OS NOVOS LUSÍADAS
(tentativa de continuação de «Os Lusíadas» de Camões)
Por Joaquim A. Rocha
(continuação)
4
Cantarei
os bombeiros voluntários,
Também
os que são profissionais;
Andorinhões,
andorinhas, canários,
Águias,
crocodilos e pardais…
Não
cantarei os temíveis falsários,
Hóspedes
de prisões e tribunais.
Cantarei
o verão, a natureza,
Omitirei
a dor e a tristeza.
5
Marchemos,
solidários, com o mundo,
Ergamos
bem alto o nosso estandarte,
Digamos
de onde o luso é oriundo,
De
que foi feito, e com que arte;
Sem
acordarmos Jeová furibundo,
O
Destino, ou o temível Marte.
Que
a glória está em ser, nada mais,
Tudo
o resto são imagens virtuais.
6
Não
copiemos exemplos degradados,
Nem
quaisquer outros, mesmo em embrião;
Lancemos
as barcas nos mares salgados,
Mostremos
a todos que somos uma nação.
Fabriquemos
de aço puro nossos arados,
Cultivemos
com amor nosso chão;
Estendamos
os braços às negras nações,
Pra
que esqueçam tristes recordações.
7
Aprendamos
as lições dos ancestrais,
Mas
colhamos delas apenas o melhor;
Releguemos
confissões, tudo o mais,
Que
tolhem o espírito e seu ardor.
Plantemos,
como el-rei, grandes pinhais,
Para
que tenhamos um novo odor;
Não
coremos por sermos pequenino,
A
grandeza está em tudo que é digno.
8
Não
nos sintamos nação de terceira,
Muito
inferiores às outras gentes,
Somos,
como os demais, de primeira,
E
por isso devemos estar contentes;
Não
temos, ainda bem, alma guerreira,
E
às guerras cruéis somos tementes.
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