SONETOS
Por Joaquim A. Rocha
pintura de Rana |
CAMILO CASTELO BRANCO
(II - 136)
Como eu, nasceste de homem solteiro,
Tal
Nero, tiveste uma mãe galdéria;
Gente
que veio de longe, da Suméria,
Sem
pátria, sem lei, e sem dinheiro.
Viveste
um sonho, o derradeiro,
Entre
a fartura e a vil miséria;
Dormiste
com Júlia, com Pulquéria...
Geraste
filhos como um rafeiro.
Olhos
cegos, já cansado da vida,
Sentado
na poltrona de dura sola,
Gizas
a tua próxima partida…
Compras
ao armeiro uma pistola...
E
uma simples bala delambida
Com
tudo acaba, tudo estiola!
18/9/2016
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