DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ZARAGATAS
CASTRO,
Salvador. Filho de António Abreu de Castro, de Alvaredo, e de Maria Teresa
Rodrigues, de Penso, lavradores, residentes no lugar do Coto. Neto paterno de
Manuel António de Abreu de Castro e de Faustina Rodrigues Vilarinho; neto materno
de João Francisco Rodrigues e de Mariana de Araújo. Nasceu em Alvaredo a
8/8/1890 e foi batizado no dia seguinte. Madrinha: Carolina Maria Rodrigues,
casada, de Paderne, que “batizara” a criança em casa por ser fraquinha. //
Casou na CRCM a 31/3/1924 com Delfina Rosa Durães, nascida no lugar da
Carreira, São Paio, a 22/1/1892, filha de José Maria Durães e de Maria de Jesus
Durães, a qual faleceu em Alvaredo a 8/6/1950. // Irmão de Maria. // Acerca
deles narra-nos o correspondente do Jornal de Melgaço o seguinte: «Em audiência
correccional respondeu o nosso amigo e correligionário Salvador Abreu e Castro
e sua mana Maria, do Coto, ficando esta absolvida, e aquele condenado, pelo
“nefando” crime de se defender de três cunhados e uma irmã que foram insultá-lo
em sua própria casa. Tal condenação causou má impressão no povo desta
freguesia, visto que o Salvador é um belo carácter, sendo por isso estimado de
todos, menos daquela irmã e cunhado. Não queremos com isto censurar os actos do
Juiz de Direito desta comarca, pois sabemos que nas suas sentenças tem sido
inteiramente justo; o que, porém, não deixaremos de censurar é a lei que não
permite que nos defendamos quando alguém nos insulta ou ataca – dura lex!» // Ele morreu em Alvaredo a 19/1/1967. // Pai
de António Durães de Castro, casado com Amabélia de Fátima Gomes.
(1916) - FERNANDES, Frederico. Filho de --------------
Fernandes e de ------------------ de Castro. Nasceu a --/--/18--. // Foi
negociante na freguesia de Prado. // Em 1912 encontrava-se gravemente doente (Correio de Melgaço n.º 11, de 18/8/1912). // Em 1916 Álvaro José da Cunha
acusava-o de transacionar bens que pertenciam a sua tia, Corina Cândida da
Cunha (ver Correio de Melgaço n.º 180, de 2/1/1916). // Passado pouco
tempo Frederico tentou arrombar a porta de uma casa sobre a qual alegava
direitos; porém, o Álvaro José tentou impedi-lo, mas o arrombador, irritado,
deu-lhe uma grande tareia, indo parar à cadeia pelo crime de ofensas corporais
(ver Correio de Melgaço n.º 189, de 6/3/1916).
*
(1916) - MELO,
Sofia de Jesus. Filha de José Joaquim Alves de Melo e de Delmira Rosa Sanches,
jornaleiros, de SMP. Neta paterna de Francisco Maria de Melo e de Teresa
Joaquina Alves; neta materna de Manuel Joaquim Sanches e de Maria Rosa
Sarandão. Nasceu nas Carvalhiças a 30/9/1888, e foi batizada a 7 de Outubro
desse ano. Padrinhos: Vitorino Joaquim Lourenço, casado, taberneiro, e Maria
das Dores Lopes, solteira, «empregada no
governo de sua casa.» // Foi peixeira. O “Correio de Melgaço” n.º 70, de
12/10/1913, veicula a notícia de que ela (mais a Maria da
Conceição Rodrigues e Lúcia Cândida) foi multada pelo oficial da Câmara, Severino
Gomes, por ter lavado sardinhas no rego público da Feira Nova, multa que não
chegou a pagar, porque as autoridades camarárias tiveram em conta o seu
desconhecimento da lei, prometendo elas não voltarem a fazer a mesma coisa. //
Constava que fora amante do António “Ferrador”, de quem teve duas filhas: Maria
de Lurdes e Francisca da Glória (Chiquita). É
possível que o texto que a seguir transcrevo, extraído do “Correio de Melgaço”
n.º 198, de 7/5/1916, tenha a ver com esse galã: «Na
taberna da Emília da Adelina houve, na quarta-feira, pelas nove horas da noite,
luta renhida entre três mulheres (…): Sofia de Melo, Maria Lourenço (*) e
Elvira da Glória, as quais – penteando-se
mutuamente (pobres madeixas) – disputam a primazia sobre o amante comum. Não há
dúvida que esta última obteve vitória (mas só na luta corpo a corpo, bem
entendido) pois obrigou as antagonistas a gritar: - ó da guarda! Aparece neste
comenos o digno secretário da Administração (**) para fazer entrar na cadeia,
com armas e troféus, a triunfante Elvira. Mau negócio e pouca sorte!»
// A Sofia, além das duas raparigas, ainda deu à luz um rapaz; sobreviveu
apenas a primeira, nascida em 1908. // Sofia de Jesus faleceu em Fevereiro de
1923. /// (*) Deve tratar-se de Maria José Lourenço, que no ano transato dera à luz um
filho, a quem pôs o nome de João António, cujo pai se ignora. /// (**) Trata-se de Maker Luís
Teixeira Pinto.
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