MELGAÇO: Padres, Monges e Frades...
Por Joaquim A. Rocha
capela do cemitério da freguesia de Chaviães |
// continuação…
ALMEIDA, Artur Ascensão
(Padre). Filho de Manuel António de Almeida e de Francisca Cerqueira. Nasceu em
Monção a --/--/1875. // Foi nomeado pároco encomendado da freguesia de Penso a
16/6/1916, onde se manteve até 17/6/1956. // Foi vereador da Câmara Municipal
de Melgaço e vogal do concelho municipal, tendo em 1934 pedido a exoneração (Notícias de Melgaço n.º
249, de 21/10/1934).
Não sei se foi aceite, pois em Novembro de 1937 era novamente vogal, além de
vice-presidente da União Nacional concelhia, e «um emérito orador sagrado». // Lê-se em A Voz de Melgaço n.º 1428,
de 1/6/2019: «O padre Artur, de Penso, o
mais consagrado orador da região, inspiradíssimo, como sempre, arrebatou os
fiéis em prolongada dissertação; em dado momento exortou as crianças a pedirem
perdão aos pais. Foi uma tremenda confusão. As crianças procuravam o pai ou a
mãe, empurrando as pessoas. O Manel tinha visto o pai no coro, ia ser difícil
passar pelo meio das criaturas e subir lá, sorte que a mãe estava perto e ele
não vira, ela é que veio dar-lhe um abraço.» // Também foi vogal da Mesa da
Santa Casa da Misericórdia de Melgaço (Obras
Completas de ACE, volume I, tomo II, páginas 683 e 684). // Foi presidente,
em Penso, da Comissão Fabriqueira; o secretário era Francisco Domingues Louriz.
// Politicamente, esteve muito ligado ao regime saído do golpe militar de 1926,
e ao ditador Salazar. // Na festa de São Bartolomeu, realizada em Penso a
24/8/1948, houve sermão, tendo sido ele o orador. // Lê-se no Notícias de
Melgaço n.º 876, de 17/10/1948: «O
reverendo padre Artur de Almeida, ilustrado pároco de Penso, falou em seguida.
Recordou a sua passagem pelas cadeiras da Câmara Municipal e disse como teve a
seu lado o atual Governador Civil (capitão José de Ornelas
Monteiro) nas pugnas oratórias
dos primeiros anos do Estado Novo…» // Pode ler-se no Notícias de Melgaço
n.º 938, de 9/7/1950: «Estava a fazer, durante uma semana, retiro espiritual no
mosteiro beneditino de Singeverga, em Santo Tirso, o zeloso e distinto pároco
desta freguesia (Penso), reverendo Artur da
Ascensão Almeida.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 945, de 3/9/1950: «De Penso – Agosto, 29. – No dia 24 passado,
realizou-se nesta freguesia a festividade em honra de São Bartolomeu, com o
programa do costume: missa solene, sermão pelo ainda eloquente reverendo Artur
da Ascensão Almeida, procissão e música de Riba de Mouro, exteriormente
modesta, mas interiormente brilhante, como todas as festas que nesta freguesia
se realizam, porque a pureza por dentro é sempre mais simpática do que o brilho
que muitas coisas nos oferecem à vista.» // Pode-se ler no Notícias de
Melgaço nº 950, de 8/10/1950: «São
Gregório – Festa de Santa Bárbara – No domingo passado, dia 24, realizou-se,
como nos anos anteriores, a festividade em honra de Santa Bárbara, única que se
efetua neste pitoresco e encantador lugar. Apesar da pouca propaganda que se
fez, foi muito concorrida, e revestiu-se de um certo brilho. Foi orador o
reverendo padre Artur de Almeida, pároco da freguesia de Penso, que – como
sempre – proferiu brilhante sermão, bem demonstrativo das suas altas qualidades
de orador sagrado que lhe granjearam nome respeitado na arquidiocese.» // No
Notícias de Melgaço n.º 954, de 5 de Novembro de 1950, lê-se o seguinte: «Tem estado com ligeiro ataque de gripe o
reverendo Artur da Ascensão Almeida, muito digno pároco desta freguesia.»
// Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 972, de 1/4/1951: «… A palavra ainda fluente do nosso ilustre e querido pároco não
desmereceu, apesar da sua provecta idade.» // Na festa da Senhora da
Cabeça, realizada em Penso a 15/4/1952, botou sermão o reverendo AAA «orador sacro que toda a gente aprecia com excecional fanatismo…» (NM 1021, de 20/4/1952).
Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1023, de
4/5/1952: «No passado dia vinte e sete realizou-se nesta freguesia [de Penso],
por iniciativa da Liga da Ação Católica, uma festa de homenagem ao reverendo
AAA, que há perto de quarenta anos aqui exerce a sua missão evangelizadora com
muito zelo e solicitude. Foi uma festa simples, mas que teve o brilho das
grandes festas pelo entusiasmo de que se revestiu. Quase todos os chefes de
família, acompanhados dos filhos, compareceram no local da reunião para
manifestarem ao seu bondoso pároco a estima que lhe tributavam e que ante os
seus corações se sentiam felizes por tê-lo ainda à frente dos destinos morais e
religiosos da sua terra.
A Ex.ma Dr.ª Maria Manuel Pereira, num bem
elaborado discurso, dissertou sobre o significado da festa, demonstrando, com a
maior clareza, o que é o pároco em uma freguesia, comparando-o aos verdadeiros
apóstolos. E num entusiasmo comovedor descreve a orientação dada ao seu
espírito pelo seu querido pároco, reverendo AAA, desde criancinha, enaltecendo
as suas virtudes e a sua inconfundível cultura.
O Ex.mo Dr. Carlos Luís da Rocha,
presidente da Câmara Municipal, em breves palavras, referiu-se às sublimes
qualidades do homenageado, tanto dentro como fora da igreja, pelo que foi e é
ainda hoje muito apreciado em todas as localidades e reuniões onde a sua
palavra eloquente se faz ouvir.
E o Sr. Carlos Manuel da Rocha, professor
aposentado, leu um pequeno discurso, no qual se referiu ao bom entendimento que
desde a vinda do reverendo AAA para Penso entre ambos sempre existiu, para o
fim que a igreja e a escola têm em vista – formação de almas que serão amanhã as
percursoras da nossa civilização tendo-se habituado a apreciá-lo pela sua
nobreza de caráter, pelas suas altas qualidades de inteligência, e pela sua
extrema generosidade para com os seus paroquianos.
Não faltaram palmas e vivas ao nosso
ilustre e querido pároco que, comovido, agradeceu as referências elogiosas que
lhe foram feitas. Uma menina, em nome das filiadas na Ação Católica, ofereceu
ao seu bondoso orientador espiritual um ramo de flores, e um livro, como
recordação deste dia festivo, recitando uma linda dedicatória que muito
sensibilizou a assistência.
Encerrou-se esta comovente homenagem com a
exibição de um filme da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, fornecido pela
Ex.ma e distinta professora D. Maria Alberta, que possui um aparelho comprado a
expensas suas para a educação das suas discípulas.» O correspondente. // Morreu em Julho de
1956.
desenho de Luís Filipe G. Pinto Rodrigues |
ALPOIM,
Luís Monteiro (Padre). // A 9/6/1820, na igreja de Penso, batizou Maria
Joaquina, nascida três dias antes, filha de Francisco Fernandes e de Rosária
Maria Rodrigues, moradores no lugar de Barro (ou Bairro) Grande. // A 20/5/1824, na igreja de Penso, batizou Maria
Teresa, nascida nesse dito dia, filha de João Manuel Rodrigues e de Maria José
Gomes, rurais, moradores no lugar das Lages. // A 11/11/1834, na igreja de
Penso, batizou José Maria, nascido três dias antes, filho de Manuel António
Afonso, natural de Parada do Monte, e de Maria Joaquina Rodrigues, natural de
Penso, onde moravam.
ALVES,
Américo (Padre). Filho de Júlio Alves e de Florinda da Rocha. Nasceu em Bela,
Monção, a 19/7/1946. // Professor do Ensino Secundário. // Foi vice-presidente
da Escola C+S de Melgaço depois de 1986, e presidente da Comissão Instaladora
da Escola Secundária e Preparatória de Melgaço. // Dava aulas de latim.
ALVES,
António (Padre). // Natural do lugar de Sante, lugar meeiro das freguesias de
Paderne e São Paio. // Faleceu na sua terra natal a 2/5/1804 e foi sepultado na
igreja de São Paio, por assim o ter solicitado em testamento.
ALVES (ou
Álvares),
Diogo Manuel (Padre). Filho de António Álvares Ramos. // Em 1809 era cura da freguesia
de Chaviães. // No dia 12/10/1809 batizou Maria Rita do Carmo, nascida em
Chaviães dois dias antes, filha de Manuel José Gonçalves de Araújo e de Rosa
Joana de Araújo, do lugar do Outeiro, da dita freguesia. // Morreu na sua casa
de Soengas, Chaviães, a 9/12/1832 (ver Obras Completas de ACE, vol. I, tomo II, p.
519 e 520).
ALVES,
Domingos (Padre). // Natural do lugar de Sante, freguesia de São Paio. //
Faleceu a 3/4/1773.
ALVES (ou
Álvares),
Francisco Luís (Padre). // Com geração:
[MAGALHÃES, Maria Joaquina. Filha do Dr.
João Caetano Gomes de Abreu Magalhães, de Melgaço, e de Maria Bárbara Morfi
Ervelha Gaioso de Puga, de São Senjo, Santiago, Galiza. Neta paterna de
Jerónimo Gomes de Magalhães e de Sabina Gomes de Abreu; neta materna de Sefíbio
Morfi Ervelle e Silva e de Joaquina Ervelle Gaioso de Puga. Nasceu a 2/11/1791
e foi batizada a 7 desse mês na igreja de SMP pelo padre Manuel Ferreira Lopes,
pároco de Santa Eulália de Valadares, com licença do padre Manuel Pedro Loné,
abade na Vila de Melgaço. Padrinhos: o sacerdote batizante e Mariana Gertrudes
de Magalhães e Abreu, e ao sacramento assistiu o capitão-mor, Luís Caetano de
Sousa Gama, com procuração. // Ainda novita, enamorou-se de um estudante de
Teologia, Francisco Luís Álvares, natural de
Chaviães, de quem teve dois filhos: Maria Joaquina e Francisco Luís. // Faleceu
com apenas 36 anos de idade e solteira. // (ver “À la Recherche de mes
Racines”, p.p. 94 e 95, e “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, II volume,
p.p. 127 e 128).]
[MAGALHÃES, Maria
Joaquina. Filha de Maria Joaquina de Magalhães, natural da Vila, e do padre Francisco Luís Álvares, natural de
Chaviães. Neta paterna de Miguel Caetano Álvares e de Antónia Maria de Araújo
Azevedo Gomes (Poderé); neta materna do Dr. João Caetano Gomes de Abreu
Magalhães e de Maria Bárbara Morfi Ervelha Gaioso de Puga. Nasceu na Vila de
Melgaço por volta de 1810. // Proprietária. // Casou com Manuel António Pereira
de Castro. // Residiu na Quinta de Eiró, Rouças. // Faleceu a 28/1/1895, no
lugar e Quinta de Eiró, com todos os sacramentos, com oitenta e cinco anos de
idade, no estado de viúva, sem testamento, com dois filhos vivos: Bernardo
António e Maria Joaquina Pereira de Castro, e foi sepultada no cemitério de
Rouças.]
ALVES, Francisco Manuel (Padre). Nasceu em
Chaviães. // Com geração:
[CASTRO,
Manuel António. Filho de Maria Luísa Pereira de Castro, solteira, da Casa e
Quinta de Eiró, Rouças. // Em 1827 era vereador e juiz pela ordenação (OJM, de
ACE, p. 133). // Morava na dita Casa e Quinta quando casou na igreja de SMP, a
9/4/1834, com Maria Joaquina de Magalhães, filha de
Maria Joaquina de Magalhães, solteira, natural
da Vila, e do padre Francisco Manuel Álvares,
natural de Chaviães. Testemunhas: Manuel da
Cunha e Caetana Alves, de Chaviães. // Pai de Bernardo António, de Maria
Joaquina, e de Manuel Vicente Pereira de Castro.]
ALVES,
Gregório (Padre). Filho de Francisco Alves. Nasceu no século XVII. // Morou em
Chaviães. Em 1679 a sua família tinha um conflito com Inês de Puga e Brito e
sua irmã Maria de Brito Figueiroa, por causa da Quinta de Porto Vivo, sita em
Chaviães (ver Obras Completas de Augusto César
Esteves, vol. I, tomo II, página 514).
ALVES,
José Rodrigues (Padre). Filho de António José Alves e de Clara Maria Rodrigues
Torres, moradores em Sante. Neto paterno de Manuel Alves e de Maria Manuela de
Sousa; neto materno de António Codesso Rodrigues Torres e de Ana ou Joana Maria
Gonçalves. Nasceu no lugar de Sante a --/--/18--. // O seu tio padre Miguel
Rodrigues Torres deixou-lhe em testamento cinquenta mil réis, um relógio em
ouro, cadeia também em ouro, e todos os livros que ele possuía.
ALVES,
José António (Padre). Filho de ---------------- Alves e de
-------------------------. Nasceu a --/--/18--. // Ordenou-se sacerdote no
seminário de Braga no ano de 1906. // Em 1912 celebrou uma missa em honra de
Santa Bárbara na capela de Anamão, sita em Castro Laboreiro. Nesse ano foi para
Âncora, a banhos, regressando a 19 de Outubro.
ALVES,
José Augusto (Padre). Filho de Manuel Alves, natural da Gave, Melgaço, e de
Matilde Esteves, natural de Riba de Mouro, Monção, lavradores, residentes no
lugar de Eiriz. Neto paterno de José Alves e de Maria Joaquina Esteves; neto
materno de Manuel António Esteves Moreira e de Joaquina Rosa Afonso. Nasceu na
Gave a 28/12/1906 e nesse dito dia foi batizado na igreja paroquial. Padrinhos:
José Gonçalves, artista, e Germana Rosa Gonçalves, lavradeira, solteiros. //
Ordenou-se sacerdote no seminário de Braga no ano de 1934; cantou missa nova na
igreja da sua freguesia de nascimento a 22/7/1934; quem dirigiu o coro foi o
seminarista Manuel António Bernardo “Pintor”, natural do lugar do Ribeiro,
Castro Laboreiro (ver Notícias de Melgaço n.º 239, de
22/7/1934, e Notícias de Melgaço n.º 240, de 29/7/1934). // Em Outubro de 1934 foi nomeado pároco encomendado para
as freguesias de Bico e São Martinho de Vascões, concelho de Paredes de Coura (Notícias de Melgaço n.º 248, de 14/10/1934). // Morreu na freguesia de Estorãos, Ponte de Lima, a 30/1/1988.
// Era conhecido por “Padre Estanqueiro”.
ALVES,
José Manuel (Padre). // Em Abril de 1859 era pároco encomendado de Lamas de Mouro.
// Nota: um sacerdote com este nome
assinou, em sessão camarária de 19/4/1834, o Auto de Aclamação da rainha D.
Maria II.
ALVES,
José Manuel (Padre). Filho de Manuel Álvares e de Manuela de Sousa, lavradores,
residentes que foram no lugar dos Lourenços, São Paio. // Em Novembro de 1845
era pároco encomendado na freguesia de São Paio. // Além de padre, também era
proprietário. // A 24/5/1865, na igreja de São Paio, serviu de testemunha no
casamento de Manuel José Marques com Maria Josefa Marques. // Em 1874 pertencia
ao grupo dos quarenta maiores contribuintes do concelho de Melgaço (Organização
Judicial de Melgaço, de ACE, página 157). // Morreu
no sobredito lugar a 18/11/1888 com os sacramentos da penitência e
extrema-unção. // Tinha oitenta e nove anos de idade. // Fizera testamento e
foi sepultado na igreja de São Paio.
Sem comentários:
Enviar um comentário