DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
Roubos
No Correio
de Melgaço n.º 149, de 16/5/1915, lemos a seguinte comédia num acto: «Um meliante
qualquer, de Paderne, do qual não se sabe o nome, que trabalha há tempos em
Espanha, roubou, a 14/5/1915, a Manuel José Fernandes, proprietário de
Alvaredo, um redeiro, que aquele cidadão tinha a secar perto do rio Minho.
Preso, com o objecto roubado, foi conduzido a esta Vila por dois cabos de
polícia, daquela freguesia, um armado com uma espingarda caçadeira e o outro
munido de um bom cacete. O atrevido gatuno, porém, ao chegar a Galvão de Cima,
perto da Vila, deu às de Vila Diogo, deixando os representantes da autoridade
com cara… à banda! O cabo da polícia que trazia a arma caçadeira ainda deu ao
gatilho por duas vezes, mas… cruel decepção!.. a arma era velha e para maior
infelicidade estava descarregada, não podendo fazer fogo sobre o gatuno que –
auxiliado pelas rijas gâmbias – atravessou campos e o regato de Prado, pondo-se
em bom lugar. Os seus perseguidores ainda tentaram procurá-lo pelos campos de
centeio, mas em vão o fizeram, pois não o viram mais. Resolveram então vir
contar o caso ao administrador do concelho e fazer-lhe entrega da rede roubada,
que o meliante tinha deixado como recordação.» Quer dizer: o pobre
diabo deixou-lhes a rede, carregou com ela quase cinco quilómetros a pé, e
ainda queriam que ele fosse para a cadeia. Bons tempos!
PEREIRA, Firmino. Filho de Bernardino Pereira e de Marcelina Esteves
Cordeiro, residentes no lugar das Lages. Neto paterno de Francisco Pereira e de
Maria Joana Gonçalves; neto materno de Francisco António Esteves Cordeiro e de
Mariana Gonçalves, todos lavradores. Nasceu em Penso a 2/3/1872 e foi batizado
no dia seguinte. Padrinhos: os avós maternos, de Casal Maninho. //
Proprietário. // Casou com Maria Amália da Cruz Rodrigues. // Em Junho de 1918, quando andava a sachar nas suas
propriedades, os gatunos partiram o vidro de uma janela de sua casa,
roubando-lhe um relógio e corrente de prata, dois cordões de ouro, uma aliança
de ouro, e algum dinheiro, pouco, por não terem encontrado mais (Jornal de Melgaço n.º 1211, de 22/6/1918).
*
ALMEIDA,
Maria das Dores. Filha de ------------- Almeida e de --------------------.
Nasceu por volta de 1858. // Em 1918 a Câmara Municipal concedeu-lhe uma
licença para ela vedar um seu quintal, sito à Feira Nova (JM 1198, de 9/3/1918). // Tinha a profissão de forneira. // A
26/4/1906 foi madrinha de Paulo José de Sousa. // A
9/3/1919, enquanto ela estava na feira, assaltaram-lhe a casa, de onde furtaram
um cordão de ouro e 81$50 (JM 1242, de
13/4/1919). // Faleceu na Vila a --/--/1933, com 75 anos de idade.
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