SONETOS
Por Joaquim A. Rocha
NO PARAÍSO
(134)
Adão
e Eva não sentiam vergonha,
Apesar
dos corpos estarem nus;
Brincavam,
como o sol faz com a luz,
Pairavam
lá no alto, tal cegonha.
Estavam
cheiinhos de doce engonha,
Tal
como os mansos patos e perus;
Não
laboravam como os ratos mus,
No
Éden só se espera, ninguém sonha!
A
serpente, esposa do demónio,
Lamentava
aquele viver sem rumo,
O
não acumular de património…
Por
mais que espremesse nada dá sumo,
Não
se extraía nota desse harmónio…
Nem
no cofre se via um reles numo.
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