DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
não matarás |
crimes
GARCIA, Joaquina Rosa.
Filha de João Garcia e de Maria Esteves, lavradores. Nasceu em Penso por volta
de 1808, ainda essa freguesia pertencia ao concelho de Valadares, hoje freguesia de Monção. // Lavradeira. // Faleceu a 27 de Setembro de 1870, com 62 anos de
idade, viúva de Manuel Caetano Rodrigues, e foi sepultada na igreja paroquial. //
Escreveu o pároco: «encontrou-se assassinada
em sua própria casa, no lugar das Lages, Penso.» E mais à frente: «declaro que a finada tinha recolhido em sua
casa um rapaz natural da Galiza, não tinha dado terra certa em alguns dias que
tinha estado nesta freguesia, procurando casa aonde se justasse para servir,
sucedeu no dia 27 um filho da finada, por nome António José Rodrigues, e uma
filha da mesma, Maria Teresa Rodrigues, saírem para a feira do dia vinte e
sete, ficando a mãe destes com o criado em casa, e ao recolherem-se daquela
acharam sua mãe morta, tendo desaparecido o criado, que levara um relógio,
vestiu-se com calça, colete, jaqueta, camisa e chapéu, do filho da finada,
deixando os andrajos com que andava vestido antes, e a camisa com sangue nos
pulsos, aparecendo rasto de querer abrir uma caixa, com uma machada, martelo,
cinzel, tudo da mesma casa, o que tudo indica ser o matador o mesmo criado, a
quem o guarda do barco de Sela [Galiza] tirou o relógio que lhe quis vender, por o dito
guarda suspeitar era furtado e o mandou para seu dono ao depois de inteirado do
sucedido. Fiz esta declaração para constar.»
// Nota: é sempre perigoso meter em casa quem não se conhece. Como bem diz o ditado: «cautelas e caldo de galinha nunca fez mal a ninguém.»
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