DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
ZARAGATAS
(19--) – Lê-se no Notícias de Melgaço: «No dia 12 do corrente, no lugar do Rio do
Porto, deu-se uma zaragata entre Jesuíno Gonçalves e seu cunhado, na oficina
onde trabalham, resultando aquele dar uma martelada na cabeça a este,
produzindo-lhe ferimentos, mas sem gravidade. Sabendo disto, os funcionários da
Câmara foram imediatamente apurar do que se tratava, com especialidade o
contínuo António Reis, que capturou o agressor e o conduziu à repartição, indo
o outro fazer o respetivo curativo à farmácia Araújo. Como eram todos parentes,
desistiram de qualquer procedimento criminal.»
(1931) – «Penso, 13/8/1931. Ontem, pelas 17 horas, Eugénio Rodrigues, sua mulher, Rosa Ferreira Paços, e sua filha, Letícia Rodrigues Solha, lavradores-caseiros, do lugar de Bairro Grande, agrediram a soco e a pontapé Maria Loureiro, de 58 anos de idade, criada de servir, residente no lugar de Bairro Pequeno, causando-lhe várias contusões pelo corpo. Diz-se que a agressão foi motivada por Maria Loureiro ter insultado a Letícia momentos antes. Foi apresentada queixa em juízo.» // Notícias de Melgaço n.º 121, de 16/8/1931.
(1931) – «Penso, 13/8/1931. Ontem, pelas 17 horas, Eugénio Rodrigues, sua mulher, Rosa Ferreira Paços, e sua filha, Letícia Rodrigues Solha, lavradores-caseiros, do lugar de Bairro Grande, agrediram a soco e a pontapé Maria Loureiro, de 58 anos de idade, criada de servir, residente no lugar de Bairro Pequeno, causando-lhe várias contusões pelo corpo. Diz-se que a agressão foi motivada por Maria Loureiro ter insultado a Letícia momentos antes. Foi apresentada queixa em juízo.» // Notícias de Melgaço n.º 121, de 16/8/1931.
(1932) – «A
romaria de São Bento, em Fiães, ficou assinalada por algumas desordens que se
desenrolaram durante o arraial da tarde do dia 11 (Julho de 1932), e de que resultaram bastantes feridos, sendo
dois gravemente. O princípio da desordem foi provocado por dois rapazes da Vila
de Melgaço. Generalizou-se, e das várias refregas havidas saíram muito
maltratados, em estado grave um rapaz de Sante e um outro conhecido por José
Canelas, com uma facada no rosto o comerciante desta Vila, senhor José Maria de
Sousa, tendo este, em sua defesa, agredido com um guarda-sol o senhor José
Correia de Amorim, de Cristóval. Houve alguns feridos mais, sem gravidade, e
felizmente não houve mortes. Bom seria que os arraiais não fossem perturbados
com estas alterações da ordem que bastantes prejuízos acarretam, não só a quem
ali acorre para fazer o seu negócio, como a quem vai com devoção, ou [apenas] para
se distrair.» // Notícias de Melgaço n.º 157, de 17/7/1932.
(1932) – «Apupadas, assuadas. Nas semanas passadas, e
das 20 horas em diante, na freguesia de Prado, ouviram-se umas apupadas; e
nessa vozearia descomposta atingiam a vida particular de um rapaz e de uma
rapariga. Que terão meia dúzia de díscolos que ver com a vida privada dos
cidadãos, visto estes não terem ofendido a moral pública, para com as suas
vaias e vozearias não os deixarem descansar? Também na mesma freguesia fizeram
umas assuadas, acompanhadas de descantes, em que meia dúzia de vadios se
intrometeram com um indivíduo que é, e sempre foi, morigerado no seu trato
civil, tendo-se visto na necessidade de se queixar à autoridade administrativa,
e como esta lhe não desse providências, se dirigiu ao Ex.mo Sr. Governador
Civil. Estando nesta época o concelho cheio de forasteiros aquistas, estas
manifestações insolentes de meia dúzia de indígenas, não abona a educação dos
naturais, parecendo que se está em Marrocos. Ora, os delitos praticados estão
previstos no artigo 180.º (salvo erro, de citação) do
Código Penal Português. E já que a autoridade administrativa concelhia não pode
ver tudo, ao menos entregue a regedoria a quem bem a saiba desempenhar, e não a
um devoto de Baco, que se associa aos díscolos de Prado, se não teremos de
dizer que o Ex.mo Administrador gosta destas manifestações desordeiras, que não
honram o concelho.» // Notícias de Melgaço n.º 166, de 25/9/1932.
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(1933) - SANTOS, Francisco (Chico dos Santos). Filho de João Domingues dos Santos e de Rita
Emília Gonçalves, residentes no lugar da Igreja, Remoães. Neto paterno de
Manuel Joaquim Domingues e de Luísa de Castro, da Várzea, Paderne; neto materno
de José Luís Gonçalves e de Maria Luísa Esteves, da Portela de Remoães, todos
lavradores. Nasceu em Remoães a 4/3/1878 e foi batizado na igreja paroquial a
oito desse mês e ano. Padrinhos: Mariano Rei e sua esposa, Angelina Gonçalves.
// Casou na igreja de Prado a 31/3/1907 com Clara Joaquina Domingues Lourenço,
solteira, de 25 anos de idade, natural do lugar do Souto, freguesia de Prado,
filha de António Joaquim Lourenço e de Maria Luísa Domingues. Testemunhas
presentes: Luís Maria Monteiro e sua mulher, Margarida Joaquina Malheiro,
moradores no lugar de Eiró de Baixo, freguesia de Rouças. // Lê-se no Notícias
de Melgaço n.º 301, de 15/10/1933: «O lavrador Francisco dos Santos, do lugar do Souto,
Prado, resolveu com sua família dar um bailarico em sua casa, na noite do dia
30 de Setembro, convidando, para esse fim, algumas raparigas e rapazes das
freguesias de Prado e de Remoães. A certa altura, porém, azedaram-se os ânimos
e na sala do baile desenrolou-se uma cena de pancadaria entre os rapazes de
Prado e de Remoães, por um destes ter negado a um de Prado a cedência da “dama”
com quem dançava. O dono da casa levou pancada, ficou com o fato rasgado e com
uma latada escangalhada, onde os valentes se foram munir de cangos para a
batalha, que esteve iminente, tendo-se acalmado os ânimos pela intervenção de
pessoas estranhas à contenda.» // Ele morreu no dito lugar do Souto,
Prado, a 1/12/1943. // Pai de Aida, de António, de Emília, e de José dos Santos.
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