domingo, 30 de dezembro de 2018

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha
 
 
 
 
 
ROUBOS
 

     Quantas vezes eu ouvi dizer que em Melgaço nada se passava de interessante. Contudo, nas suas dezoito freguesias, ao longo do ano, algo ia acontecendo: casamentos, batizados, óbitos, roubos, agressões, festas, mortes por afogamento, incêndios, etc., tudo como nos outros concelhos do país. Muitas dessas notícias não apareciam no jornal devido em parte à carência de jornalistas profissionais. Normalmente havia dois jornais no termo de Melgaço, mas com meia dúzia de páginas, cujos textos eram escritos por amadores, alguns até com apenas quatro anos de escolaridade. Aparecia por vezes um ou dois professores do ensino primário que tinham jeito para a escrita: raridades.     

(1934) - FERNANDES, Baltazar. Filho de Francisco António Fernandes e de Maria Clemência Vilas, lavradores, residentes em Barro (ou Bairro) Pequeno, freguesia de Penso. Neto paterno de Luís Manuel Fernandes e de Maria Luísa Fernandes, de Casal Maninho; neto materno de Manuel Luís Vilas e de Maria Joaquina Alves, de Pomar. Nasceu em Penso a 2/5/1873 e foi batizado dois dias depois. Padrinhos: Vicente Vaz e sua esposa, Maria Emília Esteves Cordeiro, rurais, da Casa do Campo. // Casou com Ermelinda de Faro. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 233, de 27/5/1934: «A noite passada (17 de Maio) roubaram aos senhores Baltazar Fernandes, Libério Esteves, e Manuel Esteves Reguengo, o milho que tinham em três moinhos sitos nos limites do lugar de Pomar. Apresentada a queixa hoje de manhã ao senhor regedor, esta autoridade passou buscas em duas casas do lugar de Mós, não tendo encontrado o milho furtado àqueles senhores, porém, numa delas encontrou, dentro de uma caixa, um saco com cesto e meio de espigas. Interrogados os donos da casa, disseram que lhas tinha emprestado uma pessoa do lugar das Lages, a qual confirmou esta declaração, tendo por isso o senhor regedor abandonado as investigações. Com espanto de todos, essa pessoa das Lages veio agora dizer que não lhe tinha dado nenhumas espigas, e uma filha de um dos queixosos viu passar esse indivíduo junto da sua casa, pela uma hora da noite, com um grande saco às costas. O senhor regedor comunicou o caso superiormente. Oxalá venha a saber-se quem não teve pejo de ir roubar, principalmente, um dos queixosos, que tem os filhos com fome.» // Morreu na freguesia de Penso a 2/5/1953. // Com geração.   


 
            
 (1935) - No ano de 1935 havia uma quadrilha que roubava galinhas (NM 290, de 10/11/1935).
 

(1936) - AZEVEDO, Laurinda. Filha de José Joaquim Rodrigues de Azevedo e de Maria Luísa Bernardes, artistas, moradores no lugar de Barro (ou Bairro) Grande. Neta paterna de António José Rodrigues de Azevedo e de Marcelina Rosa de Araújo; neta materna de Constantino Bernardes e de Maria José Gonçalves. Nasceu em Penso a 30/4/1903 e foi batizada na igreja a 6 de Maio desse ano. Padrinhos: Eduardo José de Magalhães, proprietário, da Casa do Crasto, e Maria Esteves, jornaleira, do lugar das Lages, solteiros, ambos de Penso. // A 25/7/1917 fez exame do 1.º grau e obteve a classificação de ótima; era aluna da professora Amélia Emília Curvo Semedo (Jornal de Melgaço n.º 1168). // Em 1936 queixou-se à autoridade administrativa por lhe terem roubado de casa uma fieira, uma cruz, um travessão, uma aliança, pulseira, uma imagem da Senhora da Conceição, tudo em ouro, e 100$00 em dinheiro; foi presa, como suspeita, Maria, de 16 anos de idade, solteira, de Barro Grande, Penso, acabando por confessar que fora a autora do roubo, e seu pai, Laurentino Nóvoas, encobridor (Notícias de Melgaço n.º 324). // Casou a 14/2/1942 com Manuel Secundino Alves, natural de Valadares, Monção, de quem enviuvou a 30/9/1963. // Faleceu no lugar de Barro Grande, onde morava, a 4/10/1979, e foi sepultada no cemitério de Penso. // Lê-se na sua campa: «Estarás sempre nos nossos corações





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