quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SONETOS


Por Joaquim A. Rocha





NO PARAÍSO

(134)

 

Adão e Eva não sentiam vergonha,

Apesar dos corpos estarem nus;

Brincavam, como o sol faz com a luz,

Pairavam lá no alto, tal cegonha.

 

Estavam cheiinhos de doce engonha,

Tal como os mansos patos e perus;

Não laboravam como os ratos mus,

No Éden só se espera, ninguém sonha!

 

A serpente, esposa do demónio,

Lamentava aquele viver sem rumo,

O não acumular de património…

 

Por mais que espremesse nada dá sumo,

Não se extraía nota desse harmónio…    

Nem no cofre se via um reles numo.

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