ANEDOTAS
Por Joaquim A. Rocha
Vitorino
da Silva, mais conhecido por Tino de Rans, andava triste, pois as sondagens
para a presidência da República não o favoreciam; entre os dez candidatos ele
ficava nos últimos lugares, arruinando dessa maneira os seus sonhos. «Como Belém está tão longe», ruminava
ele. Uns dias antes das eleições sentou-se na mesa de Café a fim de repensar a
sua estratégia. Logo a seguir sentou-se um indivíduo a seu lado, comentando:
- As
coisas não lhe estão a correr bem, senhor Tino. Deixe lá, outras oportunidades
surgirão, o senhor ainda é muito novo.
- De
facto, a minha mensagem não está a passar. Segundo as sondagens, terei dois por
cento dos votos! É pouco, muito pouco, para quem deseja ser presidente.
- E se o
senhor, logo a seguir às eleições, fundasse um partido?
- Não é
má ideia, não senhor; mas já há tantos! Acha que teria alguma aceitação?
-
Depende da dinâmica que lhe imprimir, das ideias, dos atos; o povo já está
cansado dos velhos partidos – prometem muito, mas quando vão para o governo e
para a assembleia não cumprem nenhuma das promessas; só sabem aumentar os
impostos, tirar aos pobres para dar aos ricos. O seu partido seria do povo e
para o povo, esse povo trabalhador, eternamente explorado, sugado até ao tutano.
- E que
nome daria ao meu partido?
- Eu
sugiro que se chame PPL.
- E isso
o que quer dizer?
- Partido
da Pedra Lascada.
- Assim
se chamará; lascar pedra é a minha especialidade.
- Prà frente! O país precisa de Tino.
- Prà frente! O país precisa de Tino.
Ambos saíram do estabelecimento, de braço
dado, delineando o projeto, a maqueta do futuro partido, quiçá o vencedor das
próximas eleições legislativas.
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