sábado, 28 de julho de 2018

SONETOS DO SOL E DA LUA
 
Por Joaquim A. Rocha





O tempo

 

Se tu pudesses sequer deduzir

Quão profundo é o meu querer,

Não me deixarias assim sofrer,

Em Ourique ou Álcacer-Quibir.

 

Luto imenso, para te servir,

E nem tua sombra eu posso ver;

Deixas a redoma ao escurecer,

Chegas sempre depois de eu partir.

 

Tu és como a minha estranha sorte:

Anda, sem rumo, à minha procura;

Se vou para sul, vai para o norte,

 

Num ritual dançado, com loucura…

Em busca dum sonho, do seu consorte,

Dum tempo sem amor e sem ternura!


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