ESCRITORES MELGACENSES
Por Joaquim A. Rocha
António Joaquim de Castro Feijó
Foi por pouco que não nasceu em Melgaço, terra do seu pai. Apesar de não ter nascido em terras melgacenses sentimos muito orgulho nele e na sua obra.
Filho de José Agostinho
Bulhão de Figueiroa Correia Feijó, nascido na Quinta da Cordeira, Rouças,
Melgaço, e de Joana do Nascimento Malheiro Pereira de Lima Sampaio, nascida em
Ponte de Lima, onde fixaram residência. O futuro poeta António Feijó nasceu em
Ponte de Lima a 1/6/1859. Lê-se no Pequeno Dicionário de Autores de Língua
Portuguesa: «Diplomata e poeta. Fez os
estudos preparatórios em Braga e cursou Direito em Coimbra, ingressando tempos
depois na carreira diplomática: serviu no Brasil (Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Pernambuco), e na Suécia como enviado extraordinário e ministro
plenipotenciário. (…) Parnasiano, quiçá o mais autêntico dos poetas portugueses
parnasianos da geração de oitenta, aproxima-se todavia de um simbolismo que
prenuncia o modernismo na poesia portuguesa. Muito versátil, maneja com grande
mestria uma enorme diversidade de metros, a que se acomoda com extrema
facilidade, dando largas a uma sensibilidade delicada e mórbida em poemas onde
se sentem influências que vão de Leopardi (pessimismo), Hugo e Baudelaire
(aquisições estéticas) a Junqueiro e João Penha. Com o pequeno poema “Sacerdos
Magnus” participou em 1881 na comemoração do Centenário de Camões e com
“Transfiguração” (1882) estreou-se em livro. A partir das “Líricas e Bucólicas”
um lirismo cálido e suave, onde predominam os temas da morte, do outono, das
ruínas, instala-se na sua poesia. A tradução que Judite Gauthier fez do “Livro
de Jade” inspirou-lhe o “Cancioneiro Chinês” (1890), livro composto de adaptações
dos grandes poetas do século VIII, da dinastia dos Tang. Deixou colaboração na
Revista de Coimbra, Correspondência de Coimbra, Evolução, no Diário da Manhã,
na Folha Nova, no Novidades, e ainda em A Arte, revista coimbrã, orientada por
Eugénio de Castro e Manuel da Silva Gaio, que desempenhou um importante papel
na afirmação do Simbolismo em Portugal. Morreu em Estocolmo em 21 de Junho 1917.»
Além das obras acima mencionadas, tem ainda: Janela do Ocidente, Ilha dos
Amores, Sol de Inverno, Novas Bailatas, etc.
Nas Obras Completas de Augusto César Esteves, edição da Câmara Municipal de Melgaço, diz-se que ele casou com
Maria Luísa Carmen Mercedes Joana Lewin, a qual faleceu em 1915, deixando dois
filhos: António Nicolau e Joana Mercedes. // Aquando da morte da esposa,
escreveu: «E eu nunca mais pude
esquecê-la, nunca!» // «Chorando
intimamente as suas grandes mágoas,/Sem Deus se comover na vastidão cerúlea.»
// «… bem claro os íntimos pesares,/A tristeza profunda, o lúgubre desgosto, /Que
murcharam a flor vermelha do seu rosto/E apagaram o brilho etéreo dos seus
olhos!»
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