Tenho
alma de herói e de poeta,
Trago
Camões metido no meu bojo;
Por
ele ainda hoje ando de nojo,
Na
sua obra tracei a minha meta.
Cupido
alvejou-me com sua seta,
Comi
carqueja, feno, muito tojo;
Por
ele andei de cócaras, de rojo,
Segui
às curvas numa longa reta.
Tudo
isto que escrevi era mentira
Se
eu vivesse em pura ilusão,
Chamasse
pechisbeque à safira,
À
urtiga rainha do sertão.
Eu
não confundo cores com olfato,
Em
tudo tem de haver luz e recato.
Joaquim A. Rocha
Joaquim A. Rocha
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