quarta-feira, 25 de julho de 2018

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha





ROUBOS
 
 
     Ao longo dos tempos foram tendo várias designações: larápios, gatunos, ladrões, etc. É óbvio que há roubos de grandes dimensões, como assaltar bancos, museus, etc.; esses ficaram na história. Estes que a seguir vou narrar são pequenos furtos, sem grandes consequências, mas que por vezes estigmatizavam uma família completa. Os seus autores eram quase sempre gente do trabalho: camponeses, operários, artistas artesãos, etc., pessoas que se viam aflitas para sustentar os filhos, pois os salários eram miseráveis. É certo que os crimes devem ser punidos, mas há crimes e crimes.   


(1913) - GOMES, Liberato Cândido. Filho de Maria Rosa Gomes, solteira, lavradora, residente na Portela do Couto. Neto materno de João Manuel Gomes e de Maria Joaquina Gonçalves. Nasceu em Chaviães a 25/2/1882 e foi batizado pelo padre Bernardo António Rodrigues Passos dois dias depois. Padrinhos: o seu avô materno, casado, lavrador, e Maria Joaquina Lourenço, solteira, da Portela de Chaviães. // Lavrador. // Casou na igreja da sua freguesia a 30/10/1910 com Deolinda Rosa, de 19 anos de idade, solteira, sua conterrânea e parente, filha de Francisco José Lopes e de Francisca Rosa Gomes, rurais. Testemunhas: Vitorino Marques, solteiro, empregado comercial em Pará, e Manuel José Rodrigues, solteiro, lavrador, ambos do lugar do Val, Chaviães. // Em 1913 os gatunos entraram na sua casa, sita na Portela de Chaviães, roubando-lhe da carteira 61$50; deixaram-lhe o relógio, uma corrente de ouro, e um anel de ouro!
 
ovni?

 

(1913) - DOMINGUES, José Augusto. // Foi negociante em Alcobaça, Lamas de Mouro. // Ele e seu cunhado, Vitorino Alves, passaram a dormir na loja, visto que os gatunos andavam a roubá-la. A 22/11/1913, pelas duas horas da manhã, ele e seu cunhado, que há dias vinham vigiando o estabelecimento, conseguiram apanhar em flagrante delito os larápios: António Afonso, solteiro, jornaleiro, natural do lugar dos Coelhos, Gave, e seu pai, Francisco Afonso. O António bebia tranquilamente aguardente de uma garrafa quando o comerciante e cunhado surgiram em cena. O mais novo conseguiu fugir, sendo preso mais tarde pela Guarda-Fiscal do posto de Alcobaça. O regedor de Lamas de Mouro, Manuel Luís Domingues, e cabos de polícias, Joaquim Domingues (Carriço) e Manuel Pereira, levaram os prisioneiros para a cadeia da Vila de Melgaço (ver Correio de Melgaço n.º 76, de 23/11/1913).   


 
objetos estranhos


(1914) - GONÇALVES, Manuel (Quintela). Filho de ---------- Gonçalves e de -------------------------. Nasceu a --/--/18--. // Em 1914 tinha uma batela no rio Minho, na qual uns ladrões galegos fugiram, depois de tentarem assaltar o cofre das finanças em Melgaço (Correio de Melgaço n.º 104, de 23/6/1914). 
 

 
estamos sendo vigiados do céu


(1914) - AFONSO, Francisco. // Ele e seu filho António, conhecidos por “Cerqueiras”, do lugar dos Coelhos, Gave, iam ser julgados a 30/10/1914 em audiência geral, no tribunal de Melgaço, acusados de crime de furto, praticado no estabelecimento de José Augusto Domingues, de Alcobaça, Lamas de Mouro, a 22/11/1913 (Correio de Melgaço n.º 122, de 27/10/1914). // O pai foi condenado a catorze meses de prisão e o filho a treze meses de prisão correcional, levando em conta o tempo já cumprido (ver Correio de Melgaço n.º 123, de 3/11/1914).

Sem comentários:

Enviar um comentário