sexta-feira, 26 de abril de 2019

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha


Igreja de São Vicente, Braga

 
ROUBOS


(1936) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 333, de 22/11/1936: «Na madrugada do dia 14 deste mês os Filhos da Noite, temível quadrilha de gatunos que infestam o nosso concelho, penetraram na adega da Sr.ª Rosa Alves Domingues (Cabanal), no lugar da Corredoura, Prado, onde beberam todo o vinho que lhes apeteceu. Em seguida foram estroncar a fechadura da porta do estabelecimento comercial, pertencente ao Sr. Amadeu Ribeiro, mas não foram bem-sucedidos porque as portas e a fechadura resistiram à violência do ataque, não podendo por isso os gatunos fazer a projetada limpeza no estabelecimento. O Sr. Amadeu Ribeiro esteve com sorte. // Os filhos da noite assaltaram também o estabelecimento do Sr. Manuel José Lopes, no lugar de Pomares, Paderne, roubando alguns tecidos de algodão, lenços, meias, chocolates e outros objetos, assim como 60$00 em dinheiro. Calcula-se o valor do roubo em 300$00. // Uma das últimas noites os amigos do alheio também quiseram roubar o estabelecimento comercial que o Sr. Patrício Esteves possui no lugar da Telhada Pequena, Penso, tendo chegado a perfurar as portas com um trado. Pressentidos os assaltantes, conseguiu o Sr. Patrício Esteves persegui-los a tiro. // Na noite de 10 deste mês os Filhos da Noite introduziram-se por meio de arrombamento no estabelecimento do Sr. Manuel Luís Martins, do lugar de Felgueiras, Penso, roubando diversos objetos, entre os quais 1 relógio e corrente de prata, 1 retalho de cotim, riscados, ceroulas e miudezas no valor de 200$00. Os gatunos teriam feito maior razia no estabelecimento, pois tinham acondicionado em caixões muitos artigos que tiveram de abandonar por terem sido pressentidos por um grupo de rapazes que regressavam de um serão, pondo-se os gatunos em fuga. // Os gatunos roubaram ao Sr. Hilário Nunes, do lugar do Pomar, Penso, duas cabras, das melhores que tinha no rebanho.          

 

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(1937) - Em 1937 os “filhos da noite” penetraram na residência do padre de Chaviães, roubando-lhe a carne de um porco, azeite, lençóis e outras coisas mais. A autoridade do concelho prendeu para averiguações diversos indivíduos daquela freguesia (NM 343, de 17/2/1937).

 

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(1937) - CASTRO, Manuel. Filho de Joaquim Nunes de Castro, guarda-fiscal, natural de Messegães, Monção, e de Angelina Rosa Rodrigues, lavradeira, natural de Pontepedrinha, Prado de Melgaço. Neto paterno de Luís Manuel Nunes de Castro e de Marcelina Rosa Alves; neto materno de João Evangelista Rodrigues e de Maria da Encarnação Rodrigues. Nasceu na freguesia de Prado a 9/3/1903 e foi batizado na igreja paroquial a 16 desse mesmo mês e ano. Padrinhos: a sua avó paterna e São Lourenço. // Aprendeu a profissão de serralheiro. // A 12/1/1936 iriam ser arrematados em hasta pública duas casas, ambas na Rua do Carvalho: a 1.ª por 2.000$00 e a 2.ª, metade pró-indiviso, com altos e baixos, por 500$00; além de uma leira na Fonte da Vila (produção de pão e vinho), por 2.000$00. Estes bens pertenciam ao viúvo António Rodrigues, que já morara na Vila, e iam à praça para pagamento do passivo descrito e aprovado no inventário feito por morte da mulher, do qual era credor Manuel Nunes de Castro, industrial. // A 15/3/1937 os ladrões assaltaram o seu estabelecimento comercial, sito no Largo Hermenegildo Solheiro (hoje rua), levando bacalhau, tabaco, sardinhas e atum em conserva, além de outros artigos, assim como 41$50 em dinheiro português e dez pesetas (NM 347). // A 27/12/1938 o dito estabelecimento foi ameaçado pelas chamas; na cave existia um forno de pão, e foi aí que o fogo começou, ardendo parte das traves, contudo não teve grandes consequências (NM 428). // Casou na CRCM a 24/8/1939 com Ascensão dos Ramos Rodrigues, solteira, doméstica, natural da vila, SMP, filha de Mercedes dos Prazeres Rodrigues (Graixa); casaram na igreja da vila a 15/2/1959. // Teve um Café e uma pequena fábrica de gasosas, além de uma loja de cal e tijolos, e outros artigos. // No ano de 1959 mandou construir um prédio na Rua Hermenegildo Solheiro, perto do edifício da Câmara Municipal, defronte à sobredita loja, onde residiu com a família, e em cujos baixos tinha comércio de materiais de construção civil. // Possuía uns terrenos no Barral, onde produzia um excelente vinho, segundo constava. Ele gabava-o muito: «o meu binho do Varral não tem igual.» // Morreu na freguesia de Ramalde, cidade do Porto, a 14/12/1982. // Com geração.  


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