GENTES DE MELGAÇO
(microbiografias)
Por Joaquim A. Rocha
CARVALHO, Luís Augusto. Filho de
Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assunção de Neiva, moradores no
lugar da Carreira. Neto paterno de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina
Gomes Veloso, da vila, SMP; neto materno de Manuel Joaquim (ou Manuel
Caetano) de Neiva e de Lina (ou Luísa) Teresa Fernandes, do lugar da Carreira,
todos lavradores. Nasceu em São Paio de Melgaço a 29/8/1880 e foi batizado na igreja a 31
desse mês e ano. Padrinhos: António Joaquim de Neiva e Genoveva Augusta de
Neiva, proprietários, moradores em Parada do Monte (ele era professor oficial do ensino primário). // Casou na Conservatória
do Registo Civil de Melgaço a 21/3/1915 com Rita Esteves Codesso, de 22 anos de idade, residente
em Lisboa, filha de Manuel José Esteves Codesso e de Maria Vaz, natural do
lugar das Mós, freguesia de Penso. // Partira para Moçambique em 1898 onde,
a 15/6/1912, foi promovido a 1.º sargento da Companhia de Saúde do Ultramar. //
Em 1913 esteve de visita à terra natal, de onde partiu para Moçambique (Correio de Melgaço n.º 76, de 23/11/1913).
// Em 1918 foi promovido a capitão (*), sendo colocado em Cabo Verde, onde
esteve até 1925, data em que veio para o Hospital Colonial de Lisboa. // Reformou-se
em 1930. // No Notícias de Melgaço n.º 199, de 25/6/1933, pode ler-se: «na passada quarta-feira, de tarde, quando se
estava realizando a feira, no Largo Hermenegildo Solheiro, encontraram-se
Marcelino Ilídio Pereira, comerciante e rico proprietário de Penso, e o capitão
Luís Augusto de Carvalho, os quais, depois de alta e acalorada discussão,
passaram a vias de facto com os respectivos guarda-sóis, sendo o primeiro o que
iniciou a luta. Acudiram várias pessoas que apartaram os contendores. Da
refrega saiu ferido o segundo, com uns ferimentos no olho esquerdo feitos com o
manípulo do guarda-sol (…) o qual recebeu tratamento na Farmácia Araújo, sendo
os socorros médicos prestados pelo Dr. Sá… Consta-nos que o segundo vai mandar
imprimir em folheto, para distribuir, uma carta que deu origem ao conflito.»
// Por sua iniciativa, e como fora mobilizado, organizou-se em Melgaço, por volta
de 1935 (Notícias de Melgaço n.º 276),
uma agência da Liga dos Combatentes da Grande Guerra (1914-1918). // A 30/3/1937 foi operado no
Hospital Militar da Estrela, em Lisboa (Notícias de Melgaço números 348 e
358). // Colaborou com certa regularidade no «Notícias de Melgaço». // Faleceu no lugar da
Carreira, São Paio de Melgaço, a 10/9/1940. // A sua viúva finou-se em Penso a 18/7/1966.
/// (*) No Jornal de Melgaço n.º 1306, de 26/9/1920, diz-se que ele
foi «promovido a tenente da Companhia de
saúde…»; continuava a viver em Moçambique.
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