DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ZARAGATAS
Ouve-se constantemente dizer que a gente de Melgaço é ordeira, pacífica, mas essa afirmação nem sempre correspondeu à verdade. Ao longo dos séculos os melgacenses cometeram imensos crimes, uns mais graves do que outros. Quando Melgaço passou, no século XIX, a ter dezoito freguesias, em lugar das oito que antes tinha, os crimes aumentaram exponencialmente. No século XX foi necessário construir uma nova cadeia (hoje Casa da Cultura) pois as que havia não chegavam, e também já estavam obsoletas, ultrapassadas, autênticas pocilgas. Enfim, factos são factos, as estatísticas não mentem. No entanto, é óbvio que este concelho do Alto Minho, comparado com outros concelhos do país, é um autêntico paraíso terrestre.
(1919) - Lê-se no Jornal de Melgaço n.º
1258, de 17/8/1919: «Em audiência de polícia correcional respondeu há dias no
tribunal desta comarca o nosso amigo Firmino Rodrigues, da freguesia de Penso, por ter
batido há tempos em Maria Domingues, da mesma freguesia. Além das custas e
selos do processo, foi condenado em 70 dias de multa a $40 por dia…» // Morreu na dita freguesia de Penso em Março de
1951.
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(1919) - SOARES, Augusto (Cristo). Filho de Maria Angélica Soares, solteira, moradora em Bouços, Prado.
Neto materno de Diogo Manuel Soares e de Rosa Joaquina de Magalhães, do dito
lugar. Nasceu em Prado a 21/3/1891 e foi batizado 28 desse mês e ano.
Padrinhos: Vítor Manuel Esteves de Magalhães, casado, do lugar do Escuredo, Chaviães,
e Rosa de Jesus Lopes, solteira, de Bouços, Prado. // Casou na Conservatória do
Registo Civil de Melgaço a 21/12/1916, com Maria da Glória, filha de Miguel
Vitorino Trancoso e de Cecília Gonçalves. // A 29 de
Outubro de 1919 respondeu em audiência de processo correcional pelo crime de
ofensas corporais, tendo sido condenado em trinta dias de prisão correcional,
cinco dias de multa a dez centavos ($10) por dia, custas e selos; era seu
advogado de defesa o Dr. José Joaquim da Rocha (Jornal de Melgaço n.º 1269, de 2/11/1919). // Com geração.
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(1920) - PIRES, António Manuel. Filho de ------------
Pires e de ---------------------------. Nasceu em ----------, a --/--/187-. //
Acerca dele conta-nos o correspondente do Jornal de Melgaço, a 15/1/1920: «no dia 1.º do corrente estava António Manuel Pires, das Bouças, a
encaminhar umas enxurradas para umas videiras, que tem junto ao seu quinteiro,
e eis que lhe aparece António Domingues, do mesmo lugar, que pretende estorvá-lo
no seu trabalho. Daí entra em cena a antiga peça. Um tapa, outro tapa,
aparecendo no fim do acto o Pires com uma grande contusão no braço esquerdo, e
o Domingues com uma escoriação na cabeça. No mesmo dia seguiram ambos para a
Vila para dar que fazer àqueles que logo no começo do ano haviam recitado o
“Deus desavenha quem nos a nós mantenha”.»
// Morreu no lugar de Bouças, Alvaredo, a --/--/1938, com 65 anos de idade. //
(Notícias de Melgaço n.º 383).
(1923) - O Notícias de Melgaço n.º 4, de 8/4/1923, traz
a seguinte notícia: «Facadas – entre Fernando do Paço e António Silva,
cocheiros, por causa de quererem ambos transportar uns caixeiros-viajantes a
São Gregório. Testemunha: Gabriel Serafim, barbeiro.»
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