sexta-feira, 19 de julho de 2019

MELGAÇO: Padres, Monges e Frades...

Por Joaquim A. Rocha
 
 
 
capela do cemitério da freguesia de Chaviães
 
 



// continuação…

ALMEIDA, Artur Ascensão (Padre). Filho de Manuel António de Almeida e de Francisca Cerqueira. Nasceu em Monção a --/--/1875. // Foi nomeado pároco encomendado da freguesia de Penso a 16/6/1916, onde se manteve até 17/6/1956. // Foi vereador da Câmara Municipal de Melgaço e vogal do concelho municipal, tendo em 1934 pedido a exoneração (Notícias de Melgaço n.º 249, de 21/10/1934). Não sei se foi aceite, pois em Novembro de 1937 era novamente vogal, além de vice-presidente da União Nacional concelhia, e «um emérito orador sagrado». // Lê-se em A Voz de Melgaço n.º 1428, de 1/6/2019: «O padre Artur, de Penso, o mais consagrado orador da região, inspiradíssimo, como sempre, arrebatou os fiéis em prolongada dissertação; em dado momento exortou as crianças a pedirem perdão aos pais. Foi uma tremenda confusão. As crianças procuravam o pai ou a mãe, empurrando as pessoas. O Manel tinha visto o pai no coro, ia ser difícil passar pelo meio das criaturas e subir lá, sorte que a mãe estava perto e ele não vira, ela é que veio dar-lhe um abraço.» // Também foi vogal da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, páginas 683 e 684). // Foi presidente, em Penso, da Comissão Fabriqueira; o secretário era Francisco Domingues Louriz. // Politicamente, esteve muito ligado ao regime saído do golpe militar de 1926, e ao ditador Salazar. // Na festa de São Bartolomeu, realizada em Penso a 24/8/1948, houve sermão, tendo sido ele o orador. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 876, de 17/10/1948: «O reverendo padre Artur de Almeida, ilustrado pároco de Penso, falou em seguida. Recordou a sua passagem pelas cadeiras da Câmara Municipal e disse como teve a seu lado o atual Governador Civil (capitão José de Ornelas Monteiro) nas pugnas oratórias dos primeiros anos do Estado Novo…» // Pode ler-se no Notícias de Melgaço n.º 938, de 9/7/1950: «Estava a fazer, durante uma semana, retiro espiritual no mosteiro beneditino de Singeverga, em Santo Tirso, o zeloso e distinto pároco desta freguesia (Penso), reverendo Artur da Ascensão Almeida.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 945, de 3/9/1950: «De Penso – Agosto, 29. – No dia 24 passado, realizou-se nesta freguesia a festividade em honra de São Bartolomeu, com o programa do costume: missa solene, sermão pelo ainda eloquente reverendo Artur da Ascensão Almeida, procissão e música de Riba de Mouro, exteriormente modesta, mas interiormente brilhante, como todas as festas que nesta freguesia se realizam, porque a pureza por dentro é sempre mais simpática do que o brilho que muitas coisas nos oferecem à vista.» // Pode-se ler no Notícias de Melgaço nº 950, de 8/10/1950: «São Gregório – Festa de Santa Bárbara – No domingo passado, dia 24, realizou-se, como nos anos anteriores, a festividade em honra de Santa Bárbara, única que se efetua neste pitoresco e encantador lugar. Apesar da pouca propaganda que se fez, foi muito concorrida, e revestiu-se de um certo brilho. Foi orador o reverendo padre Artur de Almeida, pároco da freguesia de Penso, que – como sempre – proferiu brilhante sermão, bem demonstrativo das suas altas qualidades de orador sagrado que lhe granjearam nome respeitado na arquidiocese.» // No Notícias de Melgaço n.º 954, de 5 de Novembro de 1950, lê-se o seguinte: «Tem estado com ligeiro ataque de gripe o reverendo Artur da Ascensão Almeida, muito digno pároco desta freguesia.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 972, de 1/4/1951: «… A palavra ainda fluente do nosso ilustre e querido pároco não desmereceu, apesar da sua provecta idade.» // Na festa da Senhora da Cabeça, realizada em Penso a 15/4/1952, botou sermão o reverendo AAA «orador sacro que toda a gente aprecia com excecional fanatismo…» (NM 1021, de 20/4/1952).

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1023, de 4/5/1952: «No passado dia vinte e sete realizou-se nesta freguesia [de Penso], por iniciativa da Liga da Ação Católica, uma festa de homenagem ao reverendo AAA, que há perto de quarenta anos aqui exerce a sua missão evangelizadora com muito zelo e solicitude. Foi uma festa simples, mas que teve o brilho das grandes festas pelo entusiasmo de que se revestiu. Quase todos os chefes de família, acompanhados dos filhos, compareceram no local da reunião para manifestarem ao seu bondoso pároco a estima que lhe tributavam e que ante os seus corações se sentiam felizes por tê-lo ainda à frente dos destinos morais e religiosos da sua terra.

     A Ex.ma Dr.ª Maria Manuel Pereira, num bem elaborado discurso, dissertou sobre o significado da festa, demonstrando, com a maior clareza, o que é o pároco em uma freguesia, comparando-o aos verdadeiros apóstolos. E num entusiasmo comovedor descreve a orientação dada ao seu espírito pelo seu querido pároco, reverendo AAA, desde criancinha, enaltecendo as suas virtudes e a sua inconfundível cultura.      

     O Ex.mo Dr. Carlos Luís da Rocha, presidente da Câmara Municipal, em breves palavras, referiu-se às sublimes qualidades do homenageado, tanto dentro como fora da igreja, pelo que foi e é ainda hoje muito apreciado em todas as localidades e reuniões onde a sua palavra eloquente se faz ouvir.

     E o Sr. Carlos Manuel da Rocha, professor aposentado, leu um pequeno discurso, no qual se referiu ao bom entendimento que desde a vinda do reverendo AAA para Penso entre ambos sempre existiu, para o fim que a igreja e a escola têm em vista – formação de almas que serão amanhã as percursoras da nossa civilização tendo-se habituado a apreciá-lo pela sua nobreza de caráter, pelas suas altas qualidades de inteligência, e pela sua extrema generosidade para com os seus paroquianos.   

     Não faltaram palmas e vivas ao nosso ilustre e querido pároco que, comovido, agradeceu as referências elogiosas que lhe foram feitas. Uma menina, em nome das filiadas na Ação Católica, ofereceu ao seu bondoso orientador espiritual um ramo de flores, e um livro, como recordação deste dia festivo, recitando uma linda dedicatória que muito sensibilizou a assistência.

     Encerrou-se esta comovente homenagem com a exibição de um filme da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, fornecido pela Ex.ma e distinta professora D. Maria Alberta, que possui um aparelho comprado a expensas suas para a educação das suas discípulas.» O correspondente. // Morreu em Julho de 1956.  


desenho de Luís Filipe G. Pinto Rodrigues

 
ALPOIM, Luís Monteiro (Padre). // A 9/6/1820, na igreja de Penso, batizou Maria Joaquina, nascida três dias antes, filha de Francisco Fernandes e de Rosária Maria Rodrigues, moradores no lugar de Barro (ou Bairro) Grande. // A 20/5/1824, na igreja de Penso, batizou Maria Teresa, nascida nesse dito dia, filha de João Manuel Rodrigues e de Maria José Gomes, rurais, moradores no lugar das Lages. // A 11/11/1834, na igreja de Penso, batizou José Maria, nascido três dias antes, filho de Manuel António Afonso, natural de Parada do Monte, e de Maria Joaquina Rodrigues, natural de Penso, onde moravam.

 

ALVES, Américo (Padre). Filho de Júlio Alves e de Florinda da Rocha. Nasceu em Bela, Monção, a 19/7/1946. // Professor do Ensino Secundário. // Foi vice-presidente da Escola C+S de Melgaço depois de 1986, e presidente da Comissão Instaladora da Escola Secundária e Preparatória de Melgaço. // Dava aulas de latim. 

 

ALVES, António (Padre). // Natural do lugar de Sante, lugar meeiro das freguesias de Paderne e São Paio. // Faleceu na sua terra natal a 2/5/1804 e foi sepultado na igreja de São Paio, por assim o ter solicitado em testamento.

 

ALVES (ou Álvares), Diogo Manuel (Padre). Filho de António Álvares Ramos. // Em 1809 era cura da freguesia de Chaviães. // No dia 12/10/1809 batizou Maria Rita do Carmo, nascida em Chaviães dois dias antes, filha de Manuel José Gonçalves de Araújo e de Rosa Joana de Araújo, do lugar do Outeiro, da dita freguesia. // Morreu na sua casa de Soengas, Chaviães, a 9/12/1832 (ver Obras Completas de ACE, vol. I, tomo II, p. 519 e 520).   

 

ALVES, Domingos (Padre). // Natural do lugar de Sante, freguesia de São Paio. // Faleceu a 3/4/1773. 

 

ALVES (ou Álvares), Francisco Luís (Padre). // Com geração:

 

     [MAGALHÃES, Maria Joaquina. Filha do Dr. João Caetano Gomes de Abreu Magalhães, de Melgaço, e de Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso de Puga, de São Senjo, Santiago, Galiza. Neta paterna de Jerónimo Gomes de Magalhães e de Sabina Gomes de Abreu; neta materna de Sefíbio Morfi Ervelle e Silva e de Joaquina Ervelle Gaioso de Puga. Nasceu a 2/11/1791 e foi batizada a 7 desse mês na igreja de SMP pelo padre Manuel Ferreira Lopes, pároco de Santa Eulália de Valadares, com licença do padre Manuel Pedro Loné, abade na Vila de Melgaço. Padrinhos: o sacerdote batizante e Mariana Gertrudes de Magalhães e Abreu, e ao sacramento assistiu o capitão-mor, Luís Caetano de Sousa Gama, com procuração. // Ainda novita, enamorou-se de um estudante de Teologia, Francisco Luís Álvares, natural de Chaviães, de quem teve dois filhos: Maria Joaquina e Francisco Luís. // Faleceu com apenas 36 anos de idade e solteira. // (ver “À la Recherche de mes Racines”, p.p. 94 e 95, e “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, II volume, p.p. 127 e 128).]     

 

     [MAGALHÃES, Maria Joaquina. Filha de Maria Joaquina de Magalhães, natural da Vila, e do padre Francisco Luís Álvares, natural de Chaviães. Neta paterna de Miguel Caetano Álvares e de Antónia Maria de Araújo Azevedo Gomes (Poderé); neta materna do Dr. João Caetano Gomes de Abreu Magalhães e de Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso de Puga. Nasceu na Vila de Melgaço por volta de 1810. // Proprietária. // Casou com Manuel António Pereira de Castro. // Residiu na Quinta de Eiró, Rouças. // Faleceu a 28/1/1895, no lugar e Quinta de Eiró, com todos os sacramentos, com oitenta e cinco anos de idade, no estado de viúva, sem testamento, com dois filhos vivos: Bernardo António e Maria Joaquina Pereira de Castro, e foi sepultada no cemitério de Rouças.]   

 

ALVES, Francisco Manuel (Padre). Nasceu em Chaviães. // Com geração:

 

     [CASTRO, Manuel António. Filho de Maria Luísa Pereira de Castro, solteira, da Casa e Quinta de Eiró, Rouças. // Em 1827 era vereador e juiz pela ordenação (OJM, de ACE, p. 133). // Morava na dita Casa e Quinta quando casou na igreja de SMP, a 9/4/1834, com Maria Joaquina de Magalhães, filha de Maria Joaquina de Magalhães, solteira, natural da Vila, e do padre Francisco Manuel Álvares, natural de Chaviães. Testemunhas: Manuel da Cunha e Caetana Alves, de Chaviães. // Pai de Bernardo António, de Maria Joaquina, e de Manuel Vicente Pereira de Castro.]

 

ALVES, Gregório (Padre). Filho de Francisco Alves. Nasceu no século XVII. // Morou em Chaviães. Em 1679 a sua família tinha um conflito com Inês de Puga e Brito e sua irmã Maria de Brito Figueiroa, por causa da Quinta de Porto Vivo, sita em Chaviães (ver Obras Completas de Augusto César Esteves, vol. I, tomo II, página 514).

 

ALVES, José Rodrigues (Padre). Filho de António José Alves e de Clara Maria Rodrigues Torres, moradores em Sante. Neto paterno de Manuel Alves e de Maria Manuela de Sousa; neto materno de António Codesso Rodrigues Torres e de Ana ou Joana Maria Gonçalves. Nasceu no lugar de Sante a --/--/18--. // O seu tio padre Miguel Rodrigues Torres deixou-lhe em testamento cinquenta mil réis, um relógio em ouro, cadeia também em ouro, e todos os livros que ele possuía. 

 

ALVES, José António (Padre). Filho de ---------------- Alves e de -------------------------. Nasceu a --/--/18--. // Ordenou-se sacerdote no seminário de Braga no ano de 1906. // Em 1912 celebrou uma missa em honra de Santa Bárbara na capela de Anamão, sita em Castro Laboreiro. Nesse ano foi para Âncora, a banhos, regressando a 19 de Outubro.

 

ALVES, José Augusto (Padre). Filho de Manuel Alves, natural da Gave, Melgaço, e de Matilde Esteves, natural de Riba de Mouro, Monção, lavradores, residentes no lugar de Eiriz. Neto paterno de José Alves e de Maria Joaquina Esteves; neto materno de Manuel António Esteves Moreira e de Joaquina Rosa Afonso. Nasceu na Gave a 28/12/1906 e nesse dito dia foi batizado na igreja paroquial. Padrinhos: José Gonçalves, artista, e Germana Rosa Gonçalves, lavradeira, solteiros. // Ordenou-se sacerdote no seminário de Braga no ano de 1934; cantou missa nova na igreja da sua freguesia de nascimento a 22/7/1934; quem dirigiu o coro foi o seminarista Manuel António Bernardo “Pintor”, natural do lugar do Ribeiro, Castro Laboreiro (ver Notícias de Melgaço n.º 239, de 22/7/1934, e Notícias de Melgaço n.º 240, de 29/7/1934). // Em Outubro de 1934 foi nomeado pároco encomendado para as freguesias de Bico e São Martinho de Vascões, concelho de Paredes de Coura (Notícias de Melgaço n.º 248, de 14/10/1934). // Morreu na freguesia de Estorãos, Ponte de Lima, a 30/1/1988. // Era conhecido por “Padre Estanqueiro”.  

 

ALVES, José Manuel (Padre). // Em Abril de 1859 era pároco encomendado de Lamas de Mouro. // Nota: um sacerdote com este nome assinou, em sessão camarária de 19/4/1834, o Auto de Aclamação da rainha D. Maria II. 

 

ALVES, José Manuel (Padre). Filho de Manuel Álvares e de Manuela de Sousa, lavradores, residentes que foram no lugar dos Lourenços, São Paio. // Em Novembro de 1845 era pároco encomendado na freguesia de São Paio. // Além de padre, também era proprietário. // A 24/5/1865, na igreja de São Paio, serviu de testemunha no casamento de Manuel José Marques com Maria Josefa Marques. // Em 1874 pertencia ao grupo dos quarenta maiores contribuintes do concelho de Melgaço (Organização Judicial de Melgaço, de ACE, página 157). // Morreu no sobredito lugar a 18/11/1888 com os sacramentos da penitência e extrema-unção. // Tinha oitenta e nove anos de idade. // Fizera testamento e foi sepultado na igreja de São Paio.   

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