DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ADEGA COOPERATIVA
Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1214, de
16/9/1956: «segundo o plano apresentado
pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, e já aprovado
superiormente, vão ser criadas nestes seis anos mais próximos dezoito adegas
cooperativas. Os vinicultores melgacenses ainda se não aperceberam das
vantagens trazidas ao concelho por uma adega cooperativa e por isso deixaram
fugir este momento excelente para valorizarem o seu vinho verde. Monção ganhou
aos pontos, pois lá está o nome do seu concelho na lista dos contemplados.»
// Mas, tal como em outros concelhos vinícolas, Melgaço achou por bem ter a sua
Adega Cooperativa. Pode ler-se no Notícias de Melgaço n.º 1319, de 7/6/1959: «Começam os lavradores melgacenses a ver com
bons olhos os trabalhos da atual direção do Grémio da Lavoura … e está-lhes já
interessando o funcionamento da adega cooperativa. Segundo ouvimos dizer, um proprietário
da Vila … já comunicou ao professor Ascensão Afonso, operoso presidente da
respetiva direção, estar disposto a oferecer à referida adega o terreno
necessário para a sua sede e oficinas, em sítio bem localizado, apropriado e de
boa situação para o efeito. Ora não há por aí outros proprietários cuja paixão
pela terra os arraste e leve a nobilitarem-se subscrevendo seus nomes no número
dos pioneiros de uma ideia tão boa, que é capaz de solucionar em pouco tempo
uma das mais urgentes necessidades da região?» (em Monção estava-se nessa
altura a construir a Adega Cooperativa; foi inaugurada a 6/91962 pelo
Secretário de Estado da Agricultura). // Machado Duarte escreve um artigo no
Notícias de Melgaço com data de 23/12/1962, também apoiando a sua criação. //
Em 1963 noticiou-se: «os maiores
proprietários do concelho vão-se associar no sentido de ser possível a
construção, em Melgaço, da tão desejada Adega Cooperativa.»
Um dos objetivos seria o de regularizar os preços dos produtos agrícolas, sobretudo o do vinho, porque «...o ano passado 500 litros de vinho custavam três contos; este ano custa 700$00» - lembrava o articulista. O professor Ascensão Afonso, como presidente do Grémio, era um dos impulsionadores; o outro, era Machado Duarte, funcionário do tribunal da comarca. Muitos anos mais tarde, já noutro regime político, com outra gente, nasceu o projeto, elaborado pela “Agro-sistema, S.A.”, e pago (cerca de mil contos de réis) pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Melgaço, apresentado aos agricultores a 8/3/1992, domingo. Constituiu-se formalmente a 27/9/1992 no cartório notarial de Monção e foi confirmada pela Conservatória de Melgaço a 12/3/1993. O presidente da direção era Arias António Gonçalves; o secretário, António Fernandes; o tesoureiro, Manuel José Armada. Havia no termo 3.634 viticultores inscritos, cuja área de vinha era de 503 hectares. O custo previsto para a criação da adega rondava os 324 mil contos! Escreveu-se em A Voz de Melgaço n.º 997, de 1/12/1993: «Acabamos de saber que por ofício de 9 de Novembro do Instituto da Vinha e do Vinho foi aprovado o projeto da Adega Cooperativa de Melgaço para a construção de uma adega e tudo o mais que diz respeito ao tratamento das uvas, à vinificação e à sua comercialização. Este parecer, que era decisivo e vinculativo, está finalmente dado. O IFADAP já está a estudar a parte económica do mesmo projeto para ver qual a percentagem de financiamento dos fundos comunitários e qual a contrapartida nacional. Mas é uma questão de alguns dias mais, pensamos. Tudo leva a crer que em 1994 arranquem todos os trabalhos, desde o concurso para a empreitada, obras, etc., ao mesmo tempo que se reforçará a estrutura de apoio aos agricultores para estes levarem até ao máximo o seu empenhamento na concretização de uma oportunidade que tem de ser agarrada a sério, pois os tempos que vivemos não se compadecem com amadorismos.» // continua...
Um dos objetivos seria o de regularizar os preços dos produtos agrícolas, sobretudo o do vinho, porque «...o ano passado 500 litros de vinho custavam três contos; este ano custa 700$00» - lembrava o articulista. O professor Ascensão Afonso, como presidente do Grémio, era um dos impulsionadores; o outro, era Machado Duarte, funcionário do tribunal da comarca. Muitos anos mais tarde, já noutro regime político, com outra gente, nasceu o projeto, elaborado pela “Agro-sistema, S.A.”, e pago (cerca de mil contos de réis) pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Melgaço, apresentado aos agricultores a 8/3/1992, domingo. Constituiu-se formalmente a 27/9/1992 no cartório notarial de Monção e foi confirmada pela Conservatória de Melgaço a 12/3/1993. O presidente da direção era Arias António Gonçalves; o secretário, António Fernandes; o tesoureiro, Manuel José Armada. Havia no termo 3.634 viticultores inscritos, cuja área de vinha era de 503 hectares. O custo previsto para a criação da adega rondava os 324 mil contos! Escreveu-se em A Voz de Melgaço n.º 997, de 1/12/1993: «Acabamos de saber que por ofício de 9 de Novembro do Instituto da Vinha e do Vinho foi aprovado o projeto da Adega Cooperativa de Melgaço para a construção de uma adega e tudo o mais que diz respeito ao tratamento das uvas, à vinificação e à sua comercialização. Este parecer, que era decisivo e vinculativo, está finalmente dado. O IFADAP já está a estudar a parte económica do mesmo projeto para ver qual a percentagem de financiamento dos fundos comunitários e qual a contrapartida nacional. Mas é uma questão de alguns dias mais, pensamos. Tudo leva a crer que em 1994 arranquem todos os trabalhos, desde o concurso para a empreitada, obras, etc., ao mesmo tempo que se reforçará a estrutura de apoio aos agricultores para estes levarem até ao máximo o seu empenhamento na concretização de uma oportunidade que tem de ser agarrada a sério, pois os tempos que vivemos não se compadecem com amadorismos.» // continua...
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