quarta-feira, 18 de julho de 2018

OS NOVOS LUSÍADAS
(Tentativa de continuação de Os Lusíadas, de Camões)

                                                                                Por Joaquim A. Rocha






39

 Fenícios, hábeis comerciantes,

Vendiam louça de vidro, tecidos…


Tinham fama de ótimos navegantes,

Usavam cor púrpura nos vestidos…

Dos deuses e deusas eram amantes,

Nas conversas eram mui divertidos.

Melcarte era seu deus de eleição,

Protegia a cidade a navegação…

 
40

 

Os vândalos, suevos e alanos,

Vindos da Ásia e Europa do norte,

Fizeram muita guerra aos romanos,

Eram cruéis, não temiam a morte. 

Estiveram na península anos,

Mas terminou o seu tempo de sorte.  

Seguidamente vêm os visigodos,

Comandados por chefe de bons modos.

 

41

 

Os godos eram da seita ariana,

Mas converteram-se ao catolicismo;

Lutaram contra a tropa romana,

Contra Roma do imperialismo…

Foram vencidos pela mourama,

Sujeitos a severo despotismo.

Resistiram nos montes das Astúrias 

Apesar das doenças e penúrias.

42

 

No século oitavo desta era

Vieram os muçulmanos ou mouros;

Treparam no terreno como a hera,

Levaram tudo à frente como touros…

Comportaram-se como loba-fera,

Roubaram as quintas e mil tesouros.

O seu chefe, indomável Tarique,

Esvaziou silo e alambique.

 

43

 

Na nossa terra estiveram anos,

Sempre em luta contra os cristãos;

Eram os puros, crentes, muçulmanos,

Defendiam, com a vida, o islão…

Matavam os outros seres humanos

Se não respeitassem o Alcorão.

Não foi tudo mau da sua parte,

Pois deixaram-nos ciência e arte.




 

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