GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO
(Freguesia da Vila-SMP)
Por Joaquim A. Rocha
// Continuação…
ABREU,
Domingos Gomes. // Foi capitão das ordenanças, em cujo posto tomou parte ativa
nas lutas da Restauração. // Foi irmão leigo da Confraria do Espírito Santo,
etc. // Casou com uma senhora de apelido Coelho Novais. // Faleceu na casa fronteira
à Misericórdia a 22/9/1697. // Com geração.
ABREU,
Duarte. Filho de Paulino de Abreu, solicitador, e da Dr.ª Teresa Rodrigues,
advogada. Nasceu a 9/8/2005. (VM 1299, de 1/8/2008).
ABREU,
Elsa. Filha de Paulo Jorge de Castro Abreu, fotógrafo, e de Maria Lídia Dias. Neta
paterna de Germano Abreu e de Aurora de Castro; neta materna de
----------------- Dias e de ----------------------------. Nasceu a --/--/199 –
e foi batizada a --/--/1998. Padrinhos: Vítor Abreu e Maria Armanda Abreu, tios
paternos da neófita. O almoço foi servido no Restaurante Miradouro (Pegaso).
ABREU,
Emília. Filha de -------- Gomes de Abreu e de ------------------------------.
Nasceu em Melgaço por volta de 1843. // Morreu na sua casa da Rua de Baixo, Vila,
no estado de solteira, a 30/1/1911, com todos os sacramentos, com testamento, com cerca de 68
anos de idade, e foi sepultada no cemitério municipal. // Com geração.
ABREU,
Emília da Graça. Filha de José Manuel Gomes de Abreu e de Joaquina de Jesus,
moradores na Corga, SMP. N.p. de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança
Teresa Araújo Lima, da Calçada, Melgaço; n.m. de José Cardoso Santos e de Joana
Maria da Purificação, de Lamego. Nasceu a 1/1/1827 e foi batizada na igreja
matriz a 11 desse mês e ano. Padrinhos: padre Guilherme
Cândido de Sousa e Castro e Rita Rosa de Sousa, ambos da Quinta da
Torre, juradia da Várzea.
ABREU,
Firmino da Glória. Filho de António Joaquim de Abreu e de Maria José Esteves,
moradores em Moinhos, SMP. N.p. de António José de Abreu e de Ana Luísa Vieira,
de Soengas, Chaviães; n.m. de Domingos António Esteves e de Ana Maria
Esteves, de Lágeas, Penso. Nasceu a 20/3/1849 e foi batizado na igreja
matriz a 23 desse mês. Padrinhos: Caetano de Abreu e sua tia Ludovina de Abreu
Cunha Araújo, do Rio do Porto.
ABREU,
Francisco José. Filho de João Luís Abreu e de Maria Rosa. N.p. de Manuel de
Abreu e de Maria Gonçalves; n.m. de José Gomes Araújo e de Isabel Domingues,
todos a residir intramuros. Nasceu a 13 de Agosto de 1788 e foi batizado na
igreja matriz a 16 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco José da Costa e Teresa
Josefa Pinto Cardoso, todos melgacenses.
ABREU,
Francisco José. // Morou na Rua da Misericórdia, SMP. // Faleceu solteiro, a
5/7/1835, e foi sepultado na igreja matriz.
ABREU,
Francisco Manuel. Filho de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de
Araújo, moradores na Calçada, SMP. N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Maria
Pereira Araújo, do dito lugar; n.m. de Manuel António Araújo e de Maria
Gonçalves, moradores intramuros. Nasceu a 21/1/1802 e foi batizado na igreja a
31 desse mês. Padrinhos: Duarte Domingues de Araújo e sua esposa, Maria Benta,
de Cristóval. // Faleceu em SMP, a 4/1/1846, solteiro. Teve ofício de
clérigo geral e foi sepultado na igreja matriz.
ABREU, Francisco
Manuel. Filho de José Manuel Gomes de Abreu e de Joaquina de Jesus, moradores
na Corga, SMP. N.p. de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de
Araújo; n.m. de José Cardoso dos Santos e de Maria Manuela da Purificação,
ambos do bispado de Lamego. Nasceu a 18/6/1824 e foi batizado na igreja matriz
a 29 desse mês. Padrinhos: Francisco José Pereira e esposa, Ana de Araújo, do
Campo da Feira de Fora, SMP, comerciantes.
ABREU,
Francisco Xavier. Filho de Lourenço José Gomes de Abreu, proprietário da vara
de meirinho-mor da Vila de Monção por carta de Maria I, de 12/2/1778; 3.º
administrador da capela da Pastoriza e vínculo do Louridal, etc. // Casou duas
vezes, sendo a 2.ª vez com Jacinta Rosa Lobo da Cunha Malheiro Sotto Mayor,
filha do senhor do morgadio do Reguengo, em São Paio de Jolda, Arcos de
Valdevez.
ABREU,
Francisco Xavier. Filho e herdeiro de António Xavier Marinho Gomes de Abreu. Nasceu
em Viana a 22/3/1816. // Casou em 1853 com Catarina B. Sena Cardoso Pinto de
Morais Sarmento, filha de Manuel José Cardoso Pinto, cavaleiro professo na
Ordem de Cristo e coronel de milícias do Grão-Pará. // Foi o quinto
administrador da capela da Pastoriza e vínculo do Louridal, cuja anulação
requereu em 1832 e lhe foi concedida por D. Miguel em 31 de Março desse ano. //
Foi este fidalgo que vendeu as terras do morgado do Louridal, por 420.000 réis,
a António Máximo Gomes de Abreu, que não as chegou a usufruir, sendo as mesmas
vendidas ao comendador Carlos João Ribeiro Lima a 20/4/1860. // Faleceu em 1862.
ABREU,
Gaspar Esteves. // Nasceu por volta de 1852. // Morou na Rua de Baixo do Rio do
Porto, SMP. // Alfaiate. // Tinha 35 anos de idade,
era solteiro, quando foi assassinado, em lugar incerto, a 31/7/1887, aparecendo
estrangulado e esfaqueado nos limites da freguesia de Remoães. Sepultaram-no
no sítio onde apareceu.
ABREU,
Gaspar Gomes. // Neto de Gomes Rodrigues de Magalhães. // Foi o 1.º Abreu que
se fixou em Melgaço, por aqui ter casado com Ana Afonso.
ABREU,
Germano. Filho de José de Abreu, empregado comercial, e de Virgínia de Abreu,
operária fabril, ambos de Guimarães. Neto paterno de Casimiro de Abreu e de
Antónia Maria Ribeiro; neto materno de António de Abreu e de Rosa Ferreira. Nasceu
em Oliveira, São Mateus, Famalicão, a 16/9/1946. // Fez a instrução primária em
Serzedelo, Guimarães. // Aos catorze anos iniciou a sua aprendizagem de
fotógrafo em Riba de Ave, Famalicão, na loja de seu irmão, denominada “Foto
Brigadeiro”, permanecendo ali cinco anos. A seguir vai para a Casa homónima,
sita em Caminha, também propriedade de seu irmão, onde esteve ano e meio. Dali
foi para Penafiel, para a “Foto Antony”, onde se especializa sob a orientação
de António Guimarães. Passados dois anos regressa à “Foto Brigadeiro”, em
Caminha, onde se manteve mais dois anos. Resolve então vir para Melgaço.
Estávamos em 1970. Com o dinheiro que economizara abre o estabelecimento de
fotografia “Foto Brigadeiro” (serviços de casamento, batizados, banquetes,
homenagens e cerimónias). A sua fama vai aumentando. Ainda não satisfeito com
os seus conhecimentos, especializa-se em fotografia a cores na Kodak
Portuguesa, em Linda-a-Velha. Assistiu também a exposições fotográficas em
Colónia (Alemanha), em Bruxelas (Bélgica), e em Amsterdão (Holanda).
// Casou na igreja de Campos, Vila Nova de Cerveira, com Isaura da Conceição
Perrucho de Castro (em Julho de 1970, salvo erro). // Pai de Paulo Jorge, de Vítor Manuel, ambos fotógrafos,
e de Maria Armanda.
ABREU,
Gomes Gonçalves. Filho do alcaide Gomes Lourenço de Abreu. // Teve a alcaidaria
de Melgaço durante a 1.ª guerra com Castela (1369-1371); fora nomeado a
19/8/1368.
ABREU,
Gomes Lourenço. // Teve a alcaidaria-mor do castelo de Melgaço no tempo de
Afonso IV (1325-1357).
ABREU,
Inácio Luís. Filho de João Luís de Abreu e de Maria Rosa Ribeiro, moradores na
Rua da Misericórdia, intramuros. N.p. de Manuel de Abreu e de Maria Gonçalves;
n.m. de José Gomes Ribeiro e de Isabel Domingues, todos melgacenses. Nasceu a
5/11/1784 e foi batizado na igreja três dias depois. Padrinhos: bacharel Inácio
Luís Ribeiro e esposa, Manuela Luísa Fernandes Codesso, residentes na Rua
Direita, SMP. Testemunha: Francisco José da Costa.
ABREU,
Jerónimo. Filho de -------- Gomes de Abreu e de ---------- Magalhães. Nasceu a
--/--/17--. // Teve o cargo de sargento-mor das Ordenanças. // Morou na Quinta
de São Julião, SMP. // Morreu a 16/5/1781 e foi amortalhado com o hábito de São
Francisco. // Nota: deve ser o mesmo
que gerou um filho (António Bernardo Gomes) em Jerónima da Cunha, solteira,
falecida antes de 1775.
ABREU,
João. Filho de Maria José Alves. // Casou em SMP a 20/7/1811 com Maria Josefa
de Araújo, filha de Maria Soares “Menina”, moradora no lugar da Corga, SMP.
Testemunhas: padre FXTS, AS, mordomo, e Pedro António Castanheira, todos da
Vila de Melgaço.
ABREU,
João Caetano. Filho de Boaventura Gomes de Abreu e de Antónia Maria de Abreu,
de São Julião, arrabaldes da Vila. Neto paterno de Pedro Gomes de Abreu e de
Paula de Abreu, solteira, do dito lugar; neto materno de Sebastião Esteves e de
Guiomar Gomes de Abreu, da Barqueira, Alvaredo. Nasceu a 28/5/1760 e foi
batizado na igreja a 1 de Junho desse ano. Padrinhos: Lourenço João António
Araújo e sua esposa, Mariana Gomes de Figueiroa, residentes na Quinta do Rio do
Porto, SMP. Testemunhas: padre Manuel Gomes Ribeiro e Alexandre José Silveira
Lobo, sobrinho do padre Jácome. // Morou no lugar de São Julião. // Faleceu
solteiro, a 2/1/1819. Teve missa de corpo presente com mais de 50 padres!
ABREU,
João Luís. Filho de Manuel de Abreu e de Maria Gomes de Araújo, moradores no
revelim do Campo da Feira, SMP. N.p. de Silvestre de Abreu e de Ana Maria da
Costa; n.m. de Pedro Gonçalves e de António Gomes de Araújo, todos da Vila.
Nasceu a 25/4/1756 e foi batizado na igreja a 28 desse mês e ano. Padrinhos: padre João Rodrigues, do Barral, São Paio, e
Maria, filha de Domingos Tomaz Pereira de Távora e de Sebastiana da Costa, da
Vila.
ABREU,
João Luís. // Morou na Rua da Misericórdia, SMP. // Faleceu a 26/5/1839 e foi
sepultado na igreja da SCMM.
ABREU,
João Luís. Filho de Luís Rodrigues de Abreu e de Maria Rosa Ramos. Nasceu em
Cerdal, Valença, por volta de 1857. // Tinha 25 anos de idade, era solteiro,
alfaiate, morava em SMP, quando casou na igreja da Vila de Melgaço, a
21/10/1882, com Marcelina Rosa (Mocha),
de 31 anos de idade, solteira, natural de Paderne, Melgaço, moradora
também em SMP, filha de Domingos Leandro Gonçalves e de Constância Teresa Cerdeira.
Testemunhas: Vitorino Joaquim Lourenço, casado, negociante, e Caetano Celestino
de Sousa, casado, mordomo da igreja. // Moraram em Carvalho de Lobo (*). // A
sua esposa faleceu em Carvalho do Lobo a 31/12/1926. // Ele morreu no Rio do
Porto a 5/1/1932, com 75 anos de idade. /// (*) Nesse
lugar recolheram, e criaram, a bebé Clotilde Exposta, que constava ser filha de
Elvira da Glória Gomes Pinheiro, da Casa da Serra, Prado, o que devia
ser verdade, segundo algumas pessoas, porquanto a garota era a verdadeira
efígie da dita Elvira da Glória, o que por si só nada prova, mas
«não há fogo sem fumo».
ABREU,
João Manuel. // Morou no lugar da Corga de Baixo, SMP. // Faleceu a 9/10/1828,
casado com Maria Josefa, e foi amortalhado em hábito de São Francisco e
sepultado na igreja matriz. O padre BJG escreveu: «e declaro que deixou determinado, a sua mulher e filho, que lhe
fizessem ofício do corpo presente de vinte padres, na igreja matriz, ao que não
satisfizeram.»
ABREU,
Joaquim. Filho de António Joaquim Gomes de Abreu e de Camila Marinho,
lavradores, residentes na Corga, SMP. N.p. de Clara Joaquina Gomes de Abreu
(falecida antes de 1884); n.m. de Brandina Marinho (falecida antes de 1884).
Nasceu a 14/3/1884 e foi batizado a 19 desse mês e ano. Padrinhos: Joaquim José
Pires, casado, morador na Vila, e Antónia Maria Soares, viúva, dos Bouços, Prado.
// Faleceu a 6/9/1886.
ABREU,
José Augusto. Filho de José Manuel Gomes de Abreu e de Joaquina de Jesus. N.p.
de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa Araújo Lima; n.m. de José
Cardoso dos Santos e de Joana Maria da Purificação. Nasceu a 30/6/1837 e foi
batizado na igreja de SMP a 2 de Julho desse ano. Padrinhos: Martinho Moure e
Maria Benedita Gomes de Abreu.
ABREU,
José Cândido. Filho de Tomaz António Gomes de Abreu e de Mariana Gertrudes de
Abreu Magalhães, proprietários, da Vila de Melgaço. Neto paterno de Tomaz José
Gomes de Abreu e de Constança Teresa de Araújo; neto materno do Dr. João
Caetano Gomes de Abreu Magalhães e de Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso e
Puga. Nasceu na Calçada, SMP, a 16/8/1825, e foi batizado na igreja católica três
dias depois. Padrinhos: o seu avô paterno e Teresa Clara Pereira da Gama,
moradora na Rua da Calçada, SMP. // Desde jovem que se dedicou ao comércio. Teve
estabelecimento no Campo da Feira de Fora. Foi por vezes vogal do Conselho
Munipal (OJM, de ACE, página 157), presidente da Câmara (nas décadas de
oitenta e noventa do século XIX), mandando
construir a capela e casa depósito do cemitério, abrindo – ou alargando – duas
ruas: a do Rio do Porto (onde ele teve um estabelecimento de
fanqueiro, mercearia, etc.) e a Rua Nova de Melo; foi juiz
substituto de 1870 a 1879, e em mais períodos, além de provedor da Santa Casa
da Misericórdia de Melgço (1868 a 1898). Como provedor, mandou erguer o Hospital da Misericórdia, inaugurado
a 16/10/1892, cujo edifício serviu no século XX (depois da década de
oitenta, salvo erro) de Escola Superior (pólo
de Viana do Castelo). // Foi Cavaleiro da Ordem de Nossa
Senhora da Conceição de Vila Viçosa, comenda concedida pelo Governo a
17/2/1886. // A 6/11/1887 surgiu o jornal “O Melgacense”, cujo redator
principal era o Dr. António Joaquim Durães. Sobreviveu quatro anos. A seguir,
em Janeiro de 1892, nasceu o “Espada do Norte”, dirigido pelo padre António
Avelino do Outeiro, natural de Paços. Durou um ano, ou seja, até Dezembro de
1892. Lê-se em Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de ACE, II parte, 2.º volume,
página 209: «Apareceu depois, num último
esforço para captar as simpatias dos leitores do primeiro semanário, um outro
periódico – O Melgacense – propriedade e administração de José Cândido Gomes de
Abreu e redação do padre Aníbal de Vasconcelos Passos (…) Nem um ano deitou
fora (1893), que se todos
respeitavam José Cândido como homem de grande iniciativa e de bondoso coração,
muitos não o toleravam como político.» // Os
seus negócios eram abrangentes: depositário da Companhia de Tabacos, agente dos
Bancos Comercial e Aliança, e ainda agente de uma funerária. // Casou na Vila
de Melgaço catolicamente, a 27/12/1894, com a sua governanta de muitos anos,
Ana Joaquina, nascida na vila, SMP, por volta de 1833, filha de João Manuel
Vasques e de Vicenta Gomes. Testemunhas presentes: Dr. Francisco Luís Rodrigues
Passos, médico do partido municipal, e sua esposa, Ludovina Rosa Monteiro de
Vasconcelos Mourão, moradores na Vila de Melgaço. // Ana Joaquina Vasques não
lhe deu filhos, mas José Cândido gerou em Joaquina Gomes, solteira, da Vila de
Melgaço, filha de Joana Gomes, de Cecriños, Galiza, uma criança do sexo
feminino, a quem deram o nome de Paulina Cândida, nascida no lugar do Barral, Paderne,
a 24/7/1852, a qual ele reconheceu como filha (ver). // Em 1896 na estação de Nine, numa das suas viagens de
negócios, quando se dirigia para a cidade de Braga, roubaram-lhe a carteira com
115 mil réis e vários documentos (Valenciano
n.º 1696, de 18/10/1896). // Em 1907 foi eleito presidente da
A.S.M. (C.A.M.); tinha como vice-presidente Hermenegildo José Solheiro. Tomaram
posse a um domingo, 21/7/1907, na Escola Conde de Ferreira. // Morreu a 16/12/1908,
na sua casa do Campo da Feira de Fora, SMP, sem sacramentos, devido ao seu
estado de saúde, com testamento, e foi sepultado no cemitério municipal. //
Teve mais de cem afilhados, alguns dos quais foram contemplados no seu longo
testamento. O resto dos seus bens deixou-os à viúva e a outros parentes. // Passados
quarenta anos da sua morte, o “Mário de Prado” escrevia no “Notícias de
Melgaço”: «… foi um homem invulgar,
dotado de extraordinária força de vontade e excepcional espírito de iniciativa.»
Pede aos conterrâneos que lhe ergam um busto numa das praças, mas até hoje
ninguém ousou dar esse passo. Aliás, a Câmara Municipal, presidida por Rui
Solheiro, atribuiu ao Largo da Calçada (ou Praça José Cândido Gomes de Abreu) o nome de Praça Amadeu Abílio Lopes, um pigmeu comparado
com José Cândido. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1003, de 2/12/1951: «LARGO
GOMES DE ABREU – Começaram as obras de calcetamento no Largo JCGA e oxalá em
boa hora elas sejam feitas. Precisadinho estava, pois sendo o sítio da
principal entrada da Vila, há muito vinha pedindo o cuidado de o arranjarem
convenientemente. E, como um dos limites da Vila, por terem desaparecido os
quintais de Gomes de Abreu e Bento Dias, é hoje este Largo, torna-se necessário
dar disso conhecimento ao varredor das ruas para que a vassoura municipal
também a percorra. Sim, que a vassoura municipal se gaste aqui como nas outras
partes, porque a Calçada é o coraçãozinho da Vila, pese a quem pesar, doa a
quem doer.» // Escreveu o “Mário de Prado”: «Passa no próximo dia 16 do
corrente mês o quadragésimo aniversário do falecimento do grande benemérito que
se chamou em vida JCGA, prestigioso cidadão que ainda hoje, apesar dos quarenta
anos que já se escoaram pela austera ampulheta do Tempo, nós, melgacenses,
recordamos com viva e pungente saudade. Antigo presidente da Câmara Municipal
deste concelho, primeiro substituto do Juiz de Direito da Comarca de Melgaço,
provedor da SCMM, comendador da Ordem da Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e
conceituado comerciante da nossa praça, a sua ação honesta, inteligente e
altruísta, foi sempre orientada numa diretriz que ficou assinalada na grandiosa
obra de caridade que, forçosamente, será sempre lembrada com legítimo orgulho.
As obras municipais que JCGA nos legou são, também, muitas e importantes. E
entre todas destaca-se, e ficou a perpetuar a sua saudosa memória, o importante
edifício do hospital da SCMM – a nossa Domus Caritatis – que é, pode
afirmar-se, obra exclusivamente sua, e que, por si só, basta para ser apontado
a todos os melgacenses como o maior e mais benemérito homem do seu tempo. JCGA
foi um homem invulgar, dotado de extraordinária força de vontade e excecional
espírito de iniciativa. Desinteressadamente, consagrou toda a sua vida ao
progresso desta linda terra que lhe serviu de berço e sepultura. O seu passado,
probo e laborioso, é, por assim dizer, um livro aberto, no qual os melgacenses
bem podem colher os ensinamentos, as energias e o altruísmo que são necessários
para se edificar um Melgaço maior e melhor. Pois é verdade, estimados leitores:
dizia eu que faz já no próximo dia 16 do corrente quarenta anos que faleceu o
comerciante Gomes de Abreu, saudoso filantropo que ainda hoje – é justo
repeti-lo – apesar da poeira dos anos, todo Melgaço chora. 40 anos!... Como o tempo foge! E nós, os melgacenses, sem
ainda termos liquidado uma dívida que há tantos anos trazemos em aberto. E essa
dívida, embora avultada, não é impossível, nem mesmo difícil, de pagar. Estou
daqui já a ouvir os estimados leitores: “se não é impossível, nem mesmo difícil
de pagar, então que urge fazer para liquidá-la, ou ao menos amortiza-la”? Pouca
coisa. Para amortiza-la era só preciso que no dia 16 do corrente mês se
celebrassem exéquias solenes, na igreja da SCMM, em sufrágio da alma de tão
saudoso extinto, findas as quais organizar-se-ia por todos os melgacenses
dignos deste nome e amantes da sua terra, uma piedosa peregrinação de romagem
ao cemitério onde deporia sobre o seu túmulo uma significativa coroa de flores,
como preito de gratidão e homenagem póstuma à memória do maior benemérito que
em Melgaço nasceu, viveu e morreu. E para liquidá-la? Para liquidá-la, é dever
e obrigação, organizar-se no concelho uma comissão que se encarregue de
promover e patrocinar uma subscrição pública com o fim de se angariarem os
fundos necessários à aquisição do busto do grande melgacense, cuja falta há
quarenta anos que se vem notando no nosso querido burgo. Ao critério e
apreciação dos bons melgacenses aqui deixo as minhas paupérrimas sugestões.
Dado o caso que não sejam tomadas em consideração, eu nem por isso deixarei de
ficar de bem com a minha consciência por ter prestado, com estas descoloridas
linhas, justiça a JCGA, ao mesmo tempo que curvar-me-ei respeitosamente,
perante a sua veneranda memória com o recolhimento piedoso que sempre me
inspira o dia do aniversário do seu falecimento e ainda plenamente seguro e
convencido de que o seu espírito dorme tranquilo o sono dos justos junto do
trono de Deus, satisfeito por na terra sempre ter semeado o Bem, única semente
que germinou em tão nobre e grande coração.»
ABREU,
José Joaquim. Filho de João Luís de Abreu e de Maria Rosa. N.p. de Manuel de
Abreu e de Maria Gonçalves; n.m. de José Gomes de Araújo e de Isabel Domingues,
todos da Vila, moradores intramuros. Nasceu a 13 de Dezembro de 1795 e foi
batizado na igreja de SMP pelo padre António José Domingues, de Lamas, a
17 desse mês e ano. Padrinhos: José Bento Costa e Maria Joaquina, solteiros, melgacenses.
ABREU,
José Joaquim. // Morou ao pé da Misericórdia, SMP. // Morreu solteiro, a
12/4/1848, não estando em seu perfeito juízo, e foi sepultado na igreja matriz
da Vila, com ofício das almas, de que era irmão. // Era muito pobre.
ABREU,
José Luís Gomes. // Em 1813 era vereador e juiz pela ordenação (OJM, de ACE, página
132).
ABREU,
José Manuel. Filho de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de
Araújo. Neto paterno de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa
Araújo; neto materno de Manuel António de Araújo e de Maria Gonçalves. Nasceu na
vila de Melgaço a 9/11/1796 e foi batizado pelo padre Carlos Domingues a 8 de
Dezembro desse ano. Padrinho: António José de Araújo Lima, residente no Porto.
Testemunhas: Luís Manuel Araújo, António Luis Fernandes… // Acerca dele
escreveu o Dr. Augusto César Esteves (O Meu Livro das Gerações Melgacenses,
vol. I, p.p. 92-93): «Foi
uma das vítimas do miguelismo local pois, [por] longos dias, viu coar-se a luz
do dia através das grades das cadeias, onde o encarceraram; mas debaixo desta
vil perseguição ao homem talvez estivesse e se escondesse uma inconfessada luta
de interesses patrimoniais movida pelo ódio de melgacenses poderosos
malquistados com o progenitor deste desditoso moço. Viu-se, contudo, compensado
após Dona Maria II ser aclamada, em Melgaço, rainha de Portugal pois, por carta
real de 4/11/1843, foi-lhe confirmada a nomeação de escrivão camarário, cargo
que ocupou sempre com muita proficiência e grandeza de isenção.» // Casou
com Joaquina de Jesus (Jascão?),
filha de José Cardoso de Campos, da freguesia da Senhora da Piedade, e de Joana
da Purificação, de São João Batista de Ruivás, ambas pertencentes à diocese de
Lamego, moradores no Porto. O casal residiu no lugar da Corga e na Rua de
Baixo, de Santa Maria da Porta, Melgaço. Por ter sido acusado de corrupção,
abandonou o cargo a 11/8/1843. // Morreu no estado de pobreza, a 23/6/1848, e
foi sepultado na igreja da Santa Casa da Misericórdia, somente com ofício de
sepultura. Seu irmão, António Máximo, mandou-lhe fazer um ofício de dezasseis
padres no dia 1/7/1848. // A sua viúva faleceu a 1/3/1871. // Com geração.
ABREU,
José Maria. Filho de António Joaquim de Abreu e de Maria José Esteves,
moradores no lugar de Moinhos, SMP. Neto paterno de António José de Abreu e de
Ana Luísa Vieira, de Soengas, Chaviães; neto materno de Manuel José
Esteves e de Ana Maria, de Lágeas, Penso. Nasceu a 25/5/1852 e foi
batizado na igreja no dia seguinte. Padrinhos: José Maria Esteves (Rainha) e Maria Ludovina de Barros, todos da Vila. // Criado de
servir. // Casou na igreja de SMP, a 3/7/1899, com Ludovina Rosa (Caga
Mulas), de 42 anos de idade, filha de Manuel
Joaquim Lourenço e de Ana Rosa Dias. Testemunhas: José Luís Lourenço, lavrador,
de Gondufe, Chaviães, Constança da Luz, lavradeira, e José Dias, proprietário.
Aquando do casamento reconheceram como seu filho legítimo a Joaquim (ver
no apelido Lourenço), nascido na Vila a 24/8/1884 e batizado
na igreja de SMP a 31 desse mês e ano. // Morreu na sua casa de Galvão de Baixo
a 7/10/1911.
ABREU,
Leão José. Filho (bastardo)
de Lourenço José Gomes de Abreu Coelho de Novais e de Bernarda Teixeira,
solteira (casou mais tarde com Manuel de Sousa), moradora intramuros, no Bairro do Carvalho. Neto paterno
de Domingos Gomes de Abreu e de Isabel de Faria; neto materno de Francisca Rodrigues.
Nasceu em Melgaço no século XVIII. // Casou a 23/2/1767, com Maria Pereira de
Araújo, filha de Domingos Tomás Pereira e de Sebastiana da Costa; neta paterna
de Domingos Pereira e de Teresa de Araújo, de Braga, e neta materna de Vicente
Domingos e de Maria Gonçalves, de Barro, couto de Paderne. // Foi
depositário das sisas na Vila e termo de Melgaço. Morou na Rua da Calçada
(depois Largo José Cândido Gomes de Abreu – bisneto de Leão José). Foi também
correio-ajudante e teve estabelecimento comercial. // Morreu na dita Rua da
Calçada, já viúvo, a 15/4/1829. Seu corpo foi amortalhado em hábito de São
Francisco e sepultado na capela da Senhora do Amparo, na igreja matriz, que ele
elegera, sem ofício de corpo presente por ser em tempo proibido, que era sexta-feira
santa. Fizera testamento. Deixou descendência da esposa e de uma amante,
Jacinta de Araújo.
ABREU,
Leopoldina Amélia. Filha de José Manuel Gomes Abreu e de Joaquina de Jesus.
N.p. de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de Araújo; n.m. de José
Cardoso dos Santos e de Joana Maria da Purificação, moradores na Sé, Porto.
Nasceu a 22/5/1835 e foi batizada na igreja de SMP a 8 de Junho desse ano.
Padrinhos: António Máximo Gomes de Abreu e Luciana Cândida, tios paternos da
batizanda. // Casou com Bento Dias, natural de Cristóval. //
Proprietária. // Faleceu a 12/9/1900, na Rua da Calçada, SMP, onde residia, com
todos os sacramentos, com testamento, sem filhos, e foi sepultada no cemitério
municipal.
ABREU,
Lourenço José. // Morou no lugar da Corga, SMP. // Faleceu solteiro, a
4/10/1835, e foi sepultado na igreja matriz.
ABREU,
Lourenço José. Filho de Domingos Coelho Novais Gomes de Abreu e de Isabel de
Faria. N.p. de Domingos Gomes de Abreu e de Francisca Coelho; n.m. de Domingos
Rodrigues Besteiro e de Isabel Afonso Sanches. Nasceu em Lapela, Monção, a 10/6/1711
(*) // Foi meirinho da Vila de Monção, administrador do vínculo de morgado de
São Francisco Xavier, em Viana, 2.º administrador da capela da Pastoriza e
vínculo de morgado do Louridal, em Melgaço, etc. // Em solteiro namorou com
algumas raparigas e fez estragos. Por exemplo: em Jerónima da Cunha gerou a
Manuel da Cunha, nascido na Vila de Melgaço por volta de 1720, que casou com
Paula Gomes. É pai também de Leão, gerado em Bernarda Teixeira, mas este ficou
com o apelido do progenitor. // Casou em Viana, a 22/2/1743, com Catarina
Teresa Barbosa de Lima e Távora. // Em 1779 ainda vivia (o
Dr. ACE disse que ele faleceu a 12/2/1776 – ver O Meu Livro das Gerações
Melgacenses, volume I, página 80). /// (*) Deve ser 1701, pois seus pais casaram
em 1700.
ABREU,
Luciana Cândida. Filha de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de
Araújo (Lima!). N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa
Araújo; n.m. de Manuel António de Araújo e de Maria Gonçalves. Nasceu na
Calçada a 18/10/1808. // Costureira. // Faleceu na sua casa da Calçada,
solteira, a 23/6/1870, e foi sepultada no extinto convento das Carvalhiças. //
Sem geração.
ABREU,
Luís Camilo. Filho de Tomaz António Gomes de Abreu e de Mariana Gertrudes de
Abreu Magalhães. N.p. de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de
Araujo; n.m. do Dr. João Caetano Gomes de Abreu Magalhães e de Maria Bárbara
Morfi de Puga. Nasceu a 13/1/1828. Padrinhos: Manuel Maria da Silva Coelho e
sua tia, Luísa Joaquina da Silva Coelho de Almeida, solteiros, de Monção. //
Emigrou para a cidade de Pará, Brasil, onde conseguiu amealhar alguns contos de
réis. Regressa à terra natal, compra casa e terrenos, tornando-se proprietário.
Morou na Rua da Calçada. // Faleceu a 16/2/1894, solteiro, na casa do irmão,
José Cândido, e foi sepultado no cemitério público. // Embora solteiro, gerou numa
senhora (quem?) a Luís Cândido Gomes de Abreu (Melgaço, 18 -- / Pará, Brasil,
1914).
ABREU, Luís
Manuel. Filho de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de Araújo,
moradores na Calçada. Neto paterno de Leão José Gomes de Abreu e de Maria
Pereira de Araújo; neto materno de Manuel António Araújo e de Maria Gonçalves.
Nasceu a 17/2/1804 e foi batizado na igreja de SMP a 21 desse mês e ano.
Padrinhos: Luís Manuel Araújo e Luísa Caetana, melgacenses.
ABREU,
Manuel. Filho de António Joaquim Gomes de Abreu e de Camila Marinho,
lavradores, residentes na Assadura, SMP. Neto paterno de Clara Joaquina Gomes
de Abreu, solteira, camponesa, residente em SMP; neto materno de Brandina
Marinho, solteira, de Alveios, Tui. Nasceu a 24/11/1863 e foi batizado na
igreja a 28 desse mês. Padrinhos: a sua avó paterna e Manuel Marinho, solteiro,
rural. // Faleceu a 6/8/1864 e foi sepultado na igreja matriz.
ABREU,
Manuel Bernardo. // Casou com Ursula Josefa da Ribeira. // Morou na Corga (Assadura), SMP. // Enviuvou a 8/7/1807. // (Deve
ser o mulato).
ABREU,
Manuel Bernardo. // Morou na Assadura, SMP. // Era mulato e pobre. // Faleceu
em SMP a 7/9/1829, viúvo. Foi amortalhado em hábito de São Francisco e
sepultado na igreja matriz com ofício de 20 padres.
ABREU,
Manuel Bernardo. // Nasceu na Vila de Melgaço no século XVIII. // Era viúvo
quando casou novamente, na igreja da Vila de Melgaço, a 3/4/1826, com Maria
Rosa, filha de José Lopes e de Maria Casimira, da freguesia da Breia, termo de
Vila Nova de Cerveira. Testemunhas: padre Bernardino José Gomes, padre Manuel
Joaquim Quintela e AJR, mordomo da igreja.
ABREU,
Manuel Caetano. Filho de José de Abreu e de Maria Josefa de Araújo, lavradores,
da Vila de Melgaço, com morada no lugar da Corga. // Morreu no lugar da Gaia,
São Paio, a 14/2/1874, com todos os sacramentos, no estado de solteiro. //
Tinha 62 anos de idade. // Foi sepultado na igreja de São Paio. // Não fizera
testamento.
ABREU,
Manuel Inocêncio. Filho de António Joaquim Gomes de Abreu e de Camila Marinho,
moradores em SMP. N.p. de Clara Gomes de Abreu, solteira, da Vila; n.m. de
Brandina Marinho, solteira, moradora no Louridal, SMP. Nasceu na Assadura a
7/8/1869 e foi batizado a 15 desse mês. Padrinhos: a avó materna e Inocêncio
José Marinho, solteiro, tio materno do batizando.
ABREU,
Manuel Inocêncio. Filho de Manuel de Abreu e de Fausta Cândida Marinho. Neto paterno
de ----------------- Abreu e de -----------------------; neto materno de
António Augusto Marinho (Chencho)
e de Albina de Jesus Carvalho. Nasceu por volta de 1958. // Foi trabalhador da
CMM e bombeiro voluntário (BVM). // Faleceu na Vila a 1/11/1997, solteiro, com 39 anos de
idade. // Irmão de António, de Jorge, de Fernando, de Bento Paulo, e de Jacinto.
ABREU,
Manuel Joaquim. Filho de Maria da Conceição Gomes de Abreu, de SMP, moradora no
lugar da Corga, casada com Jacinto Augusto, ausente – havia sete anos – no
Brasil. N.m. de António Joaquim Gomes de Abreu e de Camila Marinho, todos
lavradores. Nasceu a 20/1/1895 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos:
Manuel Joaquim da Fortuna, exposto, funileiro, morador na Rua da Calçada, e
Adélia da Conceição Vasconcelos (ou Vaz),
moradora em São Julião, solteiros, de SMP. // O padrinho não sabia escrever.
ABREU,
Manuel José. Filho de Manuel de Abreu e de Maria de Araújo, moradores na Vila.
Nasceu em SMP a 21/12/1754 e foi batizado pelo padre-cura António de Abreu
Magalhães a 26 desse mês e ano. Padrinhos: José Carlos Bezerra e Mariana de Abreu,
residentes no Campo da Feira de Fora.
ABREU,
Manuel Silveira (Dr.) // Foi juiz de fora em Melgaço de 1731 a 1734 (OJM, de
ACE, p. 67).
ABREU, Maria.
Filha de Josefa de Abreu, solteira. N.m. de João Luís de Abreu e de Maria Rosa
Ribeiro. Nasceu a 8/9/1815 e foi batizada na igreja de SMP a 14 desse mês.
Padrinhos: João Manuel de Araújo e Mariana Maria, tia da batizanda.
ABREU,
Maria Armanda. Filha de Germano Abreu, fotógrafo, e de Aurora de Castro. Nasceu
a 31/3/1982. // Estudou na EPRAMI – Escola Profissional de Melgaço. // Irmã de
Paulo e de Vítor, fotógrafos.
ABREU,
Maria Benedita Júlia. Filha de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa
Araújo. Neta paterna de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa
Araújo; neta materna de Manuel António Araújo e de Maria Gonçalves, todos
melgacenses. // Nasceu a 3/3/1800 e foi batizada na igreja de SMP a 9 desse mês
e ano. Padrinhos: José Bento Costa Guimarães, solteiro, e Maria Gonçalves,
viúva, que a tocou pela Senhora das Dores. // Proprietária. // Mandou erguer a
capelinha de São Benedito (*) na Calçada, simples oratório de madeira. // A
30/5/1859 foi madrinha de Pedro Eduardo Gonçalves. // Morreu solteira, na sua
casa de morada, sita na Rua da Calçada, a 12/9/1876, e foi sepultada na igreja
do extinto convento das Carvalhiças. Não fizera testamento. // Jerónimo Luís de
Magalhães e sua esposa, Maria Delfina de Sousa e Gama, intentou contra ela e
sua irmã Luciana Cândida Gomes de Abreu um libelo em 1852, mas não resultou (ver Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de ACE, página 80). /// (*) Em
1886 seu sobrinho, José Cândido Gomes de Abreu, substituiu esse oratório pela
actual construção.
ABREU,
Maria da Conceição. Filha de António Joaquim Gomes de Abreu, do lugar da Corga,
SMP, e de Camila Marinho, do Louridal, SMP, lavradores. N.p. de Clara Joaquina
Gomes de Abreu, da Corga, SMP; n.m. de Brandina Marinho, de Alveios, Galiza. Nasceu
no lugar da Corga a 25/5/1865 e foi batizada a 28 desse mês e ano. Padrinhos: a
avó materna e Manuel Marinho, lavrador, do Louridal. // Casou a 28/7/1884 com
Jacinto, filho de Isidoro Golim e de Josefa Peres, galegos. // Pelas 23 horas
de 26/9/1912 foi apanhada em flagrante, na sua horta, sita na Assadura,
roubando repolhos e cebolas, Maria de Jesus Pereira, a “Gazussa”, a qual foi
entregue a juízo (Correio de Melgaço n.º 4). // Faleceu na Assadura, Vila, a 11/4/1954. // Nota: na foto está juntamente com sua
filha, Perpétua dos Anjos Golim.
ABREU,
Maria Gertrudes. Filha de Diogo de Abreu e de Jerónima de Araújo, moradores na
Orada, SMP. Nasceu a 18/4/1758 e foi batizada na igreja a 22 desse mês e ano.
Padrinhos: Luís Soares e sua esposa, Maria Luísa Soares de Castro, ambos de Prado,
Melgaço.
ABREU,
Maria Joaquina. Filha de Manuel Bernardo Abreu e de Ursula Josefa Ribeiro,
moradores na Corga, SMP. N.p. de Miguel Bernardo de Abreu e de Quitéria Alvarez
Silva, solteira, de Santo António do Val da Piedade, distrito do Rio das
Mortes, Brasil; n.m. de Baltazar Esteves e de Ana da Ribeira, ambos de
Villapide, São João de Alveios, Tui. Nasceu a 11/6/1780 e foi batizada na
igreja de SMP a 15 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco António Pereira da
Gama e sua esposa, Jerónima Teodora Pereira da Gama, ambos melgacenses. Testemunhas:
Luís António de Sousa, Francisco José da Costa, e o padre Inácio Luís de
Castro.
ABREU,
Maria Joaquina. // Morou na Corga de Cima, Vila. // Faleceu em SMP a
24/11/1825, casada com Matias Manuel Fernandes.
ABREU,
Maria Joaquina. // Faleceu a 4/4/1855 e foi sepultada na igreja matriz de SMP
com ofício de sepultura, por ser a paixão de Cristo, e de caixão. O seu viúvo,
José Manuel Gonçalves “Galo” mandou fazer por sua alma (a 17/4/1855) um ofício
de vinte e dois clérigos.
ABREU,
Maria Joaquina. Filha de Clara Luísa de Abreu, solteira. N.m. de Francisco
Rodrigues de Abreu e de Josefa Luísa Abreu, todos melgacenses. Nasceu a
23/2/1844 e foi batizada na igreja de SMP dois dias depois. Padrinhos: Manuel
Joaquim, de Prado, criado de servir de Bernardo Pereira, de Remoães.
ABREU,
Maria Joaquina. Filha de Bernardo José Gomes de Abreu e de Ana Maria de Abreu,
ambos da Vila. N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Jacinta de Araújo, solteira,
de Melgaço; n.m. de Manuel de Abreu e de Maria Gonçalves. Nasceu a 6/4/1789 e
foi batizada na igreja de SMP a 12 desse mês. Padrinhos: Manuel Luís Gomes de
Sousa e esposa, Mariana Gertrudes Soares, moradores na Vila.
ABREU,
Maria Josefa. Filha de João Luís de Abreu e de Maria Rosa Araújo. N.p. de
Manuel Abreu e de Maria Gonçalves; n.m. de José Gomes Araújo e de Isabel
Domingues, todos moradores intramuros. Nasceu a 10/3/1792 e foi batizada na
igreja de SMP a 13 desse mês. Padrinhos: António Bernardo Gomes e sua filha,
Josefa Luísa, da Vila.
ABREU,
Maria Luciana. Filha de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa Araújo.
N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira Araújo; n.m. de Manuel
António Araújo e de Maria Gonçalves. Nasceu a 18/10/1808 e foi batizada na
igreja de SMP pelo padre Caetano José Abreu Cunha Araújo, abade de Chaviães,
a 30 desse mês e ano. Padrinhos: padre Francisco Lúcio de Sá Sotto Mayor
Leonês, pároco de Rouças, e Maria dos Reis, da Casa do Rio do Porto.
ABREU,
Maria Luísa. Filha de Bernardo José Gomes de Abreu e de Ana Maria de Abreu.
N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Jacinta de Araújo, solteira; n.m. de
Manuel de Abreu e de Maria Gonçalves. Nasceu a 19/4/1787 e foi batizada na
igreja de SMP a 22 desse mês e ano. Padrinhos: João Luís de Araújo e esposa,
Maria Rosa de Araújo.
ABREU,
Maria Rita. Filha de Tomaz José Gomes de Abreu e de Constança Teresa de Araújo.
N.p. de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa Araújo, a morar na
Calçada, extramuros; n.m. de Manuel António de Araújo e de Maria Gonçalves,
residentes na Rua Direita, intramuros. Nasceu a 10/1/1795 e foi batizada na
igreja de SMP dois dias depois. Padrinhos: avô paterno e Constança Teresa,
viúva.
ABREU,
Marília (*). Filha de pais ignorados. Nasceu em SMP por volta de 1851. // Mendiga.
// Em 1913 recebeu uma esmola enviada do Brasil por Luís Manuel Solheiro
(Correio de Melgaço n.º 54, de 22/6/1913). // Faleceu em SMP, onde morava, a
21/8/1918, com 67 anos de idade. /// (*) Não
será a Amarília do Carmo Abreu?
ABREU,
Miguel. Filho de António Joaquim Gomes de Abreu e de Camila Marinho,
lavradores, residentes na Corga, SMP. N.p. de Clara Gomes de Abreu, solteira,
lavradora, do dito lugar; n.m. de José Marinho e de Brandina Marinho, do Louridal,
SMP. Nasceu a 18/1/1881 e foi batizado a 24 desse mês. Padrinhos: a avó materna
e Miguel António Marinho, casado, cabo de carabineiros, de Alveios, Galiza. //
Faleceu a 5/10/1883 e foi sepultado no cemitério público.
ABREU,
Paulo Jorge. Filho de Germano Abreu, fotógrafo, e de Aurora de Castro. Nasceu (na
Vila de Melgaço, salvo erro) a --/--/19--. //
Aprendeu com o pai a arte de fografar. // No verão de 1990 ganhou o 2.º prémio
de fotografia nos II Jogos Florais, promovidos pela Câmara Municipal de
Melgaço. // Casou com Maria Lídia Dias, de São Paio, salvo erro. // A
partir de certa altura deixou de colaborar com seu pai (dono
da “Foto Brigadeiro”) e abriu a sua própria loja. //
Consta que é um grande artista.
ABREU,
Pedro Eduardo. Filho de Tomaz António Gomes de Abreu e de Mariana Gertrudes de
Abreu Magalhães, moradores no Campo da Feira de Dentro. N.p. de Tomaz José
Gomes de Abreu e de Constança Teresa de Araújo Lima; n.m. do Dr. João Caetano
Gomes de Abreu Magalhães e de Maria Bárbara Morfi de Puga. Nasceu a 8 ou 9/8/1830
e foi batizado a 13 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Manuel Costa Pinto e
Teresa Clara Pereira da Gama, da Calçada. // Morreu no estado de solteiro, na
Calçada, SMP, a 31/8/1858, e foi sepultado no Convento das Carvalhiças com
ofício solene de 25 padres, tudo cantado com música instrumental e canto chão.
(Não
fizera testamento porque seu pai ainda estava vivo).
ABREU,
Pero Gomes (Magalhães). // Foi batizado a
29/3/1615. // Casou com Ana Gomes, de Cavaleiros. Morou no Viso e foi vereador
mais velho e juiz pela ordenação em 1657, 1677 e 1680, e provedor da SCMM em
1672. // Descendia de Gaspar Gomes de Abreu e de sua esposa, Ana Afonso, o 1.º
que aqui se fixara. // (Ver “Organização Judicial de Melgaço”, de ACE, p. 56).
ABREU,
Rosa Clara. Filha de Bernardo José Gomes de Abreu e de Ana Maria Abreu. N.p. de
Leão José Gomes de Abreu e de Jacinta de Araújo, solteira; n.m. de Manuel Abreu
e de Maria Gonçalves. Nasceu a 24/1/1792 e foi batizada na igreja de SMP a 28
desse mês e ano. Padrinho: Bento Isidoro Gomes Azevedo. Testemunhas: João
Manuel Pinheiro e MPF, mordomo.
ABREU,
Rui. Filho do Dr. José Joaquim de Abreu, advogado e Conservador do Registo
Civil de Melgaço, e da professora do ensino básico, Duartina Rosa Domingues,
moradores no lugar da Orada, SMP. Neto paterno do Dr. José Joaquim de Abreu e
de Augusta Maria de Araújo; neto materno de José Bento Domingues e de Ana Maria
Rodrigues. Nasceu na vila de Melgaço a 12/4/193-. // Depois do ensino
secundário, estudou no Porto (ver NM 914, de
16/9/1949) entrou na Universidade (em
1956 estava na Faculdade de Direito em Coimbra)
mas não concluiu o Curso, pois o seu espírito boémio não lhe permitia
concentrar-se nos estudos. Publicou, na juventude, alguns poemas no “Notícias
de Melgaço”. // Deixou Coimbra e foi para Lisboa, onde arranjou emprego num
Banco, na Rua da Conceição. // Casou com a Dr.ª Maria Luísa Corte Real
Nogueira. // Homem de “copos” e de farras, a sua vida não podia durar muito.
Assim, a --/--/197-, na capital do país, despede-se de todos e de tudo. // Deixou
um ou dois filhos. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 912, de 25/9/1949, as
seguintes quadras da sua autoria:
Menina da Boavista,
D’olhitos de diamante;
O seu sorriso trocista
Fez-me logo seu amante.
Foi assim, desta maneira,
Que me cresceu uma dor;
Por não tê-la à minha beira,
Nem sentir o seu calor.
Um sentimento profundo,
Que já no meu peito avança,
Deu outro mundo ao meu mundo,
Fez-me nascer uma esp’rança.
Ao vê-la, só quando passa,
Sinto-a tão engraçadinha
Que eu chego a sentir desgraça
Por pensar que não é minha.
Eu sou feio, mas que importa,
Também posso amar assim,
Não me deixe a esp’rança morta…
Por dó! Responda que sim.
Vá lá! Não tenha receio,
Há um adágio que diz:
«Uma bela com um feio
Há de vir a ser feliz.»
Com esta divagação
Só fazer-lhe saber quero:
Que trago no coração
Por si um amor sincero.
ABREU,
Tomaz António. Filho de Tomás José Gomes de Abreu e de Caetana (ou Constança) Teresa
de Araújo, moradores na Vila de Melgaço. Neto paterno de Leão José Gomes de
Abreu e de Maria Pereira da Costa Araújo; neto materno de Manuel António de
Araújo e de Maria Gonçalves. Nasceu na Calçada a 5/6/1798 e foi batizado na
igreja de SMP a 19 desse mês e ano. Padrinhos: Caetano José Abreu Soares e
Maria Pereira da Costa Araújo. // Proprietário. // Casou na igreja de SMP a
7/10/1824, com Mariana Gertrudes, nascida a 15/3/1794, filha do sargento-mor Dr.
João Caetano Gomes de Abreu Magalhães, da Vila de Melgaço, e da sua segunda esposa,
Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso e Puga, da freguesia de São Senjo (?), arcebispado
de Santiago, Galiza. Testemunhas: Tomaz José Gomes de Abreu; padre Manuel Joaquim
Quintela e António Joaquim Rodrigues, mordomo. // Foi escrivão do público
judicial e notas da Vila de Melgaço e termo, por provisão de D. Pedro IV, de
13/4/1826. // Ficou viúvo a 18/7/1834. // Volta a casar, em SMP, a 30/6/1851,
com Maria Vitória (de Araújo Sampaio!), viúva de Domingos José Gonçalves, filha
de Felícia Marques, natural de Soutomendo, Fiães. Testemunhas presentes:
João Correia dos Santos Lima, negociante na Vila de Melgaço, João José de
Araújo e Cunha, morador e casado no lugar e Quinta de Sao Julião, e Caetano
Celestino de Sousa. // Só teve filhos do primeiro casamento. // Morreu na sua
casa da Rua de Baixo, Vila de Melgaço, repentinamente, a 16/3/1880, e foi
sepultado no cemitério público. // A sua viúva finou-se a 11/1/1887, com 89
anos de idade (parece que ela também tinha o apelido Rodrigues). ().
ABREU,
Tomaz José. Filho de Leão José Gomes de Abreu e de Maria Pereira da Costa
Araújo. Neto paterno de Lourenço José Gomes de Abreu Coelho de Novais e de
Bernarda Teixeira, solteira, moradora intramuros; neto materno de Domingos Tomaz
Pereira de Araújo e de Sebastiana da Costa. Nasceu em SMP a 9/7/1770 e foi
batizado na igreja a 13 desse mês e ano. Padrinhos: seu tio, João Manuel
Pereira da Costa Araújo, e sua esposa, Ana Maria da Silveira. Testemunhas:
Manuel Gomes e Pedro Gonçalves da Ribeira. // Ainda chegou a frequentar os
estudos eclesiásticos, mas abandonou-os. // Foi escrivão do público e administrador
do correio local. // Tomou parte ativa na conjuração melgacense de 9/6/1808. //
Casou na Vila de Melgaço com Constança Teresa, filha de Manuel António de
Araújo e de Maria Gonçalves, residentes na Rua Direita, SMP. // Moraram na
Calçada. // Enviuvou a 13/3/1811. // Por ser liberal, foi preso pelos capangas
de D. Miguel e encerrado nas cadeias do castelo de Lamego, onde morreu em
Dezembro de 1832 «aonde se acharia preso
por crime de constitucional», escreveu o padre que elaborou o seu assento
de óbito. O dia certo da sua morte não se sabia. Escreveu mais o padre-cura
Manuel Joaquim Quintela: «… e para
constar fiz aqui esta lembrança aos 4/2/1833.» // Pai de Maria Benedita
Júlia e de Luciana Cândida Gomes de Abreu.
ABREU,
Vasco. Filho de Gomes Gonçalo Abreu, senhor da Casa e Couto de Abreu, em
Merufe, alcaide-mor de Lapela, etc. // Casou com a célebre heroína Deu-la-Deu
Martins. // D. Pedro I, a 18/6/1357, nomeou-o alcaide-mor de Melgaço, em
substituição de Vasco Martins da Cunha (Memórias
Paroquiais, página 558). Também foi alcaide de Lapela, de
Monção…, além de ser senhor da Vila de Valadares. A 9/12/1382, Fernando I
fez-lhe mercê das alcaidarias-mores de Melgaço e de Castro Laboreiro, cargo que
exerceu até 6/3/1388, data em que D. João I lho tirou para o entregar a João
Rodrigues de Sá, o bravo “Sá das Galés”. // Como era primo em 2.º grau de
Aldonça de Vasconcelos, mãe de Leonor Teles, tomou o partido do rei de Castela,
negando-se abertamente a entregar o castelo de Melgaço a D. João I quando este
rei a isso o intimou (ver As Freguesias do Concelho de
Melgaço na Memórias Paroquiais de 1758, página 558). // Pai de Diogo (casou na Casa de Regalados ainda no
século XIV).
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