GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO
(Micro biografias)
Por Joaquim A. Rocha
BARROS,
Agostinho. Filho de Henrique Benedito de Barros (nascido
em SMP a 5/9/1818 e comerciante em Castro Laboreiro) e de Joaquina Rosa Fernandes (natural dos Cabreiros, Rouças).
Nasceu em Castro Laboreiro em 1859. // Casou em SMP a 16/9/1882 com Filomena
Rosa, de 25 anos de idade, filha de José Maria de Sousa, negociante, e de Rosa
Margarida Gonçalves. Testemunhas: José Cândido Gomes de Abreu, solteiro,
comerciante, e Manuel José Esteves, casado, escrivão da Fazenda, ambos da Vila
de Melgaço. // A sua esposa esteve doente, com um ataque de influenza, em 1914
(CM 86, de 8/2).
Melhorou bastante, pois em Agosto ou Setembro do mesmo ano partia para Âncora «fazer uso de banhos de mar». // Morou na
Rua Direita (perto do Solar do Alvarinho), e dava explicações a alunos do ensino primário. // Em
29/10/1919 respondeu em processo de polícia correcional pelo crime de dano,
tendo sido absolvido; era seu advogado de defesa o Dr. José Joaquim de Abreu (JM 1269, de 2/11/1919). // Faleceu
a 27/4/1937, nos Carvalhos, Vila Nova de Gaia, onde residia com a esposa e
netos (ver NM 353, de 16/5/1937). // Viveu muitos anos na Vila de Melgaço, onde lhe puseram
a alcunha «Cobra». // Pai de Armando (em 1912
era negociante e proprietário do Seringal Empresa, no Acre) e de Alice, e avô de Maria Alice, Armanda e de Ângelo
Augusto (escritor);
irmão de Ladislau (emigrante no Brasil), de José (comerciante no Porto), de Jerónimo (proprietário
em Ermezinde), de Delfina e de Ana Maria de Jesus,
residentes em Prado, Melgaço. // Foi graças a ele que o seu neto escreveu o
extraordinário romance «Maria dos Tojos» ou «Serra Brava»: contou-lhe todas as
histórias, ensinou-lhe a geografia e a maneira de ser, os ancestrais costumes
do castrejo autêntico; as saídas temporárias para Espanha e França, para
Trás-os-Montes, e outras terras portuguesas, as mudanças de residência de
acordo com as estações do ano, os trajes, o perfil psicológico, as perseguições
levadas a cabo pelos carabineiros e soldados da Guarda-Fiscal aos pequenos
contrabandistas, a agressividade da serra, enfim, tudo! // (ver Correio de Melgaço n.º 30, de 29/12/1912).
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