POEMAS DO VENTO
Por Joaquim A. Rocha
O «cante» do
Alentejo…
É simples, não tem vaidade;
Ai quem me dera cantá-lo,
Apesar da minha idade.
Apesar da minha idade,
Apesar da fraca voz;
Um dia tive vontade
De cantar em Estremoz.
De cantar em Estremoz,
De cantar na Vidigueira;
Um dia tive vontade
De cantar à vossa beira.
De cantar à vossa beira,
De cantar ao vosso lado,
Cantarmos a vida inteira,
O «cante», que é nosso fado.
POMBAS
Pomba brava, pomba mansa,
Onde está vossa diferença?
- «Eu vivo nas
matas de França
Longe da
humana presença.»
Vivo com
seres humanos;
Dou-me com gente
de trança,
E até com franciscanos.
Moro em Braga, em Lisboa,
No Porto e Santarém;
Já morei também em Goa,
Em Damasco e
Belém.»
A nossa Terra é pequena,
Vamo-nos ver certo dia;
Talvez na Serra Morena,
Ou no Mar da Fantasia.
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