quarta-feira, 23 de maio de 2018

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha




ADEGA COOPERATIVA
// continuação...

     O projeto seguira para o IFADAP, é certo, mas este rejeitou-o, apoiando, através da Comissão Económica Europeia, a empresa “Quintas de Melgaço, Agricultura e Turismo, SA”, cuja adega foi inaugurada a 15/8/1994, com a presença do Governador Civil do distrito.      Em artigo do Dr. Paulo Malheiro, natural de Chaviães, advogado na Amadora, em “A Voz de Melgaço” n.º 1.000, de 1/2/1994, lê-se: «A denominada Adega Cooperativa continua a ser um projecto que, acredito, será levado a bom porto, dado o empenhamento das pessoas e entidades envolvidas.» Mas, depois de esclarecer o leitor, passa a defender a Sociedade Anónima: «Por isso se obtém uma maior rentabilização de uma adega sociedade anónima – dada a inexistência ou diminutos encargos financeiros – o que traz benefícios para os sócios, através da distribuição, no final do ano, dos dividendos (lucros da sociedade).»







     Mais abaixo afirma que os cooperantes não têm preparação para gerirem uma cooperativa, por isso poderão levá-la ao desastre! E remete os leitores para as notícias dos jornais, as quais anunciam diversas falências de cooperativas, salvo as de habitação. E dá um exemplo. E para rematar, escreve: «É que não basta erguer uma adega. Isso até é fácil, face aos incentivos comunitários. O que é difícil é mantê-la…» E com base em informações que recolheu, comenta: «…a Adega Quintas de Melgaço tem mercado para a sua produção, nomeadamente o mercado externo. Isso é uma garantia para os viticultores. E a adega cooperativa
      O presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Rui Solheiro, defendeu desde o início a criação da adega cooperativa, mas o tempo foi passando e em reunião de 18/3/1995 já aceitou a ideia da sua ligação à Cooperativa de Monção, com o nome de Adega Regional de Monção e Melgaço. Em Paderne existiria um «barracão de recolha de uvas». Muitos associados pediram o seu dinheiro de volta. A rejeição dos subsídios pelo IFADAP teve em conta a «sobre capacidade de produção instalada na região.» Tendo em consideração essa realidade, a C.C.A.M.M. sugeriu aos viticultores que subscrevessem ações da sociedade “Quintas de Melgaço” aquando do aumento de capital. Não sonhavam sequer que essa sociedade fosse mais tarde parar às mãos (68,8%) da Câmara Municipal de Melgaço (oferta de Amadeu Abílio Lopes, de Chaviães). Essa doação levantou grandes celeumas, sobretudo entre Paulo Malheiro (advogado) e Alberto Esteves (professor e vinicultor). Quem estiver interessado, pode ler essas polémicas em A Voz de Melgaço números 1067, 1069, 1071, 1073, do ano de 1997. (Acerca deste assunto ver ainda: Notícias de Melgaço n.º 1490, de 3/11/1963 – artigo de F. da Silva; Jornal de Melgaço n.º 25, de Abril de 1992; A Voz de Melgaço n.º 966, de 1/7/1992; A Voz de Melgaço n.º 968, de 1/8/1992; A Voz de Melgaço n.º 973, de 1/11/1992; A Voz de Melgaço n.º 984, de 1/5/1993; A Voz de Melgaço n.º 985, de 15/5/1993; Jornal de Melgaço n.º 44, de Janeiro de 1994; A Voz de Melgaço n.º 1109, de 1/2/1999, e A Voz de Melgaço n.º 1184, de 15/6/2002).
 
 


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