SONETOS DO SOL E DA LUA
Por Joaquim A. Rocha
(181)
Nasce
o sol, vai-se a noite, vem o dia,
No
cosmos os corpos se esconderam;
Esperanças
e luzes se acenderam,
Mas
no meu peito a dor permanecia.
Meu
coração, febril, forte batia,
Velas
de um navio que romperam,
Ilusões
que jamais se recuperam…
Marinheiro
que no mar alto morria.
Não
há luta, nem resiliência,
Tudo
ferve no caldeirão da morte;
Eu,
no reino calmo da paciência,
Liberto
pra sempre das leis da sorte,
Choro
em silêncio a minha ausência,
Meu
pobre destino, o meu desnorte.
*
UMA
VIDA ASSIM
(184)
Colhi
sonhos no auge da ilusão,
Perfumes
que o tempo desfez um dia;
Sonhos
pueris, de intensa magia,
Mais
leves do que um simples balão.
Restou,
no meu pequeno coração,
Um
simulacro de dor, apatia;
Nos
meus olhos laivos de agonia,
No
meu peito sementes de paixão.
Continuo
a viver, independente,
Sem
quaisquer compromissos, sem contrato,
Livre
como todas as aves do céu.
Passeio
de continente em continente,
Deixando
fragmentos do meu retrato,
Daquilo
que fui, sem jamais ser eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário