SONETOS
Por Joaquim A. Rocha
O
MENDIGO
(138)
Naquela
rua vê-se senil mendigo,
Estendendo
a mão, pedindo esmola,
Vestindo
velha e curta camisola,
Exibindo
seu bizarro umbigo.
Dizem
que foi praga, duro castigo,
Por
ter renegado a nobre escola;
Às
costas carrega suja sacola,
Onde
mete rijo pão sem presigo.
Consta
que fora outrora emigrante,
Num
país longínquo, envelhecido;
Onde
arruinou saúde, sua vida.
Sem
cabeça, perdeu dinheiro, amante,
Até
um filho ficou lá esquecido…
Resta-lhe agora a voz consumida.
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