DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ROUBOS
Ao longo dos tempos foram tendo várias designações: larápios, gatunos, ladrões, etc. É óbvio que há roubos de grandes dimensões, como assaltar bancos, museus, etc.; esses ficaram na história. Estes que a seguir vou narrar são pequenos furtos, sem grandes consequências, mas que por vezes estigmatizavam uma família completa. Os seus autores eram quase sempre gente do trabalho: camponeses, operários, artistas artesãos, etc., pessoas que se viam aflitas para sustentar os filhos, pois os salários eram miseráveis. É certo que os crimes devem ser punidos, mas há crimes e crimes.
(1913) - GOMES,
Liberato Cândido. Filho de Maria Rosa Gomes, solteira, lavradora, residente na
Portela do Couto. Neto materno de João Manuel Gomes e de Maria Joaquina
Gonçalves. Nasceu em Chaviães a 25/2/1882 e foi batizado pelo padre Bernardo António Rodrigues Passos dois
dias depois. Padrinhos: o seu avô materno, casado, lavrador, e Maria Joaquina
Lourenço, solteira, da Portela de Chaviães. // Lavrador. // Casou na igreja da
sua freguesia a 30/10/1910 com Deolinda Rosa, de 19 anos de idade, solteira,
sua conterrânea e parente, filha de Francisco José Lopes e de Francisca Rosa
Gomes, rurais. Testemunhas: Vitorino Marques, solteiro, empregado comercial em
Pará, e Manuel José Rodrigues, solteiro, lavrador, ambos do lugar do Val,
Chaviães. // Em 1913 os gatunos entraram na sua casa, sita na Portela de Chaviães,
roubando-lhe da carteira 61$50; deixaram-lhe o relógio, uma corrente de ouro, e
um anel de ouro!
ovni? |
(1913) - DOMINGUES, José Augusto. // Foi negociante em
Alcobaça, Lamas de Mouro. // Ele e seu cunhado, Vitorino Alves, passaram a
dormir na loja, visto que os gatunos andavam a roubá-la. A 22/11/1913,
pelas duas horas da manhã, ele e seu cunhado, que há dias vinham vigiando o
estabelecimento, conseguiram apanhar em flagrante delito os larápios:
António Afonso, solteiro, jornaleiro, natural do lugar dos Coelhos, Gave,
e seu pai, Francisco Afonso. O António bebia tranquilamente aguardente de uma
garrafa quando o comerciante e cunhado surgiram em cena. O mais novo conseguiu
fugir, sendo preso mais tarde pela Guarda-Fiscal do posto de Alcobaça. O
regedor de Lamas de Mouro, Manuel Luís Domingues, e cabos de polícias, Joaquim
Domingues (Carriço) e Manuel Pereira, levaram os prisioneiros para
a cadeia da Vila de Melgaço (ver Correio de Melgaço n.º
76, de 23/11/1913).
objetos estranhos |
(1914) - GONÇALVES, Manuel (Quintela). Filho de ---------- Gonçalves e de -------------------------. Nasceu
a --/--/18--. // Em 1914 tinha uma batela no rio
Minho, na qual uns ladrões galegos fugiram, depois de tentarem assaltar o cofre
das finanças em Melgaço (Correio de Melgaço n.º 104,
de 23/6/1914).
estamos sendo vigiados do céu |
(1914) - AFONSO, Francisco. // Ele e seu filho António,
conhecidos por “Cerqueiras”, do lugar dos Coelhos, Gave, iam ser julgados a
30/10/1914 em audiência geral, no tribunal de Melgaço, acusados de crime de
furto, praticado no estabelecimento de José Augusto Domingues, de Alcobaça, Lamas
de Mouro, a 22/11/1913 (Correio de Melgaço n.º 122, de 27/10/1914). // O
pai foi condenado a catorze meses de prisão e o filho a treze meses de prisão
correcional, levando em conta o tempo já cumprido (ver Correio de Melgaço n.º 123, de 3/11/1914).
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