terça-feira, 29 de janeiro de 2019

GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO
(microbiografias)
 
VILA DE MELGAÇO (SMP)
 
Por Joaquim A. Rocha





melgacenses do século XIX


SOUSA, António (Dr.) Filho de Custódio Manuel de Sousa, de Labrujó, e de Rosa Pereira, de Vascões, Paredes de Coura, proprietários. Nasceu em Labrujó, Ponte de Lima, por volta de 1850. // Veio para Melgaço em 1877, ano em que terminara o curso de Medicina e Cirurgia na Universidade de Coimbra, a fim de assumir o cargo de facultativo municipal. // Em 1896 esteve em Castro Laboreiro e declarou que era urgente tomar providências com o objetivo de extinguir a doença chamada «influenza», que ali grassava. // Em 1897 tornou-se administrador efetivo do concelho de Melgaço, tendo como substituto o Dr. Durães (pai). // Em 1898 pediu a exoneração de cirurgião-ajudante do exército (Valenciano n.º 1835, de 27/2/1898). // Em Junho de 1907 era de novo administrador do concelho, mas logo pediu a demissão (JM 693, de 25/7/1907). // Em 1908 deslocou-se a Viana a fim de prestar juramento como administrador do concelho de Melgaço; era na altura Governador Civil do distrito o Dr. Luís Augusto de Amorim, cuja posse lhe tinha sido dada recentemente (JM 724). // Tomou posse de administrador a 10/3/1908. // Nesse ano de 1908 era ele o chefe do Partido Progressista em Melgaço e diretor clínico da Empresa das Águas Minerais do Peso (JM 732, de 7/5/1908). // A 19/4/1909 foi padrinho de António Rodrigues, nascido na Vila a 13 desse mês e ano; a madrinha era Maria Joaquina Pires, solteira, proprietária. // Depois de Outubro de 1910 o regime mudou, vieram os republicanos tomar conta do poder, foi demitido de médico municipal pelo presidente da Comissão Administrativa, João Pires Teixeira; ele interpôs recurso à Comissão Distrital, que o reintegrou, recebendo todos os vencimentos em atraso (Correio de Melgaço n.º 74, de 9/11/1913); a partir daí abandonou a política ativa. // No jornal citado, n.º 74, alguém lhe dedicou um poema. // A 1/12/1912 foi nomeado diretor clínico, interino, do hospital da SCMM. // Morreu na sua casa de Eiró de Baixo, Rouças, a 17/5/1914, domingo, no estado de solteiro, com sessenta e quatro anos de idade, e foi sepultado na terça-feira no cemitério público, no jazigo de Emília de Barros Durães (ver Correio de Melgaço n.º 101, de 24/5/1914). // O Dr. António Fânzeres, médico em Paredes de Coura, candidatou-se ao seu lugar, mas não foi escolhido (Correio de Melgaço n.º 106 e 108). O escolhido pela Câmara a 16/7/1914 foi o Dr. Miguel Pereira da Silva Fonseca, de Barcelos, mas penso que não chegou a vir para Melgaço. // Finalmente foi substituído, como facultativo, pelo Dr. Germano Augusto Fernandes, de Monção, tomando posse a 23/1/1915; mas, apesar de ter recebido dinheiro da Câmara Municipal, não apareceu ao serviço, deixando-se ficar por Famalicão. Veio depois o Dr. Manuel Pinto de Magalhães, médico em Lousada, o qual foi nomeado pela Câmara Municipal em reunião extraordinária de 24/5/1915. // A Casa e Quinta de Eiró foram por ele e seu irmão Francisco, contador do juízo, casado com Maria Pia Pereira de Castro, da Casa de Galvão, doados à Santa Casa da Misericórdia de Melgaço a fim dali ser instalado um Asilo para pobres, o que veio a acontecer depois de 20/9/1936. Daí chamar-se Lar Pereira de Sousa, em homenagem aos dois irmãos. // Além do Francisco, tinha outro irmão: José António Pereira de Sousa, casado, advogado, residente na Vila dos Arcos de Valdevez. // Nota: embora no seu assento de óbito se diga que morreu solteiro e sem filhos, consta que gerou em Maria Pires, sua empregada, uma criança do sexo masculino, à qual deram o nome de António, mais tarde comerciante na Vila, conhecido por “António Xinto”. Verdade? Mentira?

 
SOUSA, Francisco. Filho de Custódio Manuel de Sousa, de Labrujó, Ponte de Lima, e de Rosa Pereira, de Vascões, Parede de Coura. Nasceu na dita freguesia de Labrujó por volta de 1854. // Veio para Melgaço como contador do juizo de direito. Como tinha aqui o seu irmão médico, Dr. António Pereira de Sousa, por aqui se deixou ficar. // Casou em 1916 (pelo civil na freguesia de Rouças, onde residia, e pelo religioso nos Arcos de Valdevez – ver Correio de Melgaço n.º 210, de 6/8/1916, e n.º 211, de 13/8/1916) com Maria Pia Pereira de Castro, da Casa de Galvão. // Morreu a 14/2/1919. // A sua viúva finou-se a 24/11/1935. // Sem geração. // Por ter doado a Casa e Quinta de Eiró de Baixo à SCMM esta, em sua homenagem, deu ao Asilo o nome de “Lar Pereira de Sousa”.    

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