sábado, 7 de março de 2020

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha




                                                                 ROUBOS


     Há muita gente no concelho de Melgaço que ainda pensa que antigamente não existiam ladrões, todos eram boas pessoas e honestas. De facto não era assim. Havia uma minoria da população que roubava o próximo: uns por necessidade, outros por vocação e prazer. A espécie humana não é homogénea: tem grandes diferenças. É quase óbvio que os indivíduos com mais carências serão aqueles que em princípio se apoderam dos bens dos outros; mas também há gatunos nas classes mais elevadas na sociedade. Enfim, ladrões existem em todas as classes.    


// continuação...

(1950) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 941, de 6/8/1950, sobre um roubo praticado na freguesia de Alvaredo: «Na semana finda uma quadrilha de gatunos, ali dos lados de Riba de Mouro, Monção, disfarçados de mendigos, entrou nesta freguesia, praticando diversos roubos, cujas vítimas foram os senhores Ilídio Cordeiro em dois mil escudos e António Lopes, das Cortinhas, em dois fatos. Estes foram apreendidos, bem como os autores do roubo; porém, o dinheirinho do Ilídio, esse, é que – dizem eles – lhes fugiu por um buraco do bolso das calças. São de uma esperteza saloia estes malandros que têm bom corpo para trabalhar, ou estão à espera dos colegas da Coreia do Norte (!).»    
 


(1950) – Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 953, de 29/10/1950, sobre Penso: «Tem-se dado por aqui alguns roubos de espigas nos campos, e de centeio, feijão e batatas, nos celeiros. Não é fácil, porém, apanhar os larápios com a boca na botija para lhes dar o destino que merecem, embora alguém já tenha perdido bastantes horas durante a noite para os encontrar; mas … tantas vezes vai o cântaro à fonte … e, depois, ou justiça de Fafe, ou cadeia, parecendo-me ser o primeiro corretivo o mais eficaz para estes malandros 
 


(1951) - PEREIRA, Ramiro Eduardo. Filho de ---------- Pereira e de -------------------------. Nasceu a 27/8/1898. // Casou a 8/8/1931, na CRCM, com Rosalina Gonçalves, natural de Alvaredo. // O correspondente do “Notícias Melgaço” escreveu em 1951: «Há dias foi assaltado o estabelecimento de Ramiro Eduardo Pereira, tendo-lhe sido roubado fazendas no valor de 18.000$00. Ao dar pelo furto, convidou Nicolau Martins a acompanhá-lo, tendo descoberto que foram uns ciganos, que por aqui andaram, que haviam levado as fazendas para os lados de Monção. Requisitando as praças da GNR de Tangil recuperou o que lhe roubaram, porém, o cigano chefe pôs-se a monte, não sendo possível capturá-lo.» // A sua esposa faleceu no lugar do Padreiro a 19/12/1950 e ele a 5/6/1971. // Com geração. // Nota: em 2001 residia em Moscavide um indivíduo de Melgaço com o nome de Ramiro Eduardo Gonçalves Pereira – deve ser seu filho ou neto (ver A Voz de Melgaço n.º 973). 
 
(1951) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 966, de 17/2/1951: «O senhor Ricardo Cordeiro ainda não pôde reaver umas tarrachas que há tempos lhe roubaram de um carro que, por instantes, deixara ficar ali para os lados do moinho de Canhotos e sabe muito bem quem foi o larápio – useiro e vezeiro nestas proezas.» // continua...

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