sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

ESCRITORES MELGACENSES
 
Por Joaquim A. Rocha




António Joaquim de Castro Feijó

 
     Foi por pouco que não nasceu em Melgaço, terra do seu pai. Apesar de não ter nascido em terras melgacenses sentimos muito orgulho nele e na sua obra.
 

     Filho de José Agostinho Bulhão de Figueiroa Correia Feijó, nascido na Quinta da Cordeira, Rouças, Melgaço, e de Joana do Nascimento Malheiro Pereira de Lima Sampaio, nascida em Ponte de Lima, onde fixaram residência. O futuro poeta António Feijó nasceu em Ponte de Lima a 1/6/1859. Lê-se no Pequeno Dicionário de Autores de Língua Portuguesa: «Diplomata e poeta. Fez os estudos preparatórios em Braga e cursou Direito em Coimbra, ingressando tempos depois na carreira diplomática: serviu no Brasil (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco), e na Suécia como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário. (…) Parnasiano, quiçá o mais autêntico dos poetas portugueses parnasianos da geração de oitenta, aproxima-se todavia de um simbolismo que prenuncia o modernismo na poesia portuguesa. Muito versátil, maneja com grande mestria uma enorme diversidade de metros, a que se acomoda com extrema facilidade, dando largas a uma sensibilidade delicada e mórbida em poemas onde se sentem influências que vão de Leopardi (pessimismo), Hugo e Baudelaire (aquisições estéticas) a Junqueiro e João Penha. Com o pequeno poema “Sacerdos Magnus” participou em 1881 na comemoração do Centenário de Camões e com “Transfiguração” (1882) estreou-se em livro. A partir das “Líricas e Bucólicas” um lirismo cálido e suave, onde predominam os temas da morte, do outono, das ruínas, instala-se na sua poesia. A tradução que Judite Gauthier fez do “Livro de Jade” inspirou-lhe o “Cancioneiro Chinês” (1890), livro composto de adaptações dos grandes poetas do século VIII, da dinastia dos Tang. Deixou colaboração na Revista de Coimbra, Correspondência de Coimbra, Evolução, no Diário da Manhã, na Folha Nova, no Novidades, e ainda em A Arte, revista coimbrã, orientada por Eugénio de Castro e Manuel da Silva Gaio, que desempenhou um importante papel na afirmação do Simbolismo em Portugal. Morreu em Estocolmo em 21 de Junho 1917.» Além das obras acima mencionadas, tem ainda: Janela do Ocidente, Ilha dos Amores, Sol de Inverno, Novas Bailatas, etc.
 
 




Nas Obras Completas de Augusto César Esteves, edição da Câmara Municipal de Melgaço, diz-se que ele casou com Maria Luísa Carmen Mercedes Joana Lewin, a qual faleceu em 1915, deixando dois filhos: António Nicolau e Joana Mercedes. // Aquando da morte da esposa, escreveu: «E eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!» // «Chorando intimamente as suas grandes mágoas,/Sem Deus se comover na vastidão cerúlea.» // «… bem claro os íntimos pesares,/A tristeza profunda, o lúgubre desgosto, /Que murcharam a flor vermelha do seu rosto/E apagaram o brilho etéreo dos seus olhos         
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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