DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ROUBOS
Há muita gente no concelho de Melgaço que ainda pensa que antigamente não existiam ladrões, todos eram boas pessoas e honestas. De facto não era assim. Havia uma minoria da população que roubava o próximo: uns por necessidade, outros por vocação e prazer. A espécie humana não é homogénea: tem grandes diferenças. É quase óbvio que os indivíduos com mais carências serão aqueles que em princípio se apoderam dos bens dos outros; mas também há gatunos nas classes mais elevadas na sociedade. Enfim, ladrões existem em todas as classes.
// continuação...
(1950) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 941, de
6/8/1950, sobre um roubo praticado na freguesia de Alvaredo: «Na semana finda uma quadrilha de gatunos,
ali dos lados de Riba de Mouro, Monção, disfarçados de mendigos, entrou nesta
freguesia, praticando diversos roubos, cujas vítimas foram os senhores Ilídio
Cordeiro em dois mil escudos e António Lopes, das Cortinhas, em dois fatos.
Estes foram apreendidos, bem como os autores do roubo; porém, o dinheirinho do
Ilídio, esse, é que – dizem eles – lhes fugiu por um buraco do bolso das
calças. São de uma esperteza saloia estes malandros que têm bom corpo para
trabalhar, ou estão à espera dos colegas da Coreia do Norte (!).»
(1950) – Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 953, de
29/10/1950, sobre Penso: «Tem-se dado por
aqui alguns roubos de espigas nos campos, e de centeio, feijão e batatas, nos
celeiros. Não é fácil, porém, apanhar os larápios com a boca na botija para
lhes dar o destino que merecem, embora alguém já tenha perdido bastantes horas
durante a noite para os encontrar; mas … tantas vezes vai o cântaro à fonte …
e, depois, ou justiça de Fafe, ou cadeia, parecendo-me ser o primeiro corretivo
o mais eficaz para estes malandros.»
(1951) - PEREIRA, Ramiro Eduardo. Filho de ----------
Pereira e de -------------------------. Nasceu a 27/8/1898. // Casou a
8/8/1931, na CRCM, com Rosalina Gonçalves, natural de Alvaredo. // O
correspondente do “Notícias Melgaço” escreveu em 1951: «Há dias foi assaltado o estabelecimento de
Ramiro Eduardo Pereira, tendo-lhe sido roubado fazendas no valor de 18.000$00.
Ao dar pelo furto, convidou Nicolau Martins a acompanhá-lo, tendo descoberto
que foram uns ciganos, que por aqui andaram, que haviam levado as fazendas para
os lados de Monção. Requisitando as praças da GNR de Tangil recuperou o que lhe
roubaram, porém, o cigano chefe pôs-se a monte, não sendo possível capturá-lo.»
// A sua esposa faleceu no lugar do Padreiro a 19/12/1950 e ele a 5/6/1971. //
Com geração. // Nota: em 2001
residia em Moscavide um indivíduo de Melgaço com o nome de Ramiro Eduardo
Gonçalves Pereira – deve ser seu filho ou neto (ver A Voz
de Melgaço n.º 973).
(1951) - Lê-se no
Notícias de Melgaço n.º 966, de 17/2/1951: «O
senhor Ricardo Cordeiro ainda não pôde reaver umas tarrachas que há tempos lhe
roubaram de um carro que, por instantes, deixara ficar ali para os lados do
moinho de Canhotos e sabe muito bem quem foi o larápio – useiro e vezeiro nestas
proezas.» // continua...
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