SONETOS DO SOL E DA LUA
Por Joaquim A. Rocha
MORTE NO CAMPO
(152)
Numa
tarde de ténue nevoeiro,
Caim,
roído de ódio e inveja,
Leva
ao reino do pardal, da narceja,
O
pastor Abel, seu irmão inteiro.
Mata-o,
como quem mata carneiro,
Sem
dó, nem piedade que se veja,
Um
suspiro de dor, leve que seja,
Com
a crueldade de carniceiro.
A
essa hora está Javé dormindo,
Num
sono profícuo e profundo,
A
sua santa mente divertindo…
Quando
acorda vê o moribundo.
A
seu lado, o assassino rindo,
Achando-se
vingado neste mundo.
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