domingo, 3 de junho de 2018

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DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha 





                                                                          ROUBOS


          Por mais que se queiram fazer comparações entre o passado e o presente acerca de roubos, isso torna-se quase impossível. Há cem anos atrás circulava pouco dinheiro e a maioria das casas tinha pouco para roubar. Também não havia, como agora, quadrilhas organizadas. Pequenos ladrões, independentes, iam furtando bens de consumo, roupa, e meia dúzia de moedas. Em nossos dias os roubos são imensos. Há grupos organizados, estudam a maneira mais eficaz de ficar com os bens dos outros, os carteiristas movem-se à vontade no metropolitano de Lisboa e Porto. Isto sem falar nos grandes roubos praticados por indivíduos bem posicionados na vida. A corrupção também se pode considerar roubo; a empresa que evita por meios ilegais o pagamento de impostos também é ladra. E a população por vezes aplaude esses actos ilícitos. Ouve-se constantemente dizer: «esses é que são finos, é que a sabem levar!» Ser honesto é quase "criminoso" neste modelo de sociedade!
           Bem, vamos ao que interessa

(1907) - LOURENÇO, Francisco. Nasceu no lugar do Coto, freguesia de Cristóval, a --/--/18--. // Em 1907 estava solteiro. Nesse ano foi citado pela autoridade para no prazo de sessenta dias se apresentar no tribunal de Melgaço a fim de responder pelo crime que praticara ao ter entrado no dia 21/9/1901 na casa de habitação de Vitorino José Esteves, do dito lugar, e aí arrombar uma mala, da qual furtou 150$000 réis…

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(1908) - CERQUEIRA, Manuel. Nasceu no lugar de Queirão, freguesia de Paderne, a --/--/18--. // Respondeu no tribunal judicial de Melgaço, a 20/7/1908, acusado de crime de furto. Foi condenado a cinco meses de prisão, sendo um remível à razão de 200 réis por dia, custas e selos do processo, levando-se-lhe em conta o tempo já cumprido.   
 

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(1912) - Em 1912 era pároco da igreja matriz da Vila de Melgaço o padre Manuel José Domingues; alguém assaltou as caixas das esmolas, levando todo o dinheiro que continham (Correio de Melgaço n.º 14, de 8/9/1912).

 
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(1912) - RIBEIRA, José Joaquim. Filho de Manuel José da Ribeira, carpinteiro, e de Maria Teresa de Araújo, moradores em Sucastelo. Neto paterno de Joaquim da Ribeira e de Caetana do Outeiro, do dito lugar; neto materno de Rosa de Araújo, solteira, de São Gregório. Nasceu a 13/8/1864 e foi batizado a 15 desse mês e ano. Padrinhos: o avô paterno e a sua segunda mulher, Luísa Monteiro. // Lavrador. // Casou na igreja de Cristóval a 27/4/1899 com Ludovina Bermudes, de 36 anos de idade, solteira, camponesa, natural de Paços, moradora no lugar da Sobreira, Cristóval, filha de João Bermudes e de Francisca da Silva, lavradores, do lugar do Outeiro, Paços. Testemunhas presentes: António Augusto de Araújo, casado, negociante, e Adriano Augusto Marques, casado, proprietário, cristovalenses. // Foi jurado por Cristóval no 2.º semestre de 1907, e voltou a ter esse cargo em 1908 (Jornal de Melgaço n.º 743). // Em 1912 roubaram-lhe quatro alqueires de milho do canastro; morava na Ferraria (Correio de Melgaço n.º 15, de 15/9/1912). // Em 1917 concorreu às eleições para a Câmara Municipal, em uma lista encabeçada pelo padre Francisco Leandro Álvares de Magalhães, reitor de Alvaredo (Jornal de Melgaço n.º 1164, de 30/6/1917). // Faleceu no lugar de Doma a --/--/1937, com 73 anos de idade (Notícias de Melgaço n.º 376).

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QUINTELA, José. Nasceu a --/--/18--. // Morou no lugar do Ramo, freguesia de Cristóval. // Em Fevereiro de 1913 assaltaram-lhe a casa, roubando-lhe, entre dinheiro e joias, 300$00 (ver Correio de Melgaço n.º 39, de 2/3/1913).


















 

 

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