Afins), com cerca de cento e oitenta páginas, ainda não está publicado. Caso alguém esteja interessado nele, poder-se-á mandar fazer um exemplar numa Casa de Cópias. // O preço andará entre 10 a 12 euros. // Contacto: joaquim.a.rocha@sapo.pt
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