terça-feira, 13 de dezembro de 2016

OS NOVOS LUSÍADAS
(tentativa de continuação de Os Lusíadas, de Camões)
 
Por Joaquim A. Rocha
  
 

51

                           Albuquerque, o guerreiro temível,

Segundo vice-rei, conquistador,

Qual Alexandre, forte, terrível,

Torna-se da guerra o grão senhor,

O soldado perfeito, invencível,

Dando ao rei título de imperador.

E para que o mundo não o esqueça

Ergueram-lhe estátua por promessa.

 
52

 Malaca, Ormuz, a formosa Goa,

Passam a ser do reino português.

Foram orgulho da lusa coroa,

Mais importantes do que Ceuta e Fez.

            Estas praças, tão longe de Lisboa,

Tornam-se deles como o rio Vez.

E para que haja absoluta certeza

Semeiam lá a língua portuguesa.


53

 
O Lopo Soares de Albergaria,

Homem d’armas, terceiro vice-rei,

Devoto da mãe de Jesus, Maria,

Em Ceilão impõe a força, sua lei,

Feita de espada, de vil tirania;

E mais o que ele fez, nem eu sei.

Que interessa Colombo conquistar

Se logo depois a vai entregar?

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