OS NOVOS LUSÍADAS
(Tentativa de continuação de Os Lusíadas, de Camões)
Por Joaquim A. Rocha
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Vendiam louça de vidro, tecidos…
Tinham
fama de ótimos navegantes,
Usavam
cor púrpura nos vestidos…
Dos
deuses e deusas eram amantes,
Nas
conversas eram mui divertidos.
Melcarte
era seu deus de eleição,
Protegia
a cidade a navegação…
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Os
vândalos, suevos e alanos,
Vindos
da Ásia e Europa do norte,
Fizeram
muita guerra aos romanos,
Eram
cruéis, não temiam a morte.
Estiveram
na península anos,
Mas
terminou o seu tempo de sorte.
Seguidamente
vêm os visigodos,
Comandados
por chefe de bons modos.
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Os
godos eram da seita ariana,
Mas
converteram-se ao catolicismo;
Lutaram
contra a tropa romana,
Contra
Roma do imperialismo…
Foram
vencidos pela mourama,
Sujeitos
a severo despotismo.
Resistiram
nos montes das Astúrias
Apesar
das doenças e penúrias.
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No
século oitavo desta era
Vieram
os muçulmanos ou mouros;
Treparam
no terreno como a hera,
Levaram
tudo à frente como touros…
Comportaram-se
como loba-fera,
Roubaram
as quintas e mil tesouros.
O
seu chefe, indomável Tarique,
Esvaziou
silo e alambique.
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Na
nossa terra estiveram anos,
Sempre
em luta contra os cristãos;
Eram
os puros, crentes, muçulmanos,
Defendiam,
com a vida, o islão…
Matavam
os outros seres humanos
Se
não respeitassem o Alcorão.
Não
foi tudo mau da sua parte,
Pois
deixaram-nos ciência e arte.
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