segunda-feira, 22 de abril de 2019

SONETOS DO SOL E DA LUA
 
Por Joaquim A. Rocha


MALDADE
 
 

 

Paira nos ares a subtil maldade,
 
    Com seus fartos odres cheios de ódio;

Tem corpo esbelto, julga-se no pódio,
 
Simboliza um tempo sem idade.
 
Sempre cheia de orgulho e vaidade,
Queima mais do que o próprio sódio;
 Brilha bem mais do que o letal nódio,
Não tem amor, pena, honestidade.
 
Tem olhos de bruxa má, peçonhenta,
A vingança mora na sua mente;
É louca, senil, ladra, rabugenta…
 
Quando faz mal fica alegre, contente,
Essa coisa asquerosa, nojenta,
Mãe do terrível demo, vil serpente.



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