GENTES DE MELGAÇO
(micro) biografias
Por Joaquim A. Rocha
melgacenses do princípio do século XX
LOURENÇO,
Armindo de Lourdes. Filho de João Evangelista Lourenço e de Laureana Rosa de
Sousa, padeiros, moradores na Rua da Misericórdia, Vila. Neto paterno de José
Maria Lourenço e de Josefa Antónia Gonçalves; neto materno de Caetano Celestino
de Sousa e de Francisca Teresa Gonçalves. Nasceu às 6 horas da manhã de
24/2/1879, na Rua da Misericórdia, e foi batizado a 4 de Março do mesmo ano.
Padrinhos: Augusto César Ribeiro Lima e sua irmã, Beatriz Augusta Ribeiro Lima,
solteiros, moradores no Campo da Feira, SMP. // Casou antes de 1915, em primeiras
núpcias, com Florinda da Trindade, filha de Caetano José Barbeitos e de Rosa
Clementina Fernandes Loureiro, de Barbeita. // A 17/12/1905, na Praça do
Comércio, canto da Rua do Rio do Porto, onde depois esteve o Café “Chave
d’Oiro”, e aonde antes estivera a “Loja do Rainha”, abriu o estabelecimento “A
Pérola do Minho”, cujo crisma, em 1910, alterou para “Casa do Povo” «na qual, além do serviço diário, fornecerá,
por preços convidativos, jantares, merendas, lunches, etc., para os quais tem
empregados competentes.» Aceitava comensais por preços razoáveis, assim
como hóspedes internos (ver Correio de Melgaço n.º 222, de
29/10/1916). // Ali se manteve até 1926, mudando
para a Rua da Calçada, para o prédio que mais tarde seria de António Pedroso
Lima (Lima Azeiteiro), acabando envolto em mil dificuldades financeiras. //
Concorreu às eleições camarárias de 4/11/1917, como vereador suplente, na lista
do partido Republicano (ver Jornal de Melgaço n.º 1181, de
27/10/1917). // Em Junho de 1918 a Guarda-Fiscal
procedeu a buscas em sua casa; procurava tabaco espanhol, mas pelos vistos nada
encontrou (JM 1211, de 22/6/1918). // Em finais de 1918 arrematou à Câmara Municipal, por
3.901$00, os impostos indiretos a cobrar no ano de 1919 (JM 1229, de 6/12/1918). // Lê-se
no Jornal de Melgaço n.º 1242, de 13/4/1919: «Com a nova remessa do “branquinho” deve chegar amanhã o pão-de-ló de
Margaride, amêndoas e confeitos, vinhos finos e de Colares, que o proprietário
desta casa venderá pelo preço de custo aos seus amigos e fregueses…» // Em
Dezembro de 1919 arrematou à Câmara os ditos impostos indiretos por 3.170$00, a
cobrar em 1920 (JM 1275, de 28/12/1919). // A sua esposa faleceu a 30/8/1927, com quarenta e oito anos
de idade. // Casou de novo, a 9/1/1929, com Lucinda da Glória, natural de Ponte
da Barca, viúva de José Augusto Pires, filha de José Maria de Ascensão e Sousa
e de Inácia Beatriz Cerqueira. A boda realizou-se no Porto. A noiva tinha uma
filha, chamada Orquídea. // No “Notícias de Melgaço” n.º 49, de 9/2/1930, vinha
este anúncio: CASA e AUTOMÓVEIS – vende-se uma muito boa para lavrador, tem
quintais com vinha, espigueiro, cortes e adega. Também se vendem, sem reserva
de preço, dois automóveis, sendo um de carga (duzentos
quilos) e outro de passageiros (sete lugares), em bom estado
de funcionamento. Não se trata com intermediários. Dirigir-se a Armindo de
Lourdes Lourenço. // «No juízo de Direito
de Melgaço, pelo Cartório do segundo ofício, na execução hipotecária que José
Augusto da Cunha, casado, comerciante em Lisboa, move a Armindo de Lourdes
Lourenço, casado, e a outros, proceder-se-á, no dia 3/4/1932, pelas onze horas,
à porta do Tribunal, à arrematação em hasta pública da casa de morada, com
altos e baixos, e dois quintais, sita nesta Vila, a confrontar do nascente com
herdeiros de Angelina Rosa Pires, do poente com Travessa da Misericórdia e
Vitorino Manuel Esteves, do norte com António Maria das Valas e outros, e do
sul com rua pública. Avaliada em 10.000$00. Pelo presente são citados quaisquer
credores incertos para a arrematação. // O escrivão do 2.º ofício: Augusto
César Esteves. // O Juiz de Direito: Faria Sampaio.» // Em 1933 residia com
a esposa em Lisboa (Notícias de Melgaço de 19/11/1933). // Faleceu na freguesia de Arroios, Lisboa, a 29/5/1954.
// Com geração.
Sem comentários:
Enviar um comentário