DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
desenho de Luís Filipe G. P. Rodrigues |
ROUBOS
Ao longo dos séculos foram acontecendo: uns mais violentos, outros menos, mas sempre deixando um rasto de desalento nas pessoas roubadas. Normalmente nós pensamos que isso só acontece aos outros, mas todos, sem exceção, estamos sujeitos a ser assaltados pelos ladrões, cada vez em maior número. Segundo a lenda, e isso lê-se na bíblia dos cristãos, no velho testamento, Eva roubou da macieira uma simples maçã; o deus Jeová não lhe perdoou, expulsando-a do paraíso! Agora, segundo consta, os tribunais não castigam com severidade; as penas são pequenas, deixando-nos a ideia de que o crime compensa.
PEREIRA,
Firmino. Filho de Bernardino Pereira e de Marcelina Esteves Cordeiro, residentes
no lugar das Lages. Neto paterno de Francisco Pereira e de Maria Joana Gonçalves; neto materno
de Francisco António Esteves Cordeiro e de Mariana Gonçalves, todos lavradores.
Nasceu em Penso a 2/3/1872 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: os avós
maternos, de Casal Maninho. // Proprietário. // Casou com Maria Amália da Cruz
Rodrigues. // Em Junho de 1918, quando andava a
sachar nas suas propriedades, os gatunos partiram o vidro de uma janela de sua
casa, roubando-lhe um relógio e corrente de prata, dois cordões de ouro, uma
aliança de ouro, e algum dinheiro, pouco, por não terem encontrado mais
(Jornal de Melgaço n.º 1211, de
22/6/1918).
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ALMEIDA, Maria das Dores. Nasceu por volta de 1858. //
Em 1918 a Câmara Municipal concedeu-lhe uma licença para ela vedar um seu
quintal, sito à Feira Nova (JM 1198, de 9/3/1918). // Tinha a profissão de forneira. //
A 26/4/1906 foi madrinha de Paulo José de Sousa. // A
9/3/1919, enquanto ela estava na feira, assaltaram-lhe a casa, de onde furtaram
um cordão de ouro e 81$50 (JM 1242,
de 13/4/1919). // Faleceu na Vila de Melgaço a --/--/1933, com 75 anos de idade.
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No Jornal de Melgaço n.º 1264, de 28/9/1919, lê-se, referindo-se o autor
da notícia à freguesia de Penso: «A vindima por aqui este ano faz-se, com raras excepções,
muito antes do tempo, porque o lavrador, vendo a desenfreada roubalheira que
todos os dias se nota, resolveu fabricar vinho novo, a fim de evitar a
continuação de tais abusos.»
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