DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
CASA
DO REGUENGO
Sita
na freguesia de Paderne, concelho de Melgaço. // No século XVI a Quinta pertencia a Fernando de
Castro, alcaide-mor de Melgaço, casado com Ana Meneses, que a vendeu – através de um seu representante em Lisboa – a 24/3/1606, por um milhão e cinquenta mil réis, a Inácio
Velho de Araújo, mercador, com fortuna angariada em negócios vários, sobretudo
na Índia. Este Inácio veio viver para esta Quinta, chegando a ter algum
prestígio, graças ao seu dinheiro, pois foi provedor da Santa Casa da Misericórdia
de Melgaço. Como não tinha herdeiros, deixou esses bens à dita Santa Casa. //
Não tardou a ser vendida de novo: o capitão Agostinho Soares de Castro
Vasconcelos, detentor do hábito de Cristo, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço em 1673 e 1685,
filho do capitão Miguel Castro Soares e de Madalena Felgueiras, e neto paterno
do abade Tristão de Castro, comprou-a, a 29/9/1675, à Misericórdia de Melgaço,
por 520 mil réis e um foro de oito lampreias, e depois mandou construir ali o
seu belo solar, que ainda hoje nos encanta. // Em 1759 residia ali Agostinho
Soares de Castro e esposa, Benta Antónia da Silva Sotomaior. // Também
pertenceu a José de Sá Sotomaior, antigo presidente da Câmara Municipal, o
qual, a 14/2/1868, no estado de solteiro, foi padrinho de Guilhermina Martins,
nascida em Paderne dois dias antes. // Com a chegada do regime republicano, a 5 de Outubro de 1910, os fidalgos perderam muitos dos seus privilégios, deixando de ter capacidade financeira para suportar as despesas com estes solares, acabando por os vender aos novos ricos, gente da indústria ou do comércio. Nessa Quinta produz-se alvarinho de
qualidade. // O Solar nos últimos anos tem servido de Hotel.
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