DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
AFOGAMENTOS
// A 3/6/1908 apareceu afogado nas
margens do rio Minho, limites do lugar da Torre, freguesia de Alvaredo,
o corpo de um indivíduo do sexo masculino, aparentando ter à volta de quarenta
anos de idade, o qual foi sepultado, por ordem da autoridade civil, no local
onde aparecera.
// BESTEIRO,
Jerónimo. Filho de José Besteiro, natural de Paderne, e de Florinda Pires, natural
de Alvaredo, caseiros na Quinta da Carrasqueira. Neto paterno de Manuel José
Besteiro e de Maria Joana de Castro; neto materno de Manuel António Pires e de
Joaquina Fernandes. Nasceu em Alvaredo a 22/3/1898 e foi batizado a 24 desse
mês e ano. Padrinhos: o avô materno e Emília Pires, casados, lavradores. // A
24/6/1912 – entre as 15 e as 16 horas – afogou-se no rio Minho, no sítio da
Ferreira, perto do posto fiscal, quando tomava banho; tinha apenas catorze anos
de idade! «Era essencialmente trabalhador
e bem comportado…» O caso ainda deu que falar, pois «tendo o cadáver … aparecido no sábado, 29, pelas sete horas da manhã, e
tendo o regedor oficiado imediatamente ao administrador, só o cadáver foi
levantado, para se lhe dar sepultura, cinquenta e quatro horas depois do seu
aparecimento, isto é, na segunda-feira, 1 de Julho, pelas treze horas …; apesar
de estar na água, apresentava na parte superior o aspeto de carbonizado,
exalando, pelo seu estado de putrefação, um cheiro deveras insuportável, a
ponto de o povo, na sua indignação, lhe querer dar sepultura sem as formalidades
legais. E é num estado destes que os dignos médicos se haviam de abalançar a
fazer a autópsia! …apesar do seu mau estado, foi conduzido para o cemitério,
acompanhando-o bastante povo – no que fez enorme sacrifício – bem como a
associação cultual e o respetivo pároco.» // (A carta
foi enviada de Alvaredo, com data de 5/7/1912 e publicada no Correio de Melgaço
n.º 5). O corpo apareceu junto à
pesqueira “Carvalha”… Escreve o jornalista: «depois de ter sido dado conhecimento às autoridades, foi o cadáver
autopsiado pelos distintos facultativos municipais Dr. António Pereira de Sousa
e Dr. Vitoriano de Castro, assistindo Manuel Rodrigues Ferreira, juiz de paz,
em Penso, e seu escrivão Adriano Barbeitos.»
// RODRIGUES,
José. Filho de -------- Rodrigues e de -----------------------------. Nasceu
por volta de 1895. // Morreu afogado a 17/9/1914, pelas quinze horas e trinta
minutos, na ocasião em que tomava banho no rio Minho, no poço chamado “Argazil”;
era solteiro, tinha dezanove anos de idade, e morava no lugar dos Raposos,
Prado (Correio
de Melgaço n.º 117, de 22/9/1914, e Correio de Melgaço n.º 119, de 6/10/1914).
// VAZ,
José. // Morreu
afogado no rio Minho em 1915, próximo de Penso, quando tomava banho;
tinha catorze anos de idade (Correio de Melgaço n.º 161, de 15/8/1915).
// PINTO,
Fernando Augusto. Filho de José Maria Pinto, proprietário, natural da freguesia
de Remoães, e de Maria da Glória da Conceição Monteiro, doméstica, natural de
Paderne, moradores na Quinta da Torre. Neto paterno de José Maria Pinto e de
Joaquina Fernandes; neto materno de Manuel Bento Monteiro e de Maria José de
Sousa Lobato. Nasceu em Paderne a 6/1/1904 e foi batizado a 10 desse mês e ano.
Padrinhos: o seu avô materno e Marcelina Rosa Monteiro, solteira, doméstica,
tia materna do batizando. // Em 1914
frequentava a escola do sexo masculino de Remoães, tendo por professor José
Caetano Gomes; nesse ano, a 2 de Julho, foi fazer exame do 1.º grau na escola
Conde de Ferreira, Vila, obtendo a classificação de «bem» (Correio de Melgaço n.º 106, de 7/7/1914). // Morreu no rio Minho, por afogamento, a 3/8/1917, com apenas
treze anos de idade (Jornal de Melgaço
n.º 1169, de 4/8/1917, e Jornal de Melgaço n.º 1170, de 11/8/1917).
Sem comentários:
Enviar um comentário